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Os Santillo de Anápolis, tiveram como patriarcas Virgínio Santilho e Elydia Maschilete Santilos, italianos que aportaram em Anápolis no ano de 1942 com as crianças Henrique e Romualdo. A juventude de Henrique Santillo foi de trabalho e estudos, tendo trabalhado em bancas de mercado.
Na vida estudantil demonstrou liderança e aptidão para política. Ele nasceu em Ribeirão Preto e os seus cursos primário e secundário foram feitos em Anápolis.
Seu talento o fez ser aprovado em primeiro lugar na Universidade Federal de Minas Gerais e, em seguida, em terceiro lugar na Universidade Católica de Belo Horizonte. Foi presidente da União Estadual de Estudantes de Minas Gerais .
Seu “Curriculum Vitae” é um colar de ricas pérolas. Em vida foi um ser humano extraordinário, Altivo com os grandes, atencioso e bondoso para com os humildes.
Henrique Santillo desempenhou bem as missões que lhes foram advindas: vereador, deputado estadual, governador, senador e ministro da Saúde. Mas foi sempre, antes e acima de tudo, médico.
Muito poderíamos escrever sobre o Santillo, portento-mor dos Santillos de Goiás e do Brasil. Limitaremos em reproduzir o que se segue:
No Ministério da Saúde
Em setembro de 1993, aceitou convite do presidente Itamar Franco para assumir o Ministério da Saúde. À frente do Ministério Santillo consolidou a implantação dos medicamentos genéricos no Brasil e fez várias mudanças no sistema de Saúde, que encontrou em crise. Passou a priorizar a atenção à saúde, de combate a endemias ressurgentes, como a febre amarela, dengue e cólera, de combate à avitominose, ao bócio endêmico e à fome, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Em sua gestão as campanhas de multivacinação não só tiveram sequência como também foram reforçadas, culminando com o recebimento, em 1994, da Organização Mundial de Saúde e da Organização Panamericana de Saúde, o certificado de erradicação da poliomielite no território nacional – coroado assim os esforços que o Brasil já vinha fazendo nesse sentido. Ao deixar o Ministério, ao fim da gestão em curso, como o Saúde de Família, de Ambulatórios de Alta Resolutividade 24 Horas, de Resgaste a Acidentados em Rodovias, Disque Saúde, Assistência integral à Saúde da Mulher e da Criança, de Incentivo ao Aleitamento Materno, de Prevenção e Combate à Aids e outras doenças sexualmente transmitiveis, e, Leite é Saúde.
Saliente-se que Henrique Santillo experimentou várias ingratidões no seu mister, mormente nos seus últimos anos. Tal se deu principalmente na “Manchester Goiana” urbe que êle, Santillo, muito brindou.
Mas, como um (ser humano extraordinário) foi, por fim, ser médico em um modesto posto de saúde da Vila Jaiara, em Anápolis, isso, sem remuneração.
Aquele prócer político cuja mandato de governador, bem no início, aconteceu o acidente radiativo do Césio, de Inconteste calamidade pública em que os goianos foram discriminados no resto do Brasil.
O governador Henrique Santillo (quem se lembra?) enfrentou com galhardia o problema, mesmo com a indiferença do governo federal.
Os funerais de Santillo
Seu falecimento deu-se no dia 25 de junho de 2002. Presenciamos uma comoção coletiva. Pessoas de diversas origens, principalmente as mais humildes, lá estavam para o último adeus ao homem bom, político e médico.
O cemitério de Anápolis foi pequeno e o tumulo reservado ao falecido pareceu desaparecer ante a multidão. Ao seu redor familiares, parentes, amigos e admiradores.
Muitas pessoas, envoltas no lamento, enalteciam seus feitos em vida. Foi um “timoneiro”, um “reitor” que teve alí, ao pé do túmulo, mordendo os lábios e lacrimejando, um dos seus bem fadados pupilos, o governador Marconi Perillo.
Aproxima-se a data em que Henrique Santillo nasceu 26 de Agosto de (1937-Rib-Preto). Seria de bom alvitre que as autoridades não venham de deixar passar em branco a efeméride.
(Walter Menezes, ex-presidente, conselheiro permanente da AGI (Associação Goiana de Imprensa) e diretor do Jornal da Cultura Goiana)
