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OPINIÃO

Estatismo e esquerdismo: uma análise psiquiátrica desta “patologia social”

Em nosso último artigo, desta sexta-feira, disponível gratuitamente em impresso.dm.com.br, discorríamos sobre as várias benesses auferidas pelos efetores do Estado no Brasil. E, como eles vêm promovendo “décadas perdidas” atrás de décadas perdidas... Esse

Em nosso último artigo, desta sexta-feira, disponível gratuitamente em impresso.dm.com.br, discorríamos sobre as várias benesses auferidas pelos efetores do Estado no Brasil. E, como eles vêm promovendo “décadas perdidas” atrás de décadas perdidas... Esse  artigo é uma continuação.

Na mesma linha da “exaltação do Estado” que já discorríamos, além dos jornalistas citados no artigo, estão todas as carreiras poderosas e intelectualizadas do país : professores, sociólogos, juízes, militares, filósofos, promotores, médicos ( “empregados do SUS”), engenheiros ( “empregados do Governo e  seus apêndices, as Empreiteiras”), advogados ( sempre às voltas com as “coisas do Estado” ), militares de alta patente, etc. Todos querendo fazer “caridade” ( “Direitos Humanos”, socialismo jurídico, judicialização da saúde, “proteção aos coitados” , etc ) com o chapéu alheio – imposto sugado de quem trabalha de fato. Todos com “raiva” do “empresário sonegador/explorador”. Todos fazendo leis, normas, alvarás, medidas, regulamentos, etc, ora para favorecerem os grandes grupos, as corporações, ora para dizer que protegem a sociedade com  leis , tão “justiceiras” quanto impossíveis de serem cumpridas pelo cidadão/empresário comum. Objetivo :  transformar esses últimos em reféns medrosos das “contravenções” que estão cometendo todos os dias para tentar sobreviver... A velha história estatal do “criar dificuldades para vender facilidades”, isso resume o Estado brasileiro e seus efetores.

A sonegação, é claro, “atrapalha a realização dos direitos humanos”, e , é claro, o pagamento dos altos salários/benesses públicas ( a mídia combate a sonegação porque grande parte  do dinheiro do Estado vai para alimentá-la, é claro ...).

O pequeno, médio, empresário, é sufocado por todos esses  “pró-Estado”, ao passo que os Grandes Empresários, que não são bobos, ao invés de combaterem o inimigo, unem-se a ele : vide Odebrecht mandando no Governo, nos partidos, nos Sindicatos, na Força Sindical, nos tribunais, etc. Até a nossa direita ( vide Bolsonaro ) , é altamente pró-Estado. No Brasil, todos só enxergamos o Estado, só vemos ele para resolver nossos problemas ( salários/aposentadorias/negócios ) e para resolver os problemas coletivos. Por exemplo, nessa perspectiva, nosso judiciário como que  mimetiza um  “cão-de-guarda do Estado”; vide  quantos políticos/efetores do Estado estão presos via  Lava-Jato  ( pouquíssimos ) e compare com o número de empresários e a longitude/severidade de suas penas.  Vide STF soltando José Dirceu e mantendo Marcos Valério ( que não passava de um “empregado” desse último e de todos políticos ) há décadas mofando nas masmorras do país... Vide a soltura judicial da esposa de Sérgio Cabral, que segundo o próprio Estadão deveu-se ao fato dela ter ameaçado entregar a “alta cúpula” judiciária...  Portanto, conclui-se , por límpida inferência lógica, sobre  o fato de que o objetivo precípuo do judiciário não é a defesa do cidadão , ou dos interesses difusos da sociedade civil, mas sim a “defesa pura do Estado” e de seus altos efetores.

Nosso legislativo, igualmente, não passa de um “despachante do Estado”, não representa ninguém... Não há “sociedade”  representada nesses  poderes, só há defesa do Estado e defesa de certos indivíduos com prerrogativas junto ao Estado.  E o pior é que a mídia e os próprios poderes se vendem publicitariamente como a “saída para os problemas da Sociedade Civil”.  Quando, na verdade, são apenas seu veneno....

Veja-se, por exemplo, quem são as grandes esperanças dos brasileiros para retirá-los do atoleiro : 1/ Lula ( 30% dos votos, o dos “coitadinhos-que-precisamos-do-Estado” ). 2/ Lava-Jato ( os “defensores do Estado face a estes empresários inescrupulosos”). 3/ Bolsonaro – aquele que quer ligar o “poder fálico do macho”  com o “poder do Estado”.

Nos dias de hoje, populismo era Trump,  em qualquer lugar, o importante é reinstaurar o “poder do falo” em  um mundo frouxo. O que temos ? Um militar que liga a “restauração do poder autoritário” do falo com a restauração do “poder do Estado”... Ou seja, a volta de uma “ditadura do Estado Forte”, sem o menor lugar para a  pobre sociedade civil em nenhuma dessas propostas. Em síntese : para tratar nossa intoxicação, o remédio proposto por eles não passa de mais veneno...

Solução ? Seria simples : menos Estado, mas isso ninguém quer, a começar desses políticos e grandes atores da sociedade civil, cuja única plataforma, como vimos,  é mais participação do Estado.

Esta série de artigos sobre a “psicopatologia do Estado” continua no artigo da próxima terça feira.

(Marcelo Caixeta, médico psiquiatra. Escreve as terças, sextas, domingos, no Diário da Manhã ( acesso gratuito e arquivos em impresso.dm.com.br ))