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Históricos descartam  Baldy e optam por Afrêni

Militantes históricos do PSDB goiano resistem em transferir para a bancada federal o comando do partido, cuja eleição vai ocorrer dia 14 de junho próximo. Os tucanos estão divididos entre os que querem um presidente com mandato eletivo e os que preferem um dirigente sem exercício parlamentar.

O nome definido pelos seis parlamentares é o de Alexandre Baldy, mas está praticamente descartado, diante de forte reação interna, principalmente dos históricos da legenda. As críticas de Baldy ao trabalho da secretária Ana Carla Abrão (Fazenda), por conta da antecipação de recolhimento de tributos dos empresários, agravou a situação de Baldy na disputa interna pelo comando partidário.

A velha guarda já bateu o martelo: o nome para substituir Paulo de Jesus, na presidência estadual do PSDB, é o ex-deputado estadual por dois mandatos e atual diretor de Expansão da Saneago, Afrêni Gonçalves. No governo anterior, ele esteve próximo da primeira-dama do Estado, Valéria Perillo, como coordenador-geral da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Como funcionário do antigo BEG, Afrêni Gonçalves iniciou sua carreira política no governo de Henrique Santillo.

O ex-senador Cyro Miranda, atualmente na presidência da Goiás Parcerias, teve seu nome cogitado, há algumas semanas, mas não vingou.

A tese abraçada por membros da atual direção estadual, entre eles o presidente Paulo de Jesus, por deputados estaduais, prefeitos e presidentes de diretórios municipais, ex-parlamentares, ex-prefeitos é a de que o comando do PSDB em Goiás deve seguir com um tucano que não exerça mandato eletivo, fato que ocorre desde a criação da legenda, na década de 80.

O governador Marconi Perillo, maior liderança do PSDB goiano, ainda não se manifestou publicamente sobre a escolha da direção dos tucanos, mas já se manifestou a correligionários ser simpático à proposta de escolha de um militante que não exerça mandato eletivo.

O presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV Goiás), Marco Antônio Sperb, disse à coluna Giro, de O Popular, que a presidência do PSDB deva ser ocupada por uma pessoa de “ligações históricas” com as propostas implementadas pelo governo de Marconi Perillo. “É preciso evitar o debate pouco ideológico e muito no campo pessoal. Precisamos de um diretório com dedicação exclusiva. Os deputados podem ocupar outros espaços no partido”.

Já o presidente estadual do PSDB, Paulo de Jesus, afirma que o Congresso Nacional, neste ano, será “muito atribulado” e que os parlamentares podem ter dificuldades para conduzir as questões no Estado. “Está provado que, o presidente sem mandato eletivo, tem maior agilidade para atender às necessidades do partido, principalmente em relação aos chamados do interior do Estado”. O dirigente sustenta que não haverá restrição em relação à bancada federal do PSDB, mas apenas discussão em torno de “conceito de direção”.

Para manter a tradição de escolha de um presidente sem mandato eletivo, os históricos do PSDB devem apresentar o nome do ex-deputado estadual Afrêni Gonçalves para o cargo. Um tucano de alta plumagem assegura à reportagem do DM que o governador Marconi Perillo deu “sinal verde” ao nome de Afrêni Gonçalves.

Baldy articula

Deputado federal, Alexandre Baldy diz que, se eleito presidente do diretório estadual do PSDB, terá como principal missão organizar e fortalecer o partido visando as eleições municipais de 2016. “Não vejo incompatibilidade de exercer mandato parlamentar e a presidência do partido no Estado ou mesmo sendo candidato a prefeito de Anápolis, mesmo porque estarei tirando licença durante o período da campanha eleitoral”.

Alexandre Baldy teve a reprovação de deputados as suas pretensões de ocupar a presidência do PSDB, entre eles Manoel de Oliveira, Nédio Leite e Iso Moreira. Baldy reagiu de imediato: foi ao plenário da Assembleia Legislativa conversar com os parlamentares para “aparar arestas”. Ato contínuo, almoçou com parte da bancada estadual do PSDB.

O deputado federal Célio Silveira sai em defesa de Alexandre Baldy: “Nossa bancada federal está unida e vai apresentar o nome do deputado Alexandre Baldy para presidir o partido em Goiás. É uma falácia afirmar que deputado não terá tempo para cuidar das questões partidárias. Defendemos reoxigenar o comando do PSDB no Estado, que não deve ficar preso às mesmas pessoas”.

Já o deputado federal Waldir Soares propõe que o PSDB goiano siga os exemplos dos diretórios de São Paulo e Mineiro, entregues a um parlamentar. “Tucanos históricos já tiveram oportunidade em Goiás. Se o deputado não tem tempo para presidir o partido, como alguns afirmam, muito menos terão auxiliares do governador, porque precisam dar expediente nos cargos que ocupam no Estado, de segunda a sexta-feira”.

O deputado federal Fábio Sousa, em postagem no Twitter: “Deputado dá conta de ser presidente do PSDB em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Amazonas, Alagoas, Mato Grosso e Pernambuco, mas teria dificuldade em Goiás? Não tem sentido”. O deputado reclama que o processo de renovação do diretório estadual já deveria estar mais adiantado. “É claro que sem atropelos, mas quem tem a intenção de disputar a presidência precisa buscar o diálogo. Esse negócio de ungido não funciona”.

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