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POLÍTICA

Quem defende direitos humanos não chora a morte de heróis

Ubiratan Reges Especial para o Diário da Manhã

A morte do soldado Pedro Henrique Teodoro é mais um triste capítulo inscrito nas estatísticas que fazem de policiais militares vítimas da escalada da violência, que tentamos conter e que ameaça toda a sociedade goiana. Vivo, o soldado Pedro Henrique foi o guerreiro que não se acovardou jamais diante do perigo e que honrou sua farda com distinção ao cumprir sua missão de defender inocentes que estavam sob ameaça. Morto, ele é o herói que nos lembraremos sempre com orgulho de termos tido valorosos combatentes como ele servindo de exemplo para os futuros homens e mulheres que venham a ingressar na nossa corporação.

Pedro Henrique, um jovem no fulgor da idade, aos 29 anos, era um dos mais preparados quadros de sua equipe e estava lotado no Grupo de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro), pelotão de elite que faz patrulhamento em motocicletas e que se destaca pela celeridade nas respostas de ocorrências e pela precisão nas ações contra a criminalidade. Pedro era um dos mais destacados e sempre foi merecedor de elogios de seus superiores.

Na noite do último sábado (4), ele estava na porta de uma boate no Setor Marista, em Goiânia, aguardando amigos quando um grupo de dois homens e duas mulheres pretendiam entrar no recinto trajando roupas inadequadas, como bermudas e chinelos. Inconformados com a repreensão dos seguranças da boate, os dois homens voltaram ao local com armas de fogo e iniciou-se um tiroteio envolvendo esses indivíduos e seguranças. Prontamente, obedecendo ao princípio para o qual foi preparado e imbuído do sentimento de proteção à sociedade, ele sacou de sua arma para defender os cidadãos inocentes que estavam sendo alvejados pelos indivíduos. Bem preparado, o soldado cumpriu com bravura a missão que todo policial militar assume de ser policial a qualquer tempo e em todo lugar.

O soldado Pedro Henrique, lamentavelmente, foi atingido por disparos e foi internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) em estado grave. Lamentavelmente, veio a falecer na noite de terça-feira após longa agonia. A Polícia Militar de Goiás perdeu um grande quadro, a sociedade de Goiás perdeu um excepcional combatente do bem e da Justiça e nós perdemos um grande amigo e irmão de farda.

Todavia, a certeza que fica incomoda e nos remete a profundas reflexões: se apenas o meliante tivesse sido vitimado, os militantes dos direitos humanos teriam provocado o maior alvoroço, protestando contra a PM e dizendo que ele teria sido alvo de execução e outras impropriedades maiores. Sempre que algum bandido é preso ou morto, em situação de confronto com as forças de segurança, ocorre dois tipos de manifestações: uma dos que insistem em afirmar que os policiais foram truculentos ou que abusaram da força e a segunda é que os bandidos eram vítimas do sistema que os excluiu e que eles não tiveram oportunidade para ser cidadãos plenos de direitos por lhes faltar educação, saúde, trabalho e assistência social. Pura enganação e argumentos falaciosos para justificar o injustificável.

A dúvida atroz que fica é sobre a gênese da ideologia que alimenta os movimentos de direitos humanos, e que os propiciam logística, movimentação, uso de equipamentos e internet para divulgação de ideários diversos para dizer que bandidos são coitadinhos e que policiais são truculentos e violentos.

A certeza que nos induz à convicção é que alguém está por trás dos movimentos de direitos humanos orientando e aplicando noções ideológicas que desmontam a sociedade e nos torna reféns de uma brutal e injusta inversão de valores. Há estudiosos mais atentos que sugerem uma situação terrível e preocupante: a de que os movimentos de direitos humanos que se emprenham com tanto denodo em defender marginais que perecem em confronto com policiais podem ser financiados justamente pelo crime organizado. Seriam como a parte operacional do crime fantasiada de defensores do estado democrático de direito e da cidadania, ou em bom português: os lobos em peles de cordeiros. Contudo, uma certeza é imutável e acompanha a humanidade desde tempos imemoriais: bandido é bandido e polícia é polícia.

A sociedade goiana e brasileira precisa acordar para essa dura realidade e parar de dar ouvidos a pseudodefensores da cidadania e dos direitos humanos, porque o que eles envergam são meias verdades, com a capacidade de confundir a opinião pública e tornar bandidos em vítimas e heróis em bandidos.

Que os exemplos de verdadeiros heróis, como o soldado Pedro Henrique Rodrigues Teodoro, sejam perenes para mostrar ao povo goiano que não se pode permitir que o crime triunfe e que nossos valorosos defensores sejam esquecidos.

(Ubiratan Reges de Jesus Júnior, tenente-coronel da Polícia Militar de Goiás, diretor do Colégio da Polícia Militar Hugo de Carvalho Ramos e presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar)

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