Home / Política

POLÍTICA

Pedidos de intervenção têm aderência zero nas Forças Armadas, diz ministro

Folha de S. PauloO ministro da Defesa, Jacques Wagner, disse, ontem, que os pedidos de intervenção militar feitos por parte dos integrantes dos protestos contra o governo de domingo (14) tendem a encontrar "aderência zero" dentro das Forças Armadas.Segund

Folha de S. Paulo

O ministro da Defesa, Jacques Wagner, disse, ontem, que os pedidos de intervenção militar feitos por parte dos integrantes dos protestos contra o governo de domingo (14) tendem a encontrar "aderência zero" dentro das Forças Armadas.

Segundo Wagner, os intervencionistas não passaram, segundo pesquisas, de 9% a 11% dos manifestantes. Ele disse que esses grupos não pregam só contra o governo federal, mas "contra a institucionalidade".

Wagner deu a declaração ao lado dos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, após abertura da Feira Latin America Aero e Defense (Laad), especializada no setor de defesa, no Rio. "Posso dizer, com muita tranquilidade, que no seio das Forças como um todo – e estou aqui na presença dos três comandantes– esse apelo (pela intervenção) tem aderência tendente a zero.

Não vou dizer somente a zero porque sempre pode ter alguém que pense assim ou assado. Mas eu creio que está muito claro para as Forças que o nosso partido é a Constituição Brasileira", afirmou.

O ministro afirmou ainda que recebe, com tristeza, esse tipo de pedido – classificado por ele como "pregação extremista e totalmente fora da realidade" – e lembrou que uma intervenção significaria fechar o Congresso, o Judiciário e "aniquilar o Executivo".

"É um pensamento minoritário que não tem nenhuma chance de crescer. Pelo contrário, vimos até organizadores de outros movimentos entrando até no Judiciário para ficar distantes daqueles que fazem uma pregação extremista e totalmente fora da realidade", disse.

Considerado próximo da presidente, o ministro afirmou que Dilma Rousseff, que participou da luta armada contra a ditadura militar no Brasil (1964-1985) e foi torturada pelo regime, observa os pedidos de intervenção como uma democrata, ciente, disse, de que no Brasil vigora o "livre pensar". Wagner enfatizou que "o poder é conquistado pelo voto popular e é perdido pelo voto popular".