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O sr. Gil Pinto Leitão, primeiro gerente do Grande Hotel (1937), que foi ponto convergente de grandes eventos ligados a Goiânia nas décadas de 40 e 50, recebeu homenagens no dia 5 do mês em curso.
Aconteceu nesta data ter o seu filho Luiz Medeiros Pinto, diretor da Superintendência do Comércio Exterior da Secretaria da Indústria e Comércio de Goiás e presidente da Associação Comercial de Anápolis, ter visitado o histórico prédio, percorrido suas diversas seções e, por fim, prestado um depoimento de grande valia para o Centro de Memória e Referência de Goiânia que ali funciona.
Vale registrar aqui que a visita fez com que a data do Batismo Cultural de Goiânia não passasse em branco, pois ali foram lembrados os aspectos sobre o dia em que Pedro Ludovico Teixeira, inaugurando Goiânia, apresentou a urbe ao Brasil, com as presenças de vários governadores, deputados, jornalistas e escritores vindos de todo o Brasil e até do exterior. Foi naquela data que o Bispo Dom Aquino, de Cuiabá, aqui proferiu seu discurso histórico antevendo a conquista do Oeste pelos caminhos de Goiânia.
Vale registrar aqui o depoimento do ex-prefeito Nion Albernaz sobre o discurso que ele ouviu naquele 5 de Julho de 1942.
Trechos do depoimento do ex-prefeito NIon Albernaz
“Com certeza de que preservar as datas é permitir que os mais jovens voltem no tempo e descubram que Goiânia já nasceu predestinada, volto à importância do Batismo Cultural, uma festa especial a 5 de julho de 1942, com missa celebrada por dom Aquino Corrêa, um intelectual com raízes em Mato Grosso, respeitado e com laços em todo o Centro-Oeste.
Ainda sobre o Batismo Cultural, posso dizer que carrego comigo algumas recordações. À época, com 12 anos de idade, ouvi a saudação de dom Aquino e tenho na memória alguns trechos, especialmente aqueles que se referiam à Serra Dourada e a suas belezas, presentes em todo o Planalto. As recordações da minha viagem ao passado apontem para uma festa aberta, em um dia que amanheceu frio e carregado por uma densa neblina.
Para as gerações mais jovens é importante o reencontro com fatos, datas, marcas diversas que permitam que todos nós acompanhemos e vislumbremos a maneira com nossa cidade nasceu, cresceu, foi forjada. Dores, Alegrias, registros de uma época, mostram o caráter, a fibra, a vocação de um povo.”
Luiz Medeiros Pinto, lembrou-se de acontecimentos de sua infância ocorridos no Grande Hotel e falou sobre o seu pai ter nascido em Portugal, mas tornou-se um brasileiro de coração.
Como é do conhecimento geral ali, no Grande Hotel, ocorreram vários eventos de cunho cívico e cultural e o sr. Gil Pinto Leitão era partícipe ativo de tais eventos.
A visita do sr. Luiz Medeiros Pinto ao Grande Hotel, no dia 5 do mês de Julho, sem o perceber, fez com que a data de Batismo Cultural de Goiânia passasse em branco neste ano, pois os jornais de Goiânia nada falaram. A Visita foi marcante e os resultados enriqueceram o acervo do Centro de Memória e Referência de Goiânia.
O texto que se segue está no “folder” que é distribuído aos visitantes do recinto.
O Grande Hotel
O Grande Hotel foi tombado como patrimônio histórico de Goiás, através da Lei 6.962 de 21/05/1991 e pelo Iphan – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – portaria 507, em 18 de novembro de 2003, inserido no conjunto de 20 bens que formam o patrimônio nacional do estilo arquitetônico art déco em Goiânia. Atualmente sedia o “Centro de Memória e Referência de Goiânia”, órgão da Secretaria Municipal de Cultura, que tem como objetivo atender a comunidade interessada por cultura e referências históricas sobre a cidade de Goiânia, sobretudo pelas relativas à sua fundação e aos seus pioneiros. Contra com um acervo bibliográfico e fotográfico, departamento de pesquisa do patrimônio material e imaterial e, também, com espaços para exposições, lançamentos de livros, apresentações musicais, oficinas e outros eventos.
(Walter Menezes, ex-presidente, conselheiro permanente da AGI - Associação Goiana de Imprensa e diretor do Jornal da Cultura Goiana)
