Home / Política

POLÍTICA

Engenheiro Wilder Morais encarna perfil de outsider na política goiana

Dentre os mortos e feridos pela Operação Lava Jato ou citados nas intermináveis listas de corrupção não figura o nome do senador Wilder Morais (PP). Incólume diante de qualquer denúncia, com um mandato a todo vapor, o empresário que se transformou senador parece ter fôlego para encarnar a nova imagem da política. O perfil do parlamentar é disputado nas legendas: ex-secretário de Infraestrutura, técnico, vencedor e histórico de nenhuma acusação.

A cientista política brasileira Nara Pavão, doutora e pós-doutora pela Universidade de Notre Dame (EUA), diz que a política brasileira daqui para frente terá que conviver com os chamados ‘outsiders’ em detrimento dos “velhos” caciques partidários. Ou seja, pessoas que não habitam a política profissionalmente e que não desejam fazer dela uma carreira serão cada vez mais chamadas a ocuparem cargos de destaque. 

Para a pesquisadora, os casos de corrupção reforçaram o “cinismo político”, característica de uma população que opta em pinçar nos segmentos sociais quem realmente apresenta um histórico de sucesso pessoal, atuação ilibada e que seja “de fora da política”.

Em Goiás, o perfil que melhor se adequa a este modelo emergente é o do senador goiano. Engenheiro civil, um dos maiores construtores de Carrefour no mundo, vencedor na vida pelos próprios méritos, Wilder Morais entrou para a política por dois motivos: desburocratizar o país [o senador não tolera a expressão burocracia] e fazer transformações na vida das pessoas [na infância, no interior de Goiás, Wilder sobreviveu a extrema pobreza. Não sabia quantos dias teria em sua casa, devido as constantes mudanças impostas pelas dificuldades financeiras].

O político progressista é um dos parlamentares com maior número de projetos apresentados no Congresso Nacional. Eleito congressista do ano pelos jornalistas de política goianos, o senador tem se destacado como articulador e legislador na área de tecnologia, meio ambiente, segurança pública, empreendedorismo e educação.  É leal ao governador Marconi Perillo e atua em importantes encargos nacionais, como o comando da Comissão de Obras Paradas.

Nome em ascensão na base aliada do governador Marconi Perillo, ele é um dos primeiros a sair publicamente em defesa do gestor.  Afirma que o político tucano já foi alvo de acusações injustas e que conseguiu se sobressair diante do denuncismo histérico.

Para agradecer as oportunidades que teve na vida, durante o exercício deste mandato, estabeleceu um compromisso: realizar palestras em faculdades e distribuir livros. Nos eventos, diz que a senha é a “determinação”.  Wilder assina as publicações e passa uma energia positiva aos estudantes que conhece.   

Natural de Taquaral (GO), após iniciar engenharia civil em Goiânia, Wilder foi de estagiário a dirigente máximo de uma construtora. Depois, criou a sua própria empresa. Durante uma crise financeira do país, na virada das décadas de 1980 para 1990, bastante semelhante a esta, ele ousou e com o limão fez uma limonada. Começou fazendo pequenas obras do Carrefour, como banheiros e postos de gasolina.  Um dia criou coragem e foi até Paris, na França, sede da empresa, e pediu para tomar conta da construção dos prédios do hipermercado no país.  Em pouco tempo, passou a construir obras na América Latina. Em poucos anos tornou-se um dos maiores fenômenos da construção civil em obras de iniciativa privada. É preciso repetir: sem contratos públicos.  

Em entrevista ao Diário da Manhã, numa longa visita ao jornalista Batista Custódio, em que conversou sobre princípios políticos, meio ambiente e bastidores, o engenheiro civil assumiu que deseja permanecer na política por mais um mandato, analisa a crise institucional do Brasil e ressalta seu compromisso com diversos segmentos goianos.

“Fuja de marqueteiros”, aconselhou Batista.  “Comigo isso não funciona, Batista”, devolveu o engenheiro civil.  O DM publica agora trechos da entrevista.

