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POLÍTICA

Vanderlan é o nome da Casa Verde?

Marcus Vinícius Da editoria de Política&Justiça

Não há coincidência em política. A aproximação da senadora Lúcia Vânia (PSDB) e do empresário e presidente do PSB, Vanderlan Cardoso, não é obra do acaso. Se no Congresso Nacional PSB e PSDB estão juntos – como na votação do Projeto de Lei 4330/2004, que acaba com a CLT–, a parceria também se estende às eleições. Em São Paulo, os tucanos podem apoiar a candidatura da ex-prefeita Marta Suplicy (que troca o PT pelo PSB). Em Goiás, o mesmo deve acontecer, e Vanderlan Cardoso deve ter o respaldo do Palácio das Esmeraldas à sua provável candidatura à Prefeitura de Goiânia.

Nos bastidores corre uma pesquisa que teria sido encomendada pela Casa Verde dando conta de que Vanderlan tem boas chances na disputa. Pelo levantamento, o ex-prefeito de Senador Canedo teria 34% dos votos contra 37% de Iris Rezende (PMDB). Na apuração dos votos de Goiânia, nas eleições para o governo do Estado em 2014, Vanderlan teve 24,30% na capital contra 36,63% de Iris e 32,76% de Marconi. É claro que uma eleição é diferente da outra, mas não seria completamente improvável uma pesquisa que  colocasse Vanderlan em capacidade de enfrentar o ex-prefeito Iris Rezende.

Mas, como diz o ditado do futebol: “treino é treino e jogo é jogo”. Os fatores que pesaram na escolha dos candidatos ao governo em 2014 não serão os mesmos que irão interferir na decisão do eleitor na hora de votar em prefeito de Goiânia. Nas eleições para o governo do Estado, por exemplo, o governador Marconi Perillo estava em franco processo de recuperação de sua popularidade, deixando para trás os desgastes das Operações Monte Carlo e da CPI do Cachoeira.  Chegou às eleições como “tocador de obras” ancorado em R$ 18 bilhões disponibilizados pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT) através do PAC da Mobilidade, PAC do Saneamento e as operações de empréstimo do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, além, é claro, do acordo de recuperação da Celg (Centrais Elétricas de Goiás). Em 2016 serão as demandas específicas da cidade de Goiânia que irão mover o eleitor, e aí outros fatores pesam.

Disputa no governo

O cenário para 2016 pode ser o inverso de 2014. Nas eleições estaduais, como dissemos, o governador estava em ascensão, já o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), estava em descenso. Hoje o petista caminha para recuperação da popularidade, com muitas obras lançadas na cidade, folha de pagamento em dia e retomada do diálogo com partidos, lideranças classistas, sindicais e comunitárias. O governador, no entanto, tem pela frente um ano (ou mais) de dificuldades para equilibrar as finanças do Estado. Outro complicador é a própria base de sustentação – imensa –, com treze deputados federais, e com muitos possíveis candidatos a prefeito. Pelo PSDB, os federais Fábio Sousa e Delegado Waldyr têm pretensões, assim como o presidente da Agetop, Jaime Rincon. No PSD, os deputados Thiago Peixoto e Francisco Júnior são sempre lembrados. No PP, o deputado Sandes Júnior pode ser acionado para a quarta candidatura à Prefeitura de Goiânia.

Vanderlan pode se sobrepor a tantos candidatos da base governista? Se realmente as pesquisas forem verdadeiras, e os números se confirmarem, certamente causará impacto. Mas candidatos de governo são mais difíceis de serem “paridos” do que candidatos de oposição. O PMDB que o diga. Em 1992, governando o Estado, a Prefeitura de Goiânia e tendo três senadores, o PMDB quase implodiu quando da escolha do candidato à sucessão do prefeito Nion Albernaz. Quatro nomes se apresentaram: o presidente da Câmara, Pedrinho Batista, os deputados federais João Natal, Mauro Miranda e o deputado estadual Sandro Mabel. Em 1996, novo racha no PMDB, com a disputa entre os deputados estaduais Luiz Bittencourt e Barbosa Neto, que racharam a convenção do partido.  Com ou sem Vanderlan, a missão de Marconi Perillo em 2016 também não será fácil.

 No PMDB, Iris é favorito; no PT, três opções

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Iris Rezende é visto como candidato no Paço Municipal, seja pelo PMDB ou pelo PT. A coisa só complica para o prefeito Paulo Garcia se o cacique peemedebista resolver não ser candidato. Neste caso muitos nomes no PT e no PMDB surgem. Entre os peemedebistas, numa situação “pós-Iris”, o primeiro nome da lista é o do ex-deputado federal Sandro Mabel, que em 2014 foi o coordenador da campanha de Iris ao governo. O deputado estadual Bruno Peixoto e o vice-prefeito Agenor Mariano representam o sangue novo do partido na disputa, assim como o deputado federal Daniel Vilela, mais votado da legenda nestas eleições.

No PT, a deputada Adriana Accorsi teria vantagem na preferência dos militantes. Filha do saudoso prefeito Darci Accorsi,  e campeã de votos do PT em 2014 (43.424), Adriana Accorsi já mostrou que, a exemplo do pai, tem carisma e também é boa na hora de disputar uma eleição. Outra marca importante é a Segurança Pública. Primeira mulher a ser diretora de Polícia Civil em Goiás,  foi a primeira delegada a aplicar a Lei Maria da Penha no Estado e destacou-se à frente da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente) no combate ao tráfico de drogas, a pedofilia e agressões a crianças e mulheres.

O deputado estadual Humberto Aidar tem um trabalho consolidado na capital, onde já foi vereador em duas oportunidades e está no quarto mandato de deputado estadual.  Radialista e com fortes ligações com a Igreja Católica, sua candidatura tem aceitação em todas as correntes petistas. Bem votado nas eleições para deputado federal (58.865 votos), Edward Madureira também compõe o rol de possíveis candidatos do PT. O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás marcou época entre estudantes e a comunidade acadêmica e tem como marca a educação.

É sempre mais fácil para um partido ou um governo quando o “candidato natural” se apresenta. No caso de Goiânia, tanto o Paço quanto a Casa Verde têm esta ambição. Talvez a missão para o prefeito Paulo Garcia (PT) esteja mais fácil do que para o governador Marconi Perillo (PSDB). O tempo dirá.

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