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POLÍTICA

Um cenário difícil para os prefeitos em 2016

Altair Tavares Especial para o Diário da Manhã

A eleição de 2016, para prefeitos e vereadores, será de extrema dificuldade para administradores que estão no poder e para os que pretendem colocar sucessores. O cenário é de muita dificuldade para o atendimento às demandas da população, a reclamada queda na arrecadação e débitos não recebidos amplificam o ambiente que as gestões municipais têm que enfrentar. No processo eleitoral, será difícil pedir voto.
A conhecida dificuldade do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, está generalizada pelos municípios, com raríssimas exceções. De Catalão, chegam informações de bastidores que mostram a forte queda na avaliação do prefeito Jardel Sebba (PSDB). Enquete do Diário de Goiás, que conduzi, recentemente, evidencia a mesma situação para o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira (PDT), apesar das obras e serviços que têm adicionado à gestão. A lista é extensa e, pode-se afirmar, há poucos prefeitos com alto grau de aprovação.
Onde estaria o problema? Há um eleitor muito mais exigente que saiu do processo eleitoral de 2014 e que tende a cobrar muito mais na próxima eleição. A exigência pode até ser entendida como "impaciência". O fato foi bem avaliado pelo governador Marconi Perillo (PSDB), em entrevista esta semana, ao responder sobre a anunciada manifestação nacional do dia 15 de março.
Neste ambiente, os prefeitos chegaram a anunciar um fechamento de prefeituras por falta de recursos. Ou seja, para o eleitor, impaciente, é falta de competência. Fechar o órgão público mais perto do cidadão é agressão direta ao eleitor. E, de fato, nenhuma prefeitura levou a cabo essa situação, pois equivale a uma espécie de suicídio político.
Ainda haveria tempo para recuperação? Difícil dizer, pois o ambiente de cortes e limitação de recursos, ou queda na arrecadação, durante 2015 deve se manter. A fonte no governo federal já mostrou-se escassa. Do governo estadual, a insistência dos prefeitos para receber parcelas de verba da saúde e programa de transporte de estudantes, por exemplo, é histórica. O presidente da Associação Goiana de Municípios, Cleudes Baré (PSDB), afirmava de uma dívida de R$118 milhões no final de 2014.
Sem dinheiro, sem obras, sem reajuste de salários, sem asfaltamento, a atual geração de administradores municipais estão fazendo uma espécie de pós-graduação em cortes de despesas e contenção de gastos. E o que é que isso tem de bom? Os prefeitos precisam aprender, atuais e futuros, que administrar uma prefeitura é um exercício de eficiência de gestão. Precisamos de mais gestores, isso é fato. E o resultado eleitoral de 2016? Provavelmente, de muita renovação.

(Altair Tavares, radialista e editor do site Diário de Goiás.)

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