DM – O senhor faz parte da base. É considerado um dos expoentes desse grupo que costuma vencer as eleições em Goiás. Na disputa de 2016, foi a coligação que elegeu maior número de prefeitos. Todavia, o líder da base, governador Marconi Perillo, aparece como um dos suspeitos na lista da Odebrecht. Como o senhor analisa isso?

Wilder Morais -  Não custa nada lembrar que é preciso constituir um processo, permitir o contraditório e o devido processo legal. Marconi ainda não teve direito a nada disso. Falam dele. E falar é fácil. Não custa nada lembrar: o governador já passou por um teste na época da Operação Monte Carlo. Então, acho que a maneira de superar tudo isso aí é trabalhando. É algo que ele sempre fez. Marconi está ao lado da verdade e com ela justifica tudo. É o líder maior do estado de Goiás e vai nos surpreender. É um tema jurídico. E como tal precisa de formalizações, explicações, documentos. Gostaria de lembrar o rumoroso caso da Escola Base, em São Paulo. Falaram, falaram na imprensa e não provaram nada.  Lembra-se do ex-deputado federal Ibsen Pinheiro? Enxovalharam sua reputação e perdemos um político de estatura na República. O governador Marconi vai se defender quando existir um processo, uma acusação, algo concreto e vai provar sua inocência.  Até agora não existe nada formal neste caso.

DM – O PP é o segundo maior partido da base e terceiro maior do Estado, atrás do PSDB e PMDB. Como a legenda se comportará em 2018?

Wilder Morais – O PP tem hoje 24 prefeitos. Em 2016 participamos de 180 campanhas vitoriosas e o nosso partido esteve formalmente em 108 chapas que ganharam prefeituras.

DM – O PP tem direito a um lugar de destaque na base aliada em 2018?

Wilder Morais - O PP é um partido leal. Ele faz parte da base. Foi o primeiro que apoiou, em Goiânia, o Vecci, que era o candidato do PSDB. Fizemos o mesmo com José Eliton, que é nosso candidato em 2018. Naturalmente, vamos trabalhar muito, queremos participar do mandato caso o candidato da base seja o eleito.

DM – O senhor disputará reeleição em 2018?

Wilder Morais – Tenho trabalhado muito para isso. Meu nome está colocado aí. Quero ser candidato à reeleição, mas essa discussão está muito longe ainda. Muita coisa pode acontecer. Tenho certeza só de uma coisa: vou continuar trabalhando muito mais até 2018 para que possa ser candidato ao Senado pela base aliada.

DM -  Como o senhor analisa o Brasil um ano depois do impeachment?

Wilder Morais - Olha, o presidente Michel Temer tem trabalhado. Verdade: muitas vezes com medidas impopulares, decisões realmente duras. Mas acredito muito no país. Não tem jeito: as reformas precisam ser feitas. Acredito que até o final do ano podemos chegar a outro país. O Brasil já começa a crescer. Espera-se no final do ano uma inflação de 4% e quem sabe taxa juros de 8 a 9%, de um dígito. Espero que em 2018 possamos estar realmente melhores.

DM – Burocracia é um dos temas que o senhor tem debatido bastante em seu mandato. O que pode ser feito para desburocratizar o país?

Wilder Morais – Tive a oportunidade de ser convidado pelo presidente Temer para relatar as primeiras medidas provisórias que tratam da retomada do crescimento econômico, que foi a formatação da PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Com isso, o Governo pretende privatizar ou fazer concessões de tudo que tiver viabilidade no país. Vamos enxugar a máquina pública e retomar o crescimento econômico. Para se ter ideia, ontem (24 de abril), em um encontro, o presidente pediu a vários ministérios que apresentem agora itens para desburocratização. Antes existia a ideia de se criar um Ministério da Desburocratização, não é isso? Mas agora cada um vai eliminar os itens que demoram, que travam o país. Que atrapalham a abertura de empresas, que criam burocracia na Anvisa, dentro do Ministério da Agricultura, de Minas e Energias, etc.

DM – O senhor é também relator da comissão das obras inacabadas.

Wilder Morais – Sou relator desta matéria também: são 1600 obras inacabadas em 1500 cidades brasileiras. Em Goiás não é diferente. E estamos falando de quase R$ 3 bilhões de investimentos na economia até 2018.  Então são obras de R$ 500 mil a R$ 10 milhões.

