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OPINIÃO

O sete de setembro que liquidou Bolsonaro

Muitos textos serão necessários para caracterizar o triste espetáculo que foi o último sete de setembro e retratar o doloroso quadro que projeta a realidade desses deprimidos tempos bolsonarianos. Para início desses textos reproduzo duas manifestações q

Muitos textos serão necessários para caracterizar o triste espetáculo que foi o último sete de setembro e retratar o doloroso quadro que projeta a realidade desses deprimidos tempos bolsonarianos. Para início desses textos reproduzo duas manifestações que refletem triste e perfeitamente a realidade brasileira atual.

Os leitores podem ver por meio de duas manifestações de desencantados bolsonaristas protagonistas dos deplorabilíssimos acontecimentos do último de sete de setembro em Brasília. Os dois desabafos dos golpistas frustrados (cuja identificação o leitor a faz pelos próprios termos com que se pronunciam) são estes:

Nós vimos, porque estivemos lá em apoio ao presidente, e seguimos apoiando, é... um produtor, seu Leandro Guedes, vir do Pará com 50 caminhões de amigos e da sua empresa, médico veterinário, que eu estive com ele, se deslocou do Pará, parou as atividades de sua empresa; eu vi o seu Jorge Issac trazer gente do Maranhão e mobilizar 50 ônibus de São Paulo, eu estive com eles; eu vi o seu Arténio Silva com 86 anos de idade, tirei foto com ele, naquele Sol escaldante do discurso, ‘tava’ ele lá em pé com os dois filhos depositando confiança no Presidente; nós levamos humildemente 6 ônibus, minha mulher passou noites sem dormir, montando escala pra ir tudo legal pra Brasília, as pessoas terem contatos, as pessoas terem lanche, nós corremos atrás... muita gente saiu sem café, às 3 horas da manhã, nós providenciamos lanche pra eles, do nosso bolso, certo? Contamos com a ajuda de muito poucos produtores, entendeu? Dos 3 grupos que nós temos, muito poucos produtores nos ajudaram a montar tudo isso em apoio ao Presidente. Eu vi o seu Jefferon Lambuja passar com 150 caminhões do agro, da região sul do Goiás, isso eu vi com os meus olhos; eu vi pessoas chegando através da dona Cristina, lá do Mato Grosso, produtora, eu vi ela chegando com frotas de caminhões das fazendas em Brasília, pra que? Pra que? Ninguém estava esperando palavras de apaziguamento. A gente foi lá pra resolver a situação. E ai, que que acontece? E vocês estavam lá (fala o nome dos interlocutores a quem se refere o áudio) esperando que saem presos aqueles canalhas lá do STF, e a gente ontem tem que escutar aquele Fux, um idiota perfeito, compreendeu? Ainda dizer que o STF não pode ser fechado. Nós não fechamos aquela bosta porque a gente acreditou na palavra do Bolsonaro que ele resolveria a situação lá em São Paulo. Ele pediu pra nós esperarmos. Eu tenho gravado, eu ‘tava’ na frente do palanque. Ele pediu pra esperamos às 18 horas de São Paulo. Pra que? Nós fomos ‘troxas’ lá em Brasília. Nós ‘tinha’ que ter resolvido a situação lá, nós. Me arrependo profundamente de não ter partido ‘pras’ vias de fato lá em Brasília, tinha gente pra isso. E a gente deu um voto de confiança pra ele, agora vem dizer que é normalidade. Que normalidade é essa? Que normalidade que nós temos no país? Onde esse canalhas do STF prende quem eles querem. Aonde o congresso permite que um Deputado Federal, de direito, conservador, seja preso, esteja em casa com tornozeleira, colocada por um advogado sem carreira nenhuma, esse canalha desse Alexandre de Moraes ‘bota’ tornozeleira num Deputado Federal eleito legitimamente e o Congresso não faz nada. Que normalidade é essa? Que normalidade que um homem, mesmo tendo um passado que não deve deixar ele muito feliz, o Roberto Jefferson, o cara tem problema de câncer, toma 16 medicamentos por dia pra manter a vida, foi pra cadeia, junto com bandidos lá, isso é normal? É normal prender um reporta de direita que hoje está em cadeira de rodas, isso é normal? É normal prender um professor lá em Santa Catarina porque falou mal desses canalhas? Pelo amor de Deus, que normalidade é essa? E vai ficar todo mundo sentado esperando que chegue a polícia na sua porta e diga ‘vem comigo porque dois canalhas lá resolveram, é... ou nove canalhas, hoje, né... resolveram te prender por qualquer motivo’. É normal a gente ter um bandido que assaltou o Amazonas, que a mulher e os irmãos estão presos acusados de desviar 250 milhões da previdência, do SUS, dinheiro da saúde do Amazonas, é normal um filho da puta desses tá presidente de uma CPI? É normal o Renan Calheiros fazendo uma relatoria contra o Presidente? O cara é mais sujo do que qualquer papel que passa na bunda, entendeu? Isso é normal? É normal ter um gay, lá do Amapá, uma galinha louca, uma perua, dando chilique lá na CPI? É normal ter o Humberto Costa, aquele canalha do PT falando mal da gente, falando mal do país, falando que o país tá errado, isso é normal? Não é normal pra mim não. Eu acho que eu nasci em outro momento. E não há uma indignação pra dar um tapa na mesa. Coisa que a gente esperava, sinceramente, nós esperávamos isso do Bolsonaro no dia 7. Mobilizamos milhões de pessoas pra esperar um ponto final. E a gente não teve um ponto final. E não teve dia 7, não teve ontem e não vai ter hoje também. Isso é um absurdo! É um absurdo o que está acontecendo no país! E ninguém se indigna com isso. É isso que me deixa triste. Que ai o dia de amanhã pra cuidar das suas coisas, e não pra cuidar do país

