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STF: Marques suspende quebra de sigilo de Elcio Franco aprovada pela CPI da Covid

Por Eduardo GayerO ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu duas liminares suspendendo as quebras de sigilos telefônicos e telemáticos de Elcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo

Por Eduardo Gayer

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu duas liminares suspendendo as quebras de sigilos telefônicos e telemáticos de Elcio Franco, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello, e de Helio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta. As quebras tinham sido autorizadas pela CPI da Covid na última quinta-feira, dia 10.

No despacho sobre Franco, Nunes Marques chamou a quebra de sigilo de "precipitada e sem base jurídica", porque, em sua avaliação, não haveria indícios de irregularidades cometidas pelo ex-secretário para se tomar a medida. "Não há o menor indício de que o autor tenha trabalhado contra a vacinação. O requerimento afirma isso a partir de uma interpretação das falas do impetrante, mas não há nenhuma prova material ou sequer indício nesse sentido", defende o ministro.

A decisão ainda afirma que quebras de sigilo devem ser medidas excepcionalíssimas, porque representariam "manifesto risco de violação injustificada da privacidade". "O requerimento é excessivamente vago, sendo impossível dele extrair-se quais seriam os fatos concretos que ensejaram a quebra de sigilo do impetrante", critica Nunes Marques.

Já a liminar concedida a favor de Helio Angotti Neto diz que não há "menor indício de dolo" para quebrar seu sigilo e minimiza uma eventual culpa do servidor no atraso para a aquisição de vacinas contra a covid-19 por parte do governo federal. "Querer ligar as mortes pelo vírus da Covid-19 à suposta omissão do autor em adquirir vacinas é, juridicamente falando, mais que responsabilização penal objetiva; trata-se de uma responsabilização penal arbitrária", afirma o ministro, que foi indicado para a Suprema Corte no ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro.

As quebras de sigilo de Elcio Franco e Helio Angotti Neto foram aprovadas pela CPI da Covid na última quinta-feira, juntamente às de outras 16 pessoas, como Eduardo Pazuello. O ex-ministro da Saúde também foi ao STF contra a medida, mas teve o pedido negado pelo ministro Ricardo Lewandowski no sábado, 12.

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