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POLÍTICA

Parcerias agradam o povo e contrariam aliados partidários

Nos oito anos de mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as verbas federais foram partilhadas entre governos estaduais e municipais, independente das colorações partidárias de governadores e prefeitos. Com a presidente Dilma Rousseff (PT) também tem sido assim. E é por manter este espírito republicano que a presidente recebe apoios de partidos aliados e de oposição.

Em março deste ano, durante lançamento das obras do BRT Norte-Sul, em Goiânia, Dilma Rousseff teve manifestação de apoio do governador Marconi Perillo (PSDB). “Governo não faz oposição a governo”, declarou, agradecendo a parceria, que tem possibilitado várias obras como a duplicação e pavimentação de rodovias, com recursos do PAC da Mobilidade, a reforma do Aeroporto Santa Genoveva e a construção do Centro de Excelência do Esporte, pavimentação e restauração de rodovias, entre outras. A transferência de recursos da União para o Estado de Goiás chega a R$ 7 bilhões.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) e o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), são críticos à parceria administrativa entre Marconi e Dilma, assim como o senador Ronaldo Caiado (DEM). Mas, para além dos embates da política, os interesses da população falam mais alto, principalmente quando recursos federais são aportados na ordem de milhões de reais para ampliar as ligações de água e esgoto e construir estações de tratamento em vários municípios.

marconi

Em Goiânia

O pragmatismo do governador Marconi Perillo (PSDB) influenciou a reaproximação administrativa entre o governo do Estado e a Prefeitura de Goiânia. O resultado são ações conjuntas, como a reforma da Praça Cívica, e parcerias na mobilidade, como os viadutos que facilitam o trânsito nas saídas de Trindade e de Nerópolis. No PMDB, é vista com desconfiança esta relação republicana entre o prefeito Paulo Garcia e o governador Marconi Perillo.

Recentemente, o petista e o tucano vistoriam as obras do BRT na Avenida Goiás Norte e as obras do Parque Macambira/Anicuns. A convite do governador, o prefeito também participou da inauguração do Hugol – Hospital de Urgências Governador Otávio Lage Siqueira, na região Noroeste.

Na Câmara Municipal de Goiânia, a parceria entre os governos do Estado e município tem gerado maior diálogo entre prefeito e vereadores de oposição, numa contraposição ao início do mandato, onde o conflito marcava a relação entre o Paço e os edis aliados ao governo do Estado.

Aparecida e Anápolis

Os peemedebistas também torcem o nariz para a relação entre o prefeito Maguito Vilela (PMDB) e o governador Marconi Perillo. Nesta semana, ambos participaram da inauguração de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Aparecida de Goiânia. Não por acaso, o primeiro Credeq (Centro de Recuperação de Dependentes Químicos do Estado) está sendo construído em Aparecida de Goiânia.

Em Anápolis, o prefeito João Gomes (PT) também cultiva boas relações com a Casa Verde. Assim como o seu antecessor, Antônio Gomide (PT), o prefeito João Gomes separa as coisas da política dos interesses da administração e tem celebrado convênios importantes entre a prefeitura e o governo do Estado. Neste ano, Anápolis pode receber importantes benefícios com o término das obras do Centro de Convenções o Aeroporto de Cargas, ao mesmo tempo que o governo federal e a prefeitura invistam recursos na recuperação de mananciais hídricos, construção de parques e em obras de infraestrutura.

Eleições

As parcerias administrativas podem desdobrar em alianças políticas. Dificilmente. Mas não impedem acordos pontuais. Num segundo turno em Goiânia, onde, hipoteticamente, estejam de um lado uma chapa apoiada pelo ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) e o senador Ronaldo Caiado (DEM) e do outro lado um candidato respaldado pelo prefeito Paulo Garcia (PT), qual destes palanques terá o apoio do Palácio das Esmeraldas? Alguma dúvida?

Em Aparecida de Goiânia e Anápolis esta lógica pode prevalecer? Talvez sim, talvez não. Em ambas cidades, os seus respectivos prefeitos são bem avaliados. Maguito Vilela tem tudo para fazer o seu sucessor, e João Gomes possui as condições para sua reeleição. É provável que o Palácio das Esmeraldas não se envolva diretamente nestes pleitos, em que pese as candidaturas de aliados nestes municípios.

O bom relacionamento entre as três esferas de governo em Goiás é um exemplo que deve ser olhado de perto pelos pregadores de golpes e impeachment. A descontinuidade administrativa provoca mais prejuízos do que benefícios à população. Num país que necessita de muitos investimentos em infraestrutura, saúde e educação, as parcerias que constroem estradas, erguem hospitais e vilas olímpicas devem ser vistas como demonstração de respeito ao voto do eleitor.

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