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Uma das características fundamentais dos governantes é a de governar para o povo, uma vez que governar é praticar o bem comum. No Brasil, por exemplo, vivemos um regime democrático, mas, infelizmente, somente na teoria, pois, na prática a coisa se difere bastante; a palavra democracia é formada pela junção de duas palavras gregas: Demo = Povo - Cracia = Governo , a palavra democracia seria então: governo do povo e para o povo. Os nossos governantes praticam em sua grande maioria, a forma degenerada da Democracia que é a “Demagogia”, palavra também, de origem grega e que significa: conduzir o povo por meio de falácias, de sofismas, ou seja, de mentiras.
Se os nossos governantes e os nossos legisladores praticassem á Democracia em sua plenitude, a população brasileira não padeceria tanto, sobretudo, nas áreas cruciais, tais como: 1 – Educação - Vivemos dois grandes dilemas na educação do Brasil: a educação particular educa para o mercado, privilegiando somente uma classe de estudantes de alta renda, e a educação pública educa sob um sistema educacional extremamente demagogo, pois, durante ás eleições os políticos prometem investimentos para a educação mas, depois de eleitos, esses investimentos são mínimos, a exemplo disso podemos citar: O Brasil ainda não erradicou o analfabetismo , uma grande parcela dos nossos alunos principalmente os de escola pública, chegam ao ensino médio com dificuldades para ler, escrever e para realizar as quatro operações; e o professor continua sendo um dos profissionais mais mal pagos no brasil, enquanto isso, os governos tratam a educação como mercadoria, a exemplo do governo de Goiás, que está implantando o modelo retrógrado das “OSs” ( organizações sociais) que é uma forma de privatizar a educação e terceirizar a função do educador , além de retirar do mesmo as poucas vantagens da sua árdua carreira do magistério.
2 - Saneamento Básico - É outro exemplo gritante do descaso público no Brasil, onde ainda existem milhões brasileiros sem saneamento básico, tudo indica que, isso, deve-se ao fato do saneamento básico ficar no subterrâneo das galerias de águas pluviais, e, como a maioria dos nossos políticos ainda praticam a política do assistencialismo, uma questão tão séria, como o saneamento básico, vai ficando esquecida, sobretudo, para os moradores das Regiões: Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, acarretando sérios problemas de saúde para a população que vive especialmente nas favelas nos morros e nas comunidades palafitas espalhadas por todo o território brasileiro.
O transporte público constitui-se também, uma das formas mais falaciosas dos nossos governantes brasileiros, todos os dias, milhões de brasileiros padecem nas filas dos ônibus, dos trens e dos metrôs, isso, devido ao fato dos empresários responsáveis pelas empresas desses referidos meios de transportes coletivos, agir com a conivência dos nossos governantes, monopolizando as empresas do transporte público e oferecendo um serviço de péssima qualidade, pois, além de ganhar diariamente “rios de dinheiro”, tais empresários não investem na boa qualidade do serviço, deixando os usuários padecer diariamente, por causa das grandes filas nos terminais, da demora dos coletivos, do empurra-empurra e da superlotação, onde os passageiros assemelham-se aos animais irracionais enjaulados e em direção ao matadouro.
A saúde pública também, sempre foi uma das áreas de grande deficiência, em Goiânia, por exemplo, a imprensa tem nos mostrado constantemente, as pessoas morrendo nas filas dos Cais e dos Hospitais públicos pela falta de atendimentos, de leitos em enfermarias e nas UTIs. A segurança pública também, continua bastante a desejar, pois, o aumento da violência urbana e a desvalorização dos policiais ( federal, militar, civil e guardas municipais) é uma constância no Brasil, enquanto a população alarmada tenta-se resguardar em suas residências, muitos bandidos vivem á solta e bem armados. Somente teremos no Brasil, uma democracia que faça jus ao seu real significado ( Governo do povo e para o povo) quando as áreas citadas acima, serem uma preocupação geral do poder público, no sentido de investir com mais seriedade em tais áreas e a corrupção for erradicada da “Terra de Vera Cruz”. Enquanto isso, continuaremos a parafrasear o poeta dos escravos, Castro Alves: “Senhor Deus dos desgraçados, Dizei-me vós, Senhor Deus, seu eu deliro, ou se é verdade, tanto horror perante os céus?
(Giovani Ribeiro Alves, filósofo, professor de Filosofia na Rede Pública Estadual, em Goiânia, poeta, escritor e articulista do Diário da Manhã)
