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PC apura desvios de recursos com contratos de trabalho falsos

A Polícia Civil ainda não conseguiu calcular o montante que teria sido desviado do município de Goiatuba em um esquema que seria liderado pelo ex-prefeito Fernando Vasconcelos. Ele e outras duas pessoas do primeiro escalão da antiga gestão foram presos temporariamente na quarta-feira (8).

Além do ex-prefeito, a procuradora Renata Nascimento Araújo e o contador Gilberto Francisco Silva foram detidos em cumprimento a mandado de prisão temporária expedido pelo Poder Judiciário de Goiatuba, que ordenou também que fossem feitas conduções coercitivas e buscas e apreensões. O inquérito investiga o crime de peculato.

As apurações iniciais indicam que o trio comandava um esquema que se desenrolou pelo menos entre os meses de novembro e dezembro do ano passado, mas existe a possibilidade de que os desvios acontecessem há mais tempo, conforme explica o delegado Patrick Fernando Carniel. “Pelo que foi apurado, eles forjavam um acordo de trabalho, protocolavam e geravam um procedimento administrativo para a contabilidade. Lá, eram empenhados e encaminhados para o setor financeiro para pagamento, com autorização do prefeito”, relata Patrick.

Os falsos contratos de trabalho eram feitos em nome de moradores do município, que a princípio não tinham nenhum conhecimento sobre o esquema. “Pelo que ouvimos até o momento, essas pessoas eram conhecidas da procuradora, que dizia que estava esperando uma transferência, que não tinha conta em determinado banco e perguntava se podia usar a conta delas. A maioria não tinha conhecimento da fraude e não ficou com nenhuma parte do dinheiro, mas a conduta dessas pessoas ainda está sendo analisada”, diz o delegado.

As investigações levantaram que entre oito e dez pessoas tiveram os nomes utilizados no esquema, mas o número pode subir conforme o andamento do processo. Sete delas foram conduzidas coercitivamente à delegacia para prestar esclarecimentos ainda nesta quarta.

O trabalho da Polícia Civil agora deve se basear, sobretudo, nos documentos coletados nas casas do ex-prefeito e do contador em cumprimento a mandados de busca e apreensão. A expectativa é que o inquérito seja concluído no prazo de dez dias.

Outras suspeitas

O ex-prefeito e o contador são investigados também pelo desvio de R$ 4,2 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores do Município (Goiatubaprev). O montante teria sido transferido para os cofres da prefeitura.

Em abril do ano passado, Fernando, ainda prefeito, chegou a ser afastado do cargo por decisão da Câmara Municipal.

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