DM – Senador, a questão de logística não tem sido tratada com devida atenção.

Wilder Morais – Temos uma Medida Provisória há um mês. Mas temos ferrovia de um carro só. O objetivo é abrir para termos mais empresas operando dentro das linhas férreas. Um exemplo é a Norte-Sul, que será licitada. Tem que ter mais empresas e não só uma. Chegamos a ter 36 mil quilômetros de ferrovia; hoje temos 12 mil em operação. Sendo que apenas 2400 efetivamente têm produção, que são as que ligam o Pará ao Maranhão e Minas Gerais ao Espírito Santo.  Mas é preciso ter viabilidade, demanda. Não adianta traçar o Brasil inteiro e ficar sem demanda.

“Não custa nada lembrar: o governador já passou por um teste na época da Operação Monte Carlo. Então, acho que a maneira de superar tudo isso aí é trabalhando. É algo que ele sempre fez. Marconi está ao lado da verdade e com ela justifica tudo. É o líder maior do estado de Goiás e vai nos surpreender. É um tema jurídico. E como tal precisa de formalizações, explicações, documentos. Gostaria de lembrar o rumoroso caso da Escola Base, em São Paulo” - WILDER MORAIS

DM – O senhor começou sua vida profissional como estagiário numa época de crises. Era diferente de agora?

Wilder Morais - Oportunidades aparecem em qualquer época, inclusive dizem que na época de crise é que surgem as oportunidades. Hoje estava contando ao Batista Custódio que quando comecei minha história, o primeiro prédio que fiz foi o edifício Santa Bárbara, aqui no setor Universitário.  Isso aconteceu em 1988, uma época de grandes dificuldades. Fiquei nesta empresa por onze anos.  Em 1997 é que montei a minha empresa, a Orca. Comecei fazendo meio fio, banheiro, obras pequenas. Só que não ficamos apenas em Goiás. Logo estávamos em São Paulo, Rio de Janeiro. E crescemos: chegamos ao Carrefour, que até hoje é um grande parceiro nosso, e vários outros projetos.

DM –  Muitas pessoas pensam que a política é um espaço para enriquecer. Mas o senhor já era rico. Que motivos levaram o senhor para a política?

Wilder Morais - Rico é você que está falando (risos). Mas como a gente escuta que essas coisas não têm que desmentir...né. Essa fama a gente deixa: vai que pega. Pois bem, sempre gostei de política. Para gente como eu, que nasce em cidade pequena - no caso, nasci em Taquaral -, a política no interior é algo muito forte.  Então sempre acompanhei os processos políticos. Mas tive a oportunidade de ser convidado em 2009 pelo Demóstenes para ser seu suplente. Fiquei um ano e meio acompanhando as cidades com ele, conhecendo os problemas, acompanhando o trabalho dele, entendendo a situação de cada município. Entrei e estou na política para ajudar as pessoas que precisam de oportunidades, que buscam soluções. E o político pode mudar a vida delas. Ele pode realmente transformar a vida das pessoas.  Como venho de uma família muito simples, acho que os políticos têm que dar oportunidade. Por isso faço política. Não tenho nenhum interesse econômico. Faço com trabalho e dedicação. E acho que estou no caminho certo. Em uma época de grande dificuldade para os políticos posso dizer que estou numa condição confortável.

DM - O senhor é um político liberal?

Wilder Morais - Sim, liberal, acredito no trabalho, na livre iniciativa, acredito em minha história. Sou conciliador, não brigo com companheiros, procuro o diálogo. Gosto de conversar com todos. Respeito opiniões.  E acredito que existem políticos de qualquer denominação que são sérios. Neste momento, precisamos defendê-los, mostrar que existe gente séria, que é possível mudar a realidade do país. Não podemos fugir disso. É a política que bota preço no arroz, no açúcar, na energia. O Brasil precisa, acima de tudo, de bons políticos.

DM – A Lava Jato prejudica a economia?

