Home / Política

POLÍTICA

Aparecida de Goiânia 93 anos: modelo de gestão e apoio a quem precisa trabalhar

Adriano Montovani Especial para Diário da Manhã

A passagem do dia de hoje, quando Aparecida de Goiânia chega aos 93 anos é uma boa oportunidade para a reflexão sobre a importância da gestão planejada e a disposição para a busca de soluções em substituição as reclamações pela falta de recursos. Ao chegar por aqui em busca do ouro, que nunca foi encontrado no município, os pioneiros, capitaneado por José Cândido de Queiroz e sua mulher, Maria Elias de Deus viram outras potencialidades no lugar. Doaram então terras para a Arquidiocese de Goiás fundar um vilarejo, que atrairia tropeiros viajantes como pouso. Isso abriria espaço para a compra daquilo que os tropeiros traziam do Porto de Santa Rita do Paranaíba (hoje Itumbiara) e para a venda do que produziam aqui. Deu certo. O local se transformou em importante centro comercial. Os tropeiros traziam o que o Sudeste industrializava principalmente ferragens e tecidos e levavam gordura animal, queijos, polvilho, farinha, carnes salgadas, grãos entre outras coisas. No nascimento Aparecida já era vitoriosa na geração de trabalho e renda, ainda que de forma rudimentar, a exemplo de todos os lugares da daquele ano de 1922.

Entre o pouso de tropeiros, batizado pelos padres redentoristas de Vila Nossa Senhora Aparecida e os dias de hoje muita coisa se passou na história desse lugar. A característica de local gerador de trabalho e renda, vocação natural foi ficando para trás, graças à falta daquilo que os pioneiros tiveram, a visão. Vieram os veículos com tração mecânica, substituindo as bruacas dos tropeiros. Com eles veio, em 1933, Goiânia. A vizinhança tirou Aparecida do município de Grimpas (hoje Hidrolândia) para ser território da nova Capital do Estado. E quando veio a emancipação, chegou com ela o Sistema Prisional que Goiânia precisava, mas não queria abrigar. Faltava investimento, faltava competência e os problemas foram acumulando. Goiânia cresceu e atraiu famílias de todos os quadrantes do País. As mais pobres que não davam conta de pagar o aluguel e tão pouco de adquirir um imóvel, precisava de lugar para abrigo. Esse público criou um nicho de mercado para os imóveis de baixo custo. Próxima a Goiânia, Aparecida era o lugar certo. Apareceu a especulação imobiliária. Setores brotaram por todos os lados, sem nenhuma estrutura. As famílias moravam aqui, mas trabalhavam e consumiam em Goiânia. Nasceu assim a cidade dormitório. E ela foi crescendo e com o crescimento os problemas foram se multiplicando, sobretudo a violência urbana.

A choradeira foi à prática da maioria dos administradores. Alguns viam nas dificuldades enfrentadas pelo povo a facilidade para as práticas da corrupção. Mas como diz Jacques Rousseal "gente é sempre solução, mesmo quando parece problema". Era preciso apenas alguém para resgatar a visão dos pioneiros e se interessar pela promoção do desenvolvimento. A cidade está em posição privilegiado. É o portal de ida e vinda para as regiões Sul e Sudeste, pela BR-153. Está colada na Capital e tem mais de 500 mil habitantes. Esse alguém apareceu em 2008 e se chama Luiz Alberto Maguito Vilela. Eleito prefeito, ele cuidou de planejar a gestão iniciada em janeiro de 2009, para transformar Aparecida de Goiânia na melhor cidade do interior de Goiás. Ao invés de chorar a falta do dinheiro, criou uma secretaria para cuidar dos Projetos Especiais e a Captação de Recursos. Na pasta está Valéria Pétersen, exemplo de competência e capacidade, que anda sob o mesmo diapasão da entrega ao trabalho, honestidade e interesse pela cidade e o seu povo, que é por onde Maguito também caminha. Veio o asfalto para todas as ruas habitadas. Junto vieram a urbanização de praças e outros espaços, os Cras, Upas, creches, escolas, concursos para professores com pagamento do piso estabelecido por lei. Vieram projetos atrevidos capazes de gerar a credibilidade junto ao governo federal, que já investiu aqui nada menos do que R$ 2 bilhões. Chegaram a Escola Técnica Pró Vida, o Instituto Federal de Educação e está chegando o Campus da UFG. Aparecida já tem cursos de engenharia e medicina. Cinco instituições de ensino superior que oferecem mais de 30 opções de formação. Nesse universo revolucionário de realizações estava a visão de Rousseal sobre o ser humano. Os mais de 500 mil habitantes da cidade passaram a ser mostrados como mão de obra farta. Cidade bem estruturada, bem localizada, bem administrada e com fartura de mão de obra é chamariz para as empresas. Elas estão vindo e enquanto chegam a mão de obra vai sendo qualificada, equacionando a geração de vagas com a capacitação o desemprego vai sendo esvaziado e os índices de violência foram reduzidos drasticamente. Aparecida chega aos 93 anos com nada menos do que 109 mil, 950 trabalhadores com a carteira de trabalho assinada. Há outro universo de aproximadamente o dobro que ganha à vida em funções informais. São mais de 29 mil empresas instaladas no município. O Produto Interno Bruto já atingiu a marca dos R$ 7 bilhões.

Não são poucos os gestores municipais de outras localidades que mandam equipes à Aparecida para ver como deve ser administrado um município. Ficam sabendo que é preciso planejar com sabedoria e romper com a preguiça para executar com competência. Não há segredo. Não há fórmula mágica. É tudo uma questão de interesse pelo povo e pela cidade e aptidão para o trabalho. A cidade dormitório ficou para trás. A obra dos Eixos Estruturantes que vai unir um bairro ao outro e todos eles ao Centro Histórico da Cidade já está em andamento. O que a ocupação desordenada fez está sendo organizado. Num passado muito próximo havia constrangimento para alguns em dizer que morava em Aparecida – hoje há orgulho. Dessa forma, Aparecida e o seu povo estão de parabéns nessa passagem dos 93 anos. A cidade é modelo de competência na solução de problemas que chegaram a ser divulgados como sem solução. Parabéns Aparecida. Parabéns aparecidenses.

Adriano Montovani, formado em gestão pública e secretário de Trabalho, Emprego e Renda do Município de Aparecida de Goiânia

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias