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POLÍTICA

Vantagem de Lula em 15 Estados e de Bolsonaro em 8

ácio Lula da Silva se reelegeu, as disputas presidenciais nos Estados seguem um padrão mais ou menos previsível. O candidato do PT se sai melhor no Norte, no Nordeste e na parte “de cima” da região Sudeste, enquanto os adversários se destacam em São Pau

ácio Lula da Silva se reelegeu, as disputas presidenciais nos Estados seguem um padrão mais ou menos previsível. O candidato do PT se sai melhor no Norte, no Nordeste e na parte “de cima” da região Sudeste, enquanto os adversários se destacam em São Paulo, no Sul e no Centro-Oeste.

É muito provável que esse desenho se repita em 2022, com algumas mudanças sutis, se for mantida até o final da campanha a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Projeção feita pelo Estadão Dados com base em pesquisas eleitorais e resultados de votações indica que o petista lidera em 15 das 27 unidades da Federação, enquanto o atual presidente está à frente em oito. Em quatro Estados, a distância entre os dois é pequena e não permite apontar favoritismo.

No Nordeste, onde desde 2006 o PT conquista vitórias por larga margem, a tendência é de manutenção do quadro. Há evidências de que hoje Lula esteja liderando em todos os nove Estados da região, e com vantagem significativa. Lá vivem cerca de 27% dos eleitores do País.

A transformação da região Nordeste em reduto petista ocorreu nas gestões de Lula e Dilma Rousseff. Na época, uma das hipóteses aventadas para explicar o fenômeno foi a de que os eleitores da região estariam mais inclinados a votar no partido do governo, independentemente de qual fosse, por causa da maior dependência de programas sociais e repasses federais. Mas o PT saiu do poder e o eleitorado, até o momento, não aderiu ao novo ocupante do Planalto.

Na região Norte, que tem cerca de 8% do eleitorado nacional, é provável que o ex-presidente esteja na liderança em quatro dos sete Estados – entre eles Pará e Amazonas, os mais populosos. Acre, Rondônia e Roraima, que se mostraram redutos antipetistas em eleições anteriores, dão vantagem a Bolsonaro.

Centro-Oeste
Com economias centradas no agronegócio, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são dois Estados do Centro-Oeste onde o candidato à reeleição leva vantagem sobre o principal adversário. Em Goiás, a distância é pequena demais para se apontar um favorito, e no Distrito Federal Bolsonaro lidera. Apesar de ter área bem menor, o Centro-Oeste tem peso eleitoral similar ao da região Norte: 7,5% dos votantes.

No Sul, que concentra 15% do eleitorado brasileiro, a maioria da população dos Estados do Paraná e Santa Catarina está na coluna bolsonarista, segundo indicam pesquisas. O retrospecto para o PT nesses Estados é bem ruim: o partido não vence uma disputa presidencial desde 2002. No primeiro turno de 2018, os catarinenses deram a Bolsonaro a maior vantagem contra o então adversário do PT, Fernando Haddad: 66% a 15%.

No Rio Grande do Sul, porém, a tendência não é clara. O PT venceu no Estado nos primeiros turnos de 2010 e 2014, quando a candidata era Dilma Rousseff. Em 2018, Bolsonaro ganhou de Haddad por 53% a 23%. A projeção do Estadão Dados indica que não há um líder isolado na região atualmente.
É no Sudeste que podem aparecer as principais novidades da geografia eleitoral neste ao. O PT não vence uma eleição presidencial em São Paulo desde 2002. Neste momento, segundo os cálculos, não é possível apontar quem lidera entre os paulistas, mas o simples fato de Lula se apresentar como competitivo no maior colégio eleitoral do País é um sinal de mudança importante.

Minas Gerais, que tem o segundo maior eleitorado do País, se inclina pelo candidato petista neste momento, assim como o Espírito Santo. No Rio de Janeiro, terceiro no ranking do peso eleitoral, não é possível apontar com segurança quem está na ponta. A região Sudeste concentra praticamente o mesmo número de eleitores que a soma de Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Tem quase 43% dos votantes.