Wilder Morais – É indiscutível que a Lava Jato veio para passar o Brasil a limpo. Vai mostrar a corrupção, o modus operandi, enfim, tudo que precisa mostrar. Com certeza, o Brasil vai mudar. Infelizmente, querendo ou não, ela dá uma travada no país. O melhor exemplo é o que acontece com a Petrobras. E o que acontece com as grandes empreiteiras. Vamos sofrer um pouquinho, mas o Brasil vai dar lição ao mundo.  A partir de uma vergonha para esse país, que é esta corrupção, vamos mostrar que é possível mudar.

 “Desde menino sempre dizia que desejava ser engenheiro civil.  Não sabia nem o que era engenheiro, nem o que fazia. Mas depois que vi que engenheiro era parecido com pedreiro aí que gostei mais ainda. Eu vivi isso, eu passei por isso. Essa adversidade de sempre mudar, de escutar minha mãe dizer que não sabia até quanto tempo iriamos ficar naquela casa, isso, na verdade, incomoda. Incomodou muito” - WILDER MORAIS 

 


DM –  José Eliton é o melhor candidato da base?

Wilder Morais – É. O José Eliton é um grande advogado, leal e determinado. Demonstra ser um grande político. Trabalhou muito nestes anos. Foi atuante no primeiro mandato. E neste também. Não fugiu de desafios. Acredito que ele tem todas as condições. E penso o seguinte: Goiás, agora que está crescendo, que está nos trilhos, melhor do que a maioria dos estados brasileiros diante de uma crise dessas, e você vem mudar este comando, esta gestão? Não é uma ação inteligente.  Se mudar, Goiás perde. E a melhor solução é o José Eliton ser o candidato.

DM – Os recursos da Celg serão mesmo aplicados nos municípios?

Wilder Morais – Serão. Tenho andado muito com o governador. E não teremos uma cidade que vai ficar sem obras. Cidades pequenas terão obras mais ou menos de um milhão, médias de dois, três milhões.  E vai ter dinheiro aplicado em todas as cidades, independente de partido. O que vejo agora é que precisamos dar velocidade pra isso. O dinheiro já está no caixa. Tenho visto esta preocupação com o governador, com o José Eliton. Com certeza, isso vai gerar muito emprego, renda para Goiás. E além de tudo teremos obras para população. Hoje todas cidades pequenas estão com a malha viária precisando fazer restauração. Teremos quadras, obras na área de educação... As obras nas rodovias paralisadas vão retomar. Estou animado. Goiás sai na frente e será o Estado com mais obras no Brasil.

DM – E as 30 mil casas anunciadas ao lado do governador Marconi Perillo? A atuação política do senhor junto à Caixa Econômica ajudou a destravar estes recursos?

Wilder Morais -  Na verdade, o programa de 30 mil casas se deve ao nosso governador. Ele que viabilizou. O que fizemos foi uma parceria com a Caixa e as prefeituras. Queremos viabilizar casas em todas as cidades. Isso vai gerar renda, emprego e, acima de tudo, casa para a população, um tema que me sensibiliza bastante.  Eu mudei 24 vezes em minha vida!

DM – A habitação é então uma fixação em sua trajetória?

Wilder Morais - Desde menino sempre dizia que desejava ser engenheiro civil.  Não sabia nem o que era engenheiro, nem o que fazia. Mas depois que vi que engenheiro era parecido com pedreiro aí que gostei mais ainda. Eu vivi isso, eu passei por isso. Essa adversidade de sempre mudar, de escutar minha mãe dizer que não sabia até quanto tempo iriamos ficar naquela casa, isso, na verdade, incomoda. Incomodou muito. Todo mundo tem que ter um lugar para voltar, ter um cantinho para dormir. Então defendo a moradia com unhas e dentes, por isso defendo o tema junto à Caixa, junto ao governo para que possamos entregar essas 30 mil casas em Goiás.

“O PP é um partido leal. Ele faz parte da base. Foi o primeiro que apoiou, em Goiânia, o Vecci, que era o candidato do PSDB. Fizemos o mesmo com José Eliton, que é nosso candidato em 2018. Naturalmente, vamos trabalhar muito, queremos participar do mandato caso o candidato da base seja o eleito” - WILDER MORAIS

DM – Além de senador da moradia, o senhor é chamado de “senador dos livros”. Como surgiu a ideia de distribuir Vade Mecum para estudantes do Estado inteiro?

