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Renan Calheiros: governo “patrocina” criação do PL para “diminuir” PMDB

G1
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou ontem a tentativa de recriação do Partido Liberal (PL). Na opinião do peemedebista, o partido conta com "patrocínio" do governo com o objetivo de "diminuir o tamanho" do PMDB.
Lideranças peemedebistas dizem que o ex-prefeito de São Paulo e atual ministro das Cidades, Gilberto Kassab, está por trás de uma articulação para criar o PL e, posteriormente, fazer a fusão da legenda com o PSD, reforçando a base de apoio ao governo Dilma Rousseff e reduzindo a dependência do Planalto do PMDB.
"Isso (criação do PL) distorce o quadro partidário. O quadro partidário saiu das urnas. Os partidos têm o tamanho que têm porque conquistaram nas urnas. Como pode o governo patrocinar uma coisa que objetiva diminuir o tamano do aliado? Isso é um péssimo exemplo da reforma política", criticou Renan ao chegar ao Senado. Nesta quarta-feira, Kassab afirmou que PSD, partido do qual é presidente licenciado, e PMDB são "parceiros" políticos. Ele também disse que a decisão de fusão do PL ao seu partido atual "não passa" por ele. Segundo ele, apesar de serem partidos "muito próximos", o PL "terá sua identidade".
Também na quarta-feira, o Diário Oficial da União publicou a sanção de Dilma com dois vetos ao projeto que trata da criação de novos partidos. Um dos trechos vetados é o que determinava prazo máximo de 30 dias para políticos com mandato migrarem para uma nova legenda criada a partir de fusão sem serem enquadrados na lei de infidelidade partidária. Atualmente, a lei não deixa claro se a migração para uma legenda que se fundiu com outra se enquadra na lei de fidelidade partidária. Mas permite a migração no caso de criação de uma nova legenda. A medida favoreceria a fundação do Partido Liberal (PL) que, entrou com pedido de registro no TSE nesta terça – se tiver o registro aprovado, ficará apto a receber filiações de parlamentares.
Renan criticou a tentativa de recriação do PL e afirmou que é preciso "acabar com essa farra de criação de novos partidos."
"Nós precisamos que acabar com essa farra de criação de novos partidos. Principalmente de partidos patrocinados pelo governo, que pretende fazer a fusão para levar aliados. Do ponto de vista da articulação política do governo nos últimos meses, essa foi a pior criação", disse."Como pode, sob o Ministério da Educação, sob o Ministério das Cidades, criar-se um novo partido com patrocínio do governo, depois de uma lei clara proibindo a fusão aprovada no Congresso Nacional? Essa, do ponto de vista político, é insuperável".
Cunha
Na tarde de ontem, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a criticar o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que dificultaria a criação do PL. Segundo ele, o "apoio" do governo à formação do novo partido tem provocado "grande tensão" com o PMDB.
“O PMDB faz parte da aliança, mas o PMDB vem contestando a participação do governo na montagem desse partido. A razão do suposto apoio do governo a esse partido tem provocado grandes momentos de tensão entre governo e PMDB. Esperamos que seja corrigido”, afirmou o peemedebista.

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