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POLÍTICA

Prefeitura reconstruída

Após a cassação do prefeito de Itapaci, Francisco Olizete Agra (PMDB) em setembro, a atual administração estabeleceu prioridades para superar os problemas encontrados. O atual prefeito, Walgney Gonzaga de Castro (PTC) colocou como meta principal o pagamento do funcionalismo dentro do mês trabalhado. “Devagar vamos conseguindo colocar ordem nos problemas que encontramos e com austeridade chegaremos ao objetivo de equilibrar a administração”.

O descontrole das contas foi o grande desafio encontrado pela atual gestão, principalmente com o atraso na folha de pagamento dos funcionários municipais e gastos considerados inexplicáveis. “A situação que encontramos era caótica e ficamos até assustados com os casos que descobrimos após retomar a gestão da prefeitura. Mas, devagar vamos colocando as coisas no lugar”.

Ney Boa Safra, como é conhecido o atual prefeito era o vice de Olizete, mas garante que não tinha conhecimento de nada do que se passava na administração durante o período de Olizete. Aliás, esse era apontado como “prefeito de direito”, por ser titular do mandato, mas que o “prefeito de fato” era seu filho, Francisco Agra Filho, o Lilo. Os dois foram processados pelo Ministério Público por delitos como falsidade ideológica, formação de quadrilha, corrupção passiva e usurpação de função pública. Decisão do Tribunal de Justiça afastou Olizete do cargo por um período antes que a Câmara fizesse a cassação formal do mandato.

Por oito votos a três os vereadores cassaram o mandato de Olizete Agra e mostraram à população o que foi descoberto durante as investigações. “Estamos diante de um dos maiores casos de desvio de dinheiro de uma prefeitura em termos proporcionais da história de Goiás”, disse um vereador durante o processo de cassação. A comissão processante descobriu situações consideradas hilárias e que estão com o Ministério Público para ações judiciais.

Inexistentes

A Prefeitura de Itapaci efetuou compras e pagou para uma microempresa registrada em Aparecida de Goiânia – Call Center Celulares - pouco mais de R$ 2,4 milhões. As notas fiscais emitidas têm como registro de vendas placas para computadores, aparelhos eletrônicos e outros insumos para informática. Entretanto, no endereço onde funcionaria a empresa, uma única porta no Setor Garavelo, o local está desocupado há vários meses, como disseram os vizinhos para os vereadores.

Os fornecedores para a Prefeitura de Itapaci eram em sua grande maioria de cidades do interior de Goiás ou da Região Metropolitana de Goiânia. As notas fiscais eram em sua grande maioria de valores que giravam em torno de R$ 7,5 mil, valor suficiente para ser enquadrado em dispensa de licitação, como comprovaram os vereadores.

Os pagamentos eram feitos em cheques, ordens de pagamento e transferências eletrônicas. Outra empresa de fachada que faturou milhões com a Prefeitura de Itapaci, Mega Comércio e Serviços Ltda, também tem sede informada na nota fiscal em um endereço de Aparecida de Goiânia, mas no local não funciona nada. Dessa empresa a gestão de Olizete teria comprado água mineral em galão de 20 litros, gás de cozinha, açafrão em pó, barbeador, garrafa térmica e amaciante de roupa. Tudo pretensamente vendido em Aparecida de Goiânia e entregue em Itapaci, distantes quase 300 quilômetros.

A reportagem procurou o ex-prefeito Olizete Agra e seu filho Francisco Agra Filho sem sucesso. No telefone 8563-XXXX não foram atendidas as ligações nem houve retorno.

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