Wilder Morais - Todo material que é disponibilizado no Senado para meu gabinete direciono para fazer livros. Acredito que as pessoas muitas vezes têm acesso para chegar à faculdade, mas não tem para comprar livros. Então tenho ajudado neste sentido.

DM – Que projetos do senador estão em tramitação ou relatoria que considera importantes?

Wilder Morais – Um deles é que o estudante possa usar seu FGTS para pagar o FIES ou as parcelas atrasadas de sua faculdade. Pois isso dará tranquilidade para a pessoa, que vai trabalhar e estudar com a cabeça fria. Sou relator do fim da contribuição sindical. Nós não temos nada contra sindicato.  Mas, hoje, o trabalhador, principalmente neste momento de crise, tem que escolher o sindicato  e escolher se quer e pode pagar o sindicato. Isso vale para empregado e empregador, é patronal também.  Outro item que estou envolvido e que tem grande repercussão é a proposta que possibilita fracionar as férias. Nem sempre os filhos estão de férias também, nem sempre a mulher pode estar junto, por isso é necessário possibilitar legalmente o fracionamento. Isso dará flexibilidade ao trabalhador juntamente com o empresário para que ele possa decidir o melhor momento das férias.

DM – O projeto de lei do senhor sobre o aproveitamento das armas que seriam destruídas e que agora serão repassadas para a polícia foi aprovado.

Wilder Morais – Nosso projeto foi debatido e está a caminho de ser convertido em lei, com uma tramitação célere no Congresso, pois retira da simples destruição milhares de armas para equipar nossa polícia.

----------------------------------------------------------

PERFIL

Nome: Wilder Pedro de Morais

Data de Nascimento: 29/06/1968

Naturalidade: Taquaral (GO)

Partido: Partido Progressista

Funções públicas: secretário de Infraestrutura e senador

Profissão: engenheiro civil e empresário

Projetos: moradia, educação, ciência e tecnologia, segurança pública, empreendedorismo, desburocratização, agronegócio

Atuação: tem realizado palestras motivacionais e distribuiu o Vade Mecum Civil e agora o Penal em todo estado

------------------------------------------------------------------------------

[box title="Senador mudou 24 vezes de casa"]

Engenheiro civil formado pela antiga Universidade Católica de Goiás (UCG), hoje PUC-GO, Wilder Morais morava em um município com poucos ‘doutores’ na década de 1970. Para ser mais exato existiam dois: um advogado e um médico, que dava expediente em Taquaral. Desde cedo afirmava que seria engenheiro civil. Atuava na roça com o pai. Viveu o drama da morte de um irmão ainda na infância. Tudo isso o levou a pensar em sair da zona rural: precisava de educação, de saúde, enfim, de direitos sociais.

Na década de 1980, em Taquaral, tornou-se especialista em conserto de bicicletas. Conheceu um amigo, José Alves, e resolveu se mudar para Goiânia, onde sonhava ser “doutor”. Ao lado do sócio, montou no Centro da Capital uma escola de datilografia. No mesmo período passou para engenharia civil na UCG.

Estagiário em uma construtora, quando menos esperava surgiu a oportunidade: no final do expediente numa sexta-feira foi convocado para ficar de vigia até a chegada do segurança. Este não chegou nem na sexta nem no sábado.

No dia seguinte, o proprietário apareceu na empresa e se espantou com a determinação do estagiário que não arredou o pé do lugar.  Pela “determinação”, a palavra que mais usa em suas palestras, o proprietário contratou o Wilder ainda mero estagiário com o salário de um engenheiro formado. Depois, tornou-se dirigente máximo da empresa. Onze anos depois, resolveu sair e fundar sua companhia. Chamou amigos da faculdade e abriu a Orca, empresa que constrói o Carrefour pelo mundo.

Da história de vida do senador, ele guardou dois temas recorrentes: a dificuldade para ter acesso aos livros. E a falta de moradia. Até ser profissional de sucesso, mudou 24 vezes.  Já os livros, lembra, era uma das dificuldades para o aprendizado, já que tinha acesso apenas pelas bibliotecas. “Mas quem mora no interior nem sempre tem bibliotecas!”, lembra.

[/box]

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias