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POLÍTICA

Alison Maia vai denunciar perseguição política ao MP

O radialista e policial mili­tar Alison Maia vai entrar com mandado de seguran­ça esta semana na Justiça para ten­tar reverter a decisão, publicada no dia 31 de janeiro no Diário Oficial da Polícia Militar, que determinou sua transferência para Iporá, município localizado a 400 quilômetros de Cal­das Novas. O policial, que foi candi­dato a prefeito pelo Democratas nas últimas eleições municipais, relata estar sofrendo perseguição política.

Além do mandado de segurança, o democrata irá fazer uma denún­cia no Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra o grupo político do atual prefeito, Evandro Magal (PP), que estaria à frente da inicia­tiva. Segundo o policial, perfis li­gados ao prefeito na internet pu­blicaram o documento interno da PM sobre a transferência antes mesmo dele ter sido informado.

Isso tem causado revolta nos moradores de Caldas Novas. Com carreira militar de 22 anos, sendo 15 deles em Caldas Novas, Alison Maia reclama que desde que deci­diu ingressar na política como can­didato a prefeito pelo Democratas, partido do senador Ronaldo Caia­do, tem enfrentado dificuldades. No último dia 31 de janeiro foi pu­blicado no Diário Oficial da Polí­cia Militar o documento que pe­diu a sua transferência para Iporá.

Alison Maia entrou na política em 2015, quando se filiou ao De­mocratas com a intenção de se can­didatar à Prefeitura de Caldas No­vas, com o apoio do senador. Ele conta que sempre teve um histó­rico impecável na Polícia Militar, chegando a ser promovido a pri­meiro-sargento por ato de bravura.

Porém, nos últimos anos co­meçou a enfrentar perseguições. Várias sindicâncias foram abertas contra ele, uma delas pelo prefei­to Evandro Magal, do grupo políti­co do governador Marconi Perillo (PSDB), que o acusou sem provas de ingressar na PM com diploma falso. “Houve uma sindicância e a Corregedoria da PM concluiu que a denúncia era falsa”, lembrou. “Eles têm usado a instituição e o Estado para me atacar. Felizmente eu tenho a verdade ao meu lado”, reforçou.

Alison Maia disputou as eleições de 2016 contra Evandro Magal e ob­teve mais de 11 mil votos, ficando em segundo lugar na preferência dos eleitores. Alison Maia agora se apresentou como pré-candidato em uma eventual eleição extemporâ­nea em Caldas Novas, sendo um dos candidatos mais bem coloca­dos nas pesquisas. Para ele, esse foi o motivo dos ataques mais recentes. “Foi algo totalmente sem critério, desrespeitando a minha família e a minha história de vida. Isso gerou uma revolta muito grande dentro da própria PM. Tenho recebido apoio de todo o Estado. Uma coisa é eu ter uma conduta incorreta e sofrer uma punição. Outra é isso. Tenho históri­co de serviços prestados e de defesa à sociedade de Caldas Novas e à ins­tituição da PM”, disse o policial, que pretende entrar com ações na Justi­ça para reverter a decisão.

Ex-prefeito de Piracanjuba se solidariza com democrata

Ex-prefeito de Piracanjuba, Amaury Ribeiro (PRP) divulgou, ontem, um vídeo em que se soli­dariza com o policial militar Ali­son Maia e chama de “repugnan­te” a perseguição política sofrida por ele em Caldas Novas. Ele re­lembrou que já recebeu o poli­cial militar enquanto era prefei­to, em uma das muitas tentativas de minar o crescimento político dele na cidade.

“Vim a público com esse ví­deo como solidariedade e repú­dio ao meio político de Caldas Novas que tomou contra Alison Maia. Fui prefeito de Piracanju­ba e recebi Alison Maia na época, que veio transferido como casti­go político a ele, simplesmente por discordar de atitudes políti­cas nesse município”, lembrou.

Agora, Amaury comentou essa nova investida contra Alison Maia e pediu ao colega que te­nha fé. “Mais uma vez por perse­guição, por castigo, Alison Maia é transferido de Caldas para Iporá. Atitude repugnante e inadmis­sível nos tempos de hoje, mas que infelizmente ainda aconte­cem nesse país. Alison, fica aqui meio apoio a você, lhe conhe­ço, sei da sua postura como ho­mem e cidadão de bem. Quanto mais te atacarem mais você será agraciado por Deus e reconheci­do pela população de Caldas. Te­nha fé, as coisas viram, as coisas mudam. É só esperar”, finalizou


Luis Cláudio: entidades militares estão “indignadas”

Caroline Mendonça

De acordo com o subtenen­te e presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos PM & BM, Luis Cláudio Coe­lho de Jesus, as entidades que representam os Militares do Estado de Goiás, a Associa­ção de Subtenentes e Agentes, a Associação de Cabo e Sol­dados e a Associação de Ofi­ciais estão indignadas e repu­diam veemente a ação que desencadeou a transferência, que de acordo com Jesus, é injusta e indevida do sargen­to Alison Maia, que trabalha em Caldas Novas para Iporá.

‘‘O sargento serve a comuni­dade há mais de 15 anos com relevantes serviços prestados e nós entendemos que o único motivo que levou a concepção dessa transferência, foi perse­guição política. Tendo em vista que ele foi candidato a prefeito contra o atual prefeito de Cal­das Novas e ficou em segundo lugar. O atual prefeito foi cassa­do pelo Tribunal Regional Elei­toral (TRE) e a cidade terá no­vas eleições brevemente. E as pesquisas indicam que o sar­gento Maia seria o novo prefei­to de Caldas Novas’’, diz Jesus.

Jesus diz que em decor­rência dessa probabilida­de de Maia se tornar o novo prefeito, o sistema o transfe­riu para Iporá e o presiden­te ressalta que isso é injusto e as entidades que represen­tam os militares, não permi­tirão que esse fato aconteça.

‘‘É um retrocesso muito grande esse tipo de persegui­ção política, o nosso Estado está avançado. Nós não precisamos do retorno de atividades da­nosas para democracia como a transferência de um policial militar exemplar, de uma ci­dade que é referência turística no Brasil para Iporá que é dis­tante da sua casa. O sargento Maia possui residência fixa e empreendimentos, e toda sua família estão em Caldas No­vas. Ele não cometeu nenhum ato que justifique a sua trans­ferência indevida. E é por esse motivo que as entidades es­tão de braços dados para que isso seja revertido’’, afirma Luis.


Gilberto Cândido :“Ação de Maia incomoda Magal”

Maria Planalto

Para o presidente da As­sociação dos Cabos e Sol­dados da Polícia e Bom­beiros Militar do Estado de Goiás, o sargento Gilberto Cândido de Lima, a transfê­rencia do primeiro-sargen­to da Polícia Militar, Alison Maia, para o município de Iporá é o resultado de uma perseguição política. “Há muito tempo que ele vem sendo perseguido pelas au­toridades competentes, a cúpula do Estado”, afirma.

O sargento Gilberto Cân­dido acredita que o fato do Alison Maia vir se destacan­do no seu trabalho com a so­ciedade, além de ter uma alta aceitação política para gover­nar o município de Caldas Novas, está incomodando o atual prefeito Evandro Magal.

"Não cabe a mim julgar a administração do Magal, mas eu sei que ele foi afas­tado. A Justiça pediu afasta­mento, é um jogo de afasta hoje, volta amanhã, afasta hoje. Enquanto isso o Maia vem crescendo nas pes­quisas e hoje ele está com mais de 40% de aceita­ção da sociedade”, enfatiza.

De acordo com o presi­dente, a Associação de Cabos e Soldados repudia a perse­guição política contra Maia e ainda reconhece o gran­de trabalho de Alison Maia que possui 25 anos na car­reira militar, morando e tra­balhando em Caldas Novas.

Há muito tempo que ele vem sendo perseguido pelas autoridades competentes, a cúpula do Estado”


Alessandri : “Maia foi transferido por ser oposição”

Melissa Calaça

O presidente da Associa­ção dos Militares e Bombeiros de Goiás (Assof), Alessandri da Rocha Almeida, procu­rou o Diário da Manhã para protestar contra a decisão de transferência do sargen­to Alison Maia que, segundo ele, configura explicitamen­te perseguição política. Ales­sandri disse representar tam­bém o repúdio da Associação dos Cabos e Soldados da Po­lícia Militar e Bombeiros Mi­litares (ACS) e da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar (ASSPM).

Apesar de a transferência ser por ordem do comandante-ge­ral da PMGO, coronel Divino Alves, Alessandri acredita que ele não faria isso por si só: “Ago­ra, temos que saber quem foi que mandou o comandante­-geral fazer isso. O comandan­te, pela pessoa que é, não faria isso. Tem alguém acima dele que o mandou fazer isso”. O pre­sidente explica que, por ser can­didato de oposição à prefeitura, Alison Lima foi afastado de seu município com o fim de preju­dicá-lo nas eleições. Além dis­so, o sargento está baixado na junta médica devido a pinos na coluna, o que impossibilita sua transferência, segundo o Esta­tuto dos Policiais Militares do Estado de Goiás.

ELEIÇÕES

“Nós vamos buscar repa­ração para isso. Hoje estamos buscando a imprensa e ama­nhã vamos no Ministério Pú­blico”, ressaltou Alessandri. “Foi só anunciar que haverá novas eleições em Caldas Novas, que ele foi transferido. Dá a enten­der que é perseguição política”, justifica o presidente da Assof.

As eleições extemporâneas em Caldas Novas ainda são in­certas. Na última sexta-feira, o prefeito e o vice-prefeito de Cal­das Novas anteriormente cas­sados, Evandro Magal (PP) e Fernando Resende (PPS), re­ceberam liminar do presiden­te do Tribunal Superior Eleito­ral (TSE), Gilmar Mendes, para reassumirem os cargos até que o caso seja julgado no Tribunal.

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