Bom dia, Bolsonaro, seu traidor, político safado, você usou do povo sem vergonha. ‘Tava’ duas a três semanas articulando as ‘coisa’, fingindo, usou o povo, pro povo pegar e sair daqui. Eu sai daqui do Paraná, Capitão Leonidas Marque, mil e setecentos quilômetros no ônibus, ficar trinta e poucas horas dentro do ônibus sofrendo, gastando dinheiro, perdendo tempo, sai de junto da minhas família, arriscando minha vida na estrada, sofrendo, pra defender você ‘cara’. Você tinha tudo combinado, usou do povo, seu covarde, seu ‘arregão’. Políticos são todos sem vergonha, do vereador ao presidente da república. Tú não pode confiar em político. Classe sem confiança. Se o cidadão, que eu sou produtor de frango, agricultor, pequeno agricultor, tenho que trabalhar honestamente; todos os funcionários que trabalham em qualquer fabrica, qualquer serviço, tem que trabalhar honestamente, se não não ganha a conta. Vocês são traidor, vocês são ‘falso’, vocês são sem vergonha, vocês são covardes, vocês usam do povo. Sai daqui, fui la em Brasília gastar dinheiro e perder tempo e arriscar minha vida, sai de junto da minha família pra defender você. Você já tinha tudo combinado. Tú falou abobrinha, falou porcaria, que tú só fala merda ‘memo’ ‘cara’. Você é um covarde, ‘cara’. ‘Oiá’ aqui Bolsonaro, esse carro aqui ‘ó’ eu comprei e paguei com o meu dinheiro, ‘trabaiando’, me sacrificando. Eu usava você, eu defendia você, olha aqui, Bolsonaro, ‘ó’ (aponta para adesivo de Bolsonaro no vidro traseiro do carro), quero que você veja bem isso aqui ‘ó’ Bolsonaro. Vou arrancar essa porcaria que tá poluído meu carro. Aqui Bolsonaro, ‘ó’ vagabundo (enquanto arranca o adesivo do vidro), você, nunca mais vou botar propaganda de político nenhum! Nunca mais! Olha aqui, Bolsonaro, outra coisa aqui, Bolsonaro, filma aqui no chão (aponta para pilha de adesivos do Bolsonaro para eleição de 2022). Bolsonaro, eu gastei do meu dinheiro pra fazer propaganda pra 2022. Eu quero que você vá se lascar, Bolsonaro, seu covarde, traidor, político sem vergonha igual todos são. Vou queimar, que eu gastei do meu dinheiro, perdi o meu tempo pra ir lá em Brasília defender você, pra tú fazer uma palhaçada, dizer que tá tudo armado, ‘cara’ se você foi lá falar porcaria, porque que tú não falou... se tú não falasse porcaria, tudo bem, mas tú usou do povo, ‘cara’, pra subir teu ibope, pra poder acertar com aqueles corruptos, aqueles sem vergonha daquela Camâra dos Deputados, do Senado e do STF, do Supremo Tribunal Federal. Vocês são uns covardes, ‘cara’, vocês não tão nem ai com o povo. Político nenhum tá ‘aí’ com o povo. É isso ai. Falei e não me arrependo o que eu falei. Que vocês são uns sem vergonha, vocês são uns covarde, tropa de sem vergonha. Olha aqui, agora eu vou queimar aqui ‘ó’. Nunca mais quero botar uma propaganda de ninguém! Nunca mais vou defender um político, que são tudo sem vergonha. Eu prefiro confiar numa cadela...

Estas reproduções se referem a áudios de vídeos que circularam durante a semana em grupos de whatsapp.