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POLÍTICA

Deixa com Vecci que ele resolve

– Deixa pro Pepe que ele dá conta.

A frase era comum entre os estudantes de Itauçu. José Ananias Alves se lembra de Giuseppe Vecci criança, quando ambos foram aprovados na concorrida e forte admissão para a então escola das freiras, o Instituto Cristo Rei. Giuseppe, o Pepe, dava conta de todas as disciplinas:

– O Pepe era muito inteligente e estudioso – relembra Ananias ao conversar com uma turma de amigos na porta do Salão do Olício, na rua da Prefeitura de Itauçu, perto do ponto de táxi onde fica o Gol do Canarinho.

Quando as pessoas ouvem a referência a Pepe, querem contar uma história vivida ao lado do filho ilustre da cidade. E vai juntando gente. As vozes mudam, mas as palavras permanecem: todos definem Vecci como inteligente e estudioso.

– Deixa pro Vecci que ele dá conta.

Edinaldo Antunes, o Canarinho, concorda que “o Pepe dá conta de tudo que vai fazer”. O Gol do Canarinho, ao contrário do que o nome pode indicar, não se refere ao momento máximo do futebol – assim como se discute nas rodas de conversa em Itauçu se o Pepe de Giuseppe vem do companheiro de Pelé. Quando Pepe era criança e avermelhava a pele muito branca nos campinhos de Itauçu, o Pepe jogador brilhava no Santos e na Seleção. Alguns juram que um deu apelido ao outro. O Pepe de Itauçu é craque, mas em outros “esportes”: planejar, elaborar estratégias, executar orçamento, arquitetar projetos. Voltando a Canarinho: seu Gol é um táxi, no qual carrega grande parte da história do município. E de Vecci.

– Eu era custoso demais e o Pepe era quietinho, na dele, só estudando, inteligente que só ele. Por isso ele consegue o que planeja. E ele planeja desde que éramos meninos brincando aqui no Largo da Igreja – diz Canarinho enquanto circula com seu táxi a praça da matriz de Itauçu.

Um fruto de planejamento de Pepe ainda criança foi alçar voos maiores. O primeiro, rumo a Goiânia. Saiu para a Capital no aniversário de 15 anos e o 14 de janeiro de 1972 não é esquecido. Entre os amigos se narram detalhes da mudança, o chorereu dos colegas, as promessas de voltar todo fim de semana, a confirmação de estar preparado para um teste ainda mais difícil que a madureza ginasial no colégio das freiras. Queria ser aluno no Lyceu de Goiânia. Cumpriu os compromissos. Um, totalmente: conseguiu entrar no Lyceu. Outro, parcialmente: naquela época, era difícil ficar se locomovendo nos 70 quilômetros entre a capital e o armazém do pai, Joaquim Vecci, às margens da GO 070, na saída para Itaberaí.

A conversa na porta do salão se anima porque os presentes e chegantes têm algo em comum: uma história de Vecci para contar. Felizmente para ele, todas envolvendo estudo e inteligência – tá, tudo bem, às vezes um pouco de traquinagem do menino Pepe, nada que um puxão de orelhas (no tempo em que o politicamente correto permitia os corretivos) não resolvesse.

Essencial nas gestões de Goiás        


– Deixa pro Vecci que ele dá conta.

O mantra virou slogan informal na oposição logo após a vitória de Marconi Perillo em 1998. Quando PMDBistas diziam que o jovem eleito governador fracassaria ao reconstruir o Estado, sacava-se o argumento de que os marconistas contavam com o Pelé do planejamento estratégico.

Até merecer esse nível de confiança, Giuseppe Vecci passou um quarto de século dando orgulho ao pessoal de Itauçu:

– Ele subiu porque é inteligente, estudioso e filho da professora Mariinha – Amélia Fonseca Silva acrescenta um adjetivo ao menino que viu crescer, inclusive por ter crescido como aluna da mãe, recordada por ela com um dicionário inteiro de elogios.

O filho da professora Mariinha Rosa, de fato, não parou de subir, sempre com os próprios esforços. Não foi o músico que o pai esperava ao batizá-lo em homenagem ao compatriota Giuseppe Verdi. Seu talento é para a gestão pública, palco em que se consagrou como maestro. Foi o que demonstrou nos governos de Marconi, como secretário de Planejamento, Gestão, Desenvolvimento, Fazenda.

Vecci foi fundamental para os investimentos do governo de Henrique Santillo em Saúde, Educação, Cultura.De sua prancheta saíam os quadros, depois convertidos em obras.Do computador de Vecci, saíram os planos de ação que possibilitaram a Goiás fazer e/ou refazer 25 mil quilômetros de rodovias, 41 estações de água e esgoto, 12 aeroportos, a Universidade Estadual (UEG).

De sua pasta saíram a ideia e a realização do Vapt Vupt, a maior revolução no serviço público de Goiás desde o governo de Mauro Borges.De seus cálculos emergiu o sim para implantação de programas premiados (e imitados) como a Bolsa Universitária, a Renda Cidadã e os cheques para moradias.Deixaram com Vecci – e ele deu conta.

Visão de futuro em Goiânia


– Deixa com o Vecci que ele dá conta também aqui no ministério.

Henrique Santillo tinha a respeito de Giuseppe Vecci a mesma opinião que Edinaldo Antunes, o Canarinho. O respeito de Santillo por Vecci foi construído desde que era senador, se cristalizou no governo e aumentou quando parceiros na equipe de Marconi.

O Pepe do Santos brilhou com a camisa canarinho; o Pepe amigo de Canarinho vestiu a camisa da competência também no governo federal, no qual dirigiu a Secretaria de Assistência Social, que tinha status de ministério.

O mesmo sucesso se repete na iniciativa privada. Se não foi o compositor almejado por Joaquim, é o professor sonhado por Mariinha. Espalhou tamanho êxito ao profissionalizar os alunos de seu instituto que Cambury virou sinônimo de qualidade no ensino – como Maria Rosa no colégio José Ludovico. O José Ludovico agora é Visão de Futuro; o instituto agora é faculdade. E visão de futuro é o outro nome de Vecci.

Na faculdade Cambury, foram mantidos o nível e o interesse do alunado. O mesmo ocorreu nos demais ramos em que investiu: joias, turismo, plantas, decoração. A experiência vinha de berço – ou muito pouco depois, ajudando pai, mãe e avó. Trabalhando desde cedo, desde sempre.

Assim, com visão de futuro, o Vecci empreendedor virou destino de palavras tão bonitas quanto o Vecci da gestão pública. Quem o acompanha diz que continua estudioso e inteligente, tanto que seu presente de 50 anos foi... estudar. Estudar inglês. Ficou um semestre no Canadá, aprimorando o idioma. Esteve também na Itália de Verdi, mas na província dos antepassados, a Toscana (o xará é de Parma), terra de outro fabuloso compositor, Giacomo Puccini. Ao visitar os parentes, Giuseppe Vecci achou tudo muito bonito, histórico etc. e tal, mas o futuro em sua visão estava do outro lado do mundo, no Brasil. Os Vecci escolheram Goiás, o Vecci escolheu Goiânia.

Na Capital, Giuseppe Vecci continuou sendo uma indústria de ótimas notícias. As boas novas são discutidas nas rodas de conversas em Itauçu, inclusive nas proximidades do Salão do Olício.

– O Pepe conseguiu por ser estudioso e inteligente – diz o próprio Olício Honorato. É só deixar com o Vecci.

Um exemplo para os jovens


– Segue o Vecci que o caminho é esse.

Guardadas as proporções, Giuseppe Vecci fez como o xará Verdi e o conterrâneo Puccini. Ao sair de sua terra, teve o talento ampliado pela geografia e o exemplo seguido por diversos. O motorista José Ananias Alves insiste com Olício Honorato, o do salão, para lançar a candidatura “do seu menino a vereador”. O menino de Olício é Luís Fernando, possuidor de características como as de Vecci, que Ananias considera perfeitas para ser seguidas:

– O menino dele fala bem, estuda muito, é inteligente e gosta de política – qualifica Ananias. – É um novo Pepe.

Olício agradece os elogios ao filho e repete a história que o repórter checou com itauçuenses na fila da agência lotérica, próximo à barbearia do pai homenageado.

Há cinco anos, o então secretário Giuseppe Vecci estava em Itauçu, na praça em frente ao salão, reunido com políticos da cidade. Alunos e professores locais escolheram Luís Fernando para representá-los no comício. Em vez de loas (aliás, a Loas, a lei que beneficiou milhões de brasileiros, foi feita por Vecci, na época em que era diretor de Assistência Social do governo federal), Luís Fernando teceu uma reivindicação. Narrou o estado de uma escola e sugeriu as benfeitorias. Aplausos generalizados – ao tema e, sobretudo, ao orador.

