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POLÍTICA

Obama pede que combatam o câncer da corrupção

Da France Presse

O presidente Barack Obama pediu ontem que a África combata “o câncer da corrupção” para garantir um progresso contínuo, em seu discurso na União Africana. “Nada poderá desbloquear mais o potencial econômico da África do que o fim da corrupção”, afirmou Obama, acrescentando que a prática subtrai bilhões de dólares que poderiam ser usados para a saúde ou para criação de empregos.

Obama também afirmou que é hora do mundo deixar de lado os “velhos esteriótipos” em relação à África. “À medida que a África muda, eu peço ao mundo que mude sua abordagem da África”.

O presidente americano ainda condenou os líderes africanos que se recusam a deixar o poder. “O progresso democrático da áfrica também está em risco quando líderes se recusam a deixar o poder quando seu mandato termina”, afirmou. “Ninguém deveria ser presidente para vida toda”, enfatizou ainda.

Obama recordou que está chegando ao final de seu segundo mandato e que a Constituição americana o proíbe de concorrer novamente à presidência. “A lei é a lei e ninguém está acima dela, mesmo os presidentes”, ressaltou ante os chefes de Estado da UA, líderes da sociedade civil, religiosos e acadêmicos.

“Vou ser honesto com vocês, eu espero impacientemente pela minha nova vida após a presidência. Não terei todas essas obrigações de segurança, o que significa que poderei passear, passar o tempo com a minha família e retornar à África”, declarou.

“Não consigo entender por que as pessoas querem permanecer por tanto tempo” no poder, “particularmente quando têm muito dinheiro”, acrescentou.

O presidente americano apelo à UA a usar “sua autoridade e sua voz forte”, não apenas para condenar os “golpes de Estado e as mudanças ilegítimas de poder”, mas também para fazer com que os líderes africanos “respeitem as limitações do número de mandatos e suas constituições”.

“Quando um líder tenta modificar as regras no meio da partida, simplesmente para permanecer no cargo, ele expõe à instabilidade e à discórdia, como vimos no Burundi”, ressaltou.

A obstinação do presidente do Burundi Pierre Nkurunziza para concorrer a um terceiro mandato na eleição presidencial de 21 de julho, considerado inconstitucional por seus adversários, mergulhou o país em uma grave crise que deixou mais de 80 mortos.

Além do Burundi, vários líderes africanos procuram modificar disposições constitucionais que limitam o número de mandatos presidenciais, para permanecer no poder.

Terrorismo

Em seu discurso, Obama afirmou que os Estados Unidos ficarão ao lado da África para derrotar o terrorismo, alertando que o progresso do continente depende da segurança e da paz.

“A África enfrenta o terrorismo e o conflito, e quero que saibam que os Estados Unidos estão com vocês”, afirmou, destacando o perigo que representam grupos como os shebab da Somália, o Boko Haram na Nigéria, os insurgentes no Mali e na Tunísia, e os rebeldes do Exército da Resistência na África Central.

Após seu discurso, Obama deixou a Etiópia ao meio-dia, concluindo assim seu giro pela África, que o levou também ao Quênia, terra natal de seus antepassados.

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