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OPINIÃO

Como exterminar a corrupção no Brasil

A “carne é fraca”, “o poder embriaga”, “o dinheiro é a raiz de todo o mal”, “maldito o homem que confia no homem”, são incontáveis os ensinamentos, ditados, tratados, livros, filmes, peças, poemas músicas, retratando a animalidade, a ganancia, a ostentação, a luxúria, a inveja, a ira, o ódio, a maledicência, a traição, a ingratidão inerentes em nós que, com a maior cara de pau, lustrada com óleo de peroba, desde os tempos do tal de Adão, no Jardim do Éden – imagine a idiotice, querer ser igual a Deus  – então, desde então, desde aqueles tempos remotos, autodenominamo-nos de “humanos” e “racionais”. Disfarçamo-nos com perfumes, indumentárias, penduricalhos, salamaleques e, no entanto, no íntimo, concordamos com o refrão:

“Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”, então, temos que ser fiscalizados, vigiados, inspecionados e, já mencionei aqui, nesse matutino vanguardista, que se as biografias, as vidas de todos os mártires, santos, heróis, fossem reestudadas, escrutinadas, ainda mais com os avanços tecnológicos hodiernos, por exemplo, recentemente detectaram heroína no cachimbo de um renomadíssimo escritor inglês do século retrasado e, como para alguns, e eu estou entre estes, isso não significa nada, diante da sua monumental obra, eu não vou ultrajá-lo, perante os mais sensíveis, aqueles que se dizem santos e, portanto, omitirei o seu nome, agora, se o misericordioso leitor quiser saber é fácil, é só consultar  o “Oráculo do Século XXI”, o Google – e, voltando, se fossem reestudadas, muitas biografias, algumas igrejas e museus teriam que esvaziar muitos pedestais e prateleiras, em alguns casos, essas igrejas e museus seriam até “esvaziados”, assim sendo, pois os governos são constituídos de “humanos”, como erradicar a endêmica corrupção e preveni-la, no governo federal, estaduais e nos, arredondando, 5.500 governos municipais, se somos tão maus, suscetíveis de corrompermo-nos, tão inseguros? Simplesmente segurando, lógico, numa seguradora, todas as ações, operações e construções realizadas por tais governos.  É assim que funciona nos países desenvolvidos, inclusive, na mencionada Inglaterra, aonde as gigantescas seguradoras ganham rios de dinheiro – equivalente aos rios de dinheiro que os nossos governantes e magistrados remetem para os infernais paraísos fiscais – e, além disso, as seguradoras pagam impostos, empregam milhares e milhares e funcionários, fazem os sistemas funcionarem, fiscalizando-os.

A solução é simples, como são simples todas as soluções. Vamos construir uma escola, ou um hospital? A primeira coisa a se fazer é contratar uma seguradora, depois a construtora, lógico, tudo licitado. Conheci engenheiros que inspecionavam uma dúzia de obras por dia, locomovendo-s em longas distancias. A seguradora pode ter, até, dois, três profissionais inspecionando a mesma obra, desde a fundação, afinal, “o seguro morreu de velho” e, não podemos nos esquecer, estamos falando de bilhões, trilhões, mas, se a obra, um hospital, uma escola, a transposição ou limpeza de um rio, não for entregue na data, dia e hora, de Brasília, a tal da seguradora terá que pagar uma vultosa multa e arcar com todas as despesas para o término da obra e, lógico, as despesas decorrentes do atraso. Esse negócio de “comissão fiscalizadora”, carimbos em carnes, isso tudo é coisa do passado. E a tal fiscalização, via seguradora, pode estender-se para milhares e milhares de atividades, inclusive a produção, industrialização e comercialização de carnes. Até.

(Henrique Dias, jornalista)

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