Em sua cadeira de barbeiro já se sentaram padres, juízes, delegados e congressistas, mas Olício não quer o filho ocupando assento na Câmara de Vereadores:

– Ele tem que fazer igual ao Pepe: primeiro, estudar, se realizar profissionalmente e, quando estiver com a vida feita, talvez entrar na política.

– O menino é tão parecido com o Pepe que é até coroinha.

Realmente, Vecci ajudava nos trabalhos da Igreja em Itauçu. Realmente, Vecci havia sido estrela de governos estadual e federal, passado com sucesso por dois poderes em âmbito nacional, e só então resolveu testar nas urnas o alcance de suas obras. Em 2014, obteve 120.283 votos no Estado, vitória maiúscula para um estreante. Em Goiânia, 18.524, apenas três entre os eleitos tiveram mais eleitores. Também só três à sua frente no Estado. Foi campeão em Itauçu (1.512), contando inclusive com os presentes ao Salão do Olício. Só não teve o voto de Luís Fernando por uma impossibilidade prática: o menino do Olício agora que está com 13 anos.

Biografias semelhantes unem Vecci e senador Wilder


O senador Wilder Morais morou em Itauçu, onde foi professor e sócio de escola. Bom, não era exatamente uma Cambury, mas a Escola Elite de Datilografia. Bom, não era exatamente de elite: tinha meia dúzia de máquinas de escrever (digite – ou datilografe, como quiser – no Google “Dos lambaris à Orca” e conheça a história da escola). Bom, mas Wilder ainda era o Pedrinho de Taquaral quando teve alunos e escola na cidade de Pepe, que só chegou a ter alunos e escolas quando já era Vecci. Bom que ambos tenham atingido seus objetivos lutando com as armas da eficiência e da eficácia, da transpiração e da inspiração.

Nasceram em cidades vizinhas – de Itauçu a Taquaral, 23km e um trevo (onde nasceu o Ananias, o colega de Vecci na madureza, que realmente era má e dureza). Porém, o que mais os aproxima são as biografias e os propósitos.

As famílias? Os Morais e os Vecci sempre foram muito humildes; inclusive, no aspecto financeiro.

Os pais? Joaquim (o de Vecci) e Natalino (o de Wilder), já falecidos, deixaram como heranças a amabilidade e o espírito empreendedor, como negociantes natos.

As mães? Ambas Maria, ambas seguidas de louvação apropriada: Maria Rosa (a de Vecci) é descrita como uma flor de pessoa e Maria Angélica (a de Wilder) é, segundo o senador, o incansável anjo protetor da família. Vivas e fortes, ajudaram a criar e formar os filhos ao pé do quadro-negro (Mariinha) e da máquina de costura (Angélica).

As escolas? Sempre públicas.

As faculdades? Ambos superaram dificuldades extremas quando estudaram na PUC-GO (Vecci, economia; Wilder, engenharia civil). O maior dos obstáculos, as mensalidades.

O Congresso Nacional? Vecci e Wilder entraram na política quando já estavam realizados na vida particular, como o pai recomendou ao filho em Itauçu.

Os ideais? Ambos defendem as liberdades, o empreendedorismo, a seriedade, as oportunidades, a ética, a cidadania, o mérito como critério, o respeito aos valores pregados pelos pais.

 Wilder e Vecci são amigos de longa data – tão longa quanto a lista de semelhanças nas aspirações políticas:

melhorar a infraestrutura (energia elétrica de qualidade e a preço baixo, recursos para estradas, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos);

aprimorar as leis para conter a violência e as injustiças;

investir em mobilidade urbana, num conjunto de medidas com efeitos na saúde, no meio ambiente, enfim, na qualidade de vida;

proporcionar Educação de alto nível, para que meninos estudiosos e inteligentes como Pepe e Pedrinho se tornem adultos realizados e realizadores como Wilder e Vecci.

Além da Cambury, faculdade com cursos superiores realmente superiores, Vecci tem empresa de joias e gemas – e é como trata as causas que viraram suas bandeiras, como pedras preciosas às quais basta burilar e priorizar. Além da Orca construtora, Wilder tem hotel – e é como as pessoas se sentem ao conhecer a sua história, como se estivessem na própria casa, no conforto de uma vida que se tornou vitoriosa graças à determinação, pois para isso participa da política: para formar vencedores tanto entre os habitantes de cidades grandes como Goiânia quanto em municípios em crescimento, como Itauçu e Taquaral.

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