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PMDB chega dividido à convenção

O PMDB, maior partido de oposição em Goiás, realiza, hoje, convenção para eleger o diretório estadual (e consequentemente, a executiva e presidência), em clima de disputa interna entre maguitistas e iristas. 240 delegados vão participar (serão dois deputados federais, cinco estaduais e representantes de diretórios municipais). A convenção será realizada das 9 às 17 horas, na sede do partido, região central de Goiânia.

O deputado federal Daniel Vilela, filho do ex-governador e prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, aliado do ex-governador Iris Rezende, lideram as chapas para o diretório e colocam seus nomes como opção para a presidência da executiva estadual, a ser eleita em seguida.

Ex-prefeito Nailton de Oliveira nega que a sua intenção seja a de “melar” a convenção de hoje: “Não iremos solicitar a suspensão da convenção na Justiça.” O candidato a presidente diz que espera que a direção do PMDB não permita que delegados de diretórios municipais, em situação irregular, venha a ter direito a voto na convenção de hoje. “O diretório que estiver irregular, deve ficar de fora da votação.”

A rivalidade é grande e o clima tenso no partido, desde o cancelamento da convenção, em outubro do ano passado, quando existiam três candidatos à presidência: Daniel Vilela, José Nelto e Nailton de Oliveira. Provocada, a Justiça suspendeu a convenção do PMDB.

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Desta vez, o ambiente é de confronto, já que, semana passada, a temperatura subiu com briga na sede do PMDB: deputado estadual Paulo Cezar Martins e Pablo Rezende e aliados da juventude provocaram confusão, com agressões físicas e quebra de celulares e até tiro dado por um segurança, quando atas de diretórios municipais foram subtraídas.

A comissão provisória estadual do PMDB, presidida pelo deputado federal Pedro Chaves, reuniu-se ontem à noite para apreciar pedido de impugnação de 40 registros de diretórios municípios, apresentado pela chapa liderada por Nailton de Oliveira. A alegação é a de que os delegados desses diretórios não podem votar na convenção de hoje por estarem ilegalmente constituídos.

Os ex-governadores Maguito Vilela e Iris Rezende asseguram que estão fora da disputa interna do PMDB para a escolha do comando partidário. “Eu defendo a renovação, sangue novo no PMDB, mas dentro do espírito de unidade, pois dividido o partido não consegue vencer as eleições que se aproximam, tanto em 2016 quanto em 2018”, sustenta Maguito Vilela. Iris Rezende, por sua vez, ressalta que acompanha o processo de eleição do PMDB e que vê, com “naturalidade” a disputa interna. “Como não houve consenso, a disputa é democrática. Eu não apoio nenhum candidato e quero que o PMDB preserve a sua unidade”.

O deputado federal Pedro Chaves afirmou ao Diário da Manhã que não há risco de a convenção ser suspensa pela Justiça, a exemplo do que ocorreu em outubro do ano passado. “Tomamos todas as providências para que a convenção seja realizada amanhã(hoje). Os prazos estão sendo cumpridos dentro do estatuto partidário. Queremos realizar uma convenção democrática e transparente.”

                             Renovação


Com apoio de dois deputados federais, cinco estaduais e 25 prefeitos, Daniel Vilela, candidato à presidência do PMDB, diz que o partido precisa renovar-se, apresentar um “novo discurso” à sociedade, caso queira chegar em condições de vencer as eleições municipais e estaduais em Goiás. O parlamentar condena o “clima de hostilidades” e diz que os peemedebistas precisam exercitar a “democracia”, escolhendo, no voto, os seus dirigentes. “Vamos realizar uma convenção festiva, democrática e transparente, mesmo havendo disputa de duas chapas para o diretório estadual.”

O líder do PMDB na Assembleia Legislativa, José Nelto, diz que a previsão de vitória da chapa liderada por Daniel Vilela é de “70%, no mínimo, e de 81%, no máximo” para o diretório estadual. “Vamos derrotar, no voto, Nailton de Oliveira e seus aliados, como Iris Araújo, Genésio de Barros, Lázaro Barboza, Luiz Soyer e tantos outros que não querem a renovação e nem a sacudida do PMDB em Goiás.”

Já o ex-prefeito Nailton de Oliveira afirma que, ao questionar a legalidade de registro de delegados de 40 diretórios municipais, o fez para que a convenção seja realizada dentro de um ambiente “democrático e transparente.” Nailton reprova a prática política “arcaica e absoleta” defendida por alguns membros do PMDB. “Essa gente precisa modernizar-se e atuar para que o PMDB venha a ser um partido democrático e sintonizado com a boa prática política.”

Numa referência ao deputado Paulo Cezar Martins, Nailton de Oliveira disse a prática política voltada para a “truculência, autoritarismo e atraso” já está superada. “Eu me candidatei a presidente do PMDB para defender uma nova prática política, moderna, transparente, ao contrário dessa gente que ainda está no século 19, quando o coronelismo, o apadrinhamento político prevalecia e que se ganhava as eleições no grito ou na bala.”

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