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POLÍTICA

Iris: “Avançamos e não vamos parar”

  •  Obras como o BRT, Maternidade Oeste, pavimentação de ruas e economia serão retomadas
  •  Peemedebista ressalta a convocação de 50% de professores aprovados em concurso, contratação de 400 médicos, com readequação do sistema de saúde que economiza R$ 1 milhão por mês

Acompanhado de secretários e aliados, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), foi à Câmara Municipal de Goiânia realizar a primeira prestação de contas relativa aos primeiros quatro meses de gestão. Durante quatro horas, o prefeito respondeu a todos os questionamentos dos vereadores e afirmou que está conseguindo “colocar a casa em ordem”.

“Os primeiros meses desta administração não foram fáceis. Enfrentei todos os desgastes da reclusão em meu gabinete com o único objetivo de colocar a casa em ordem. Minha equipe e eu trabalhamos quase 18 horas por dia a fim de realizar os ajustes necessários para que os serviços básicos da cidade pudessem voltar a funcionar”, disse Iris a uma Câmara com quórum completo e galerias lotadas.

Diante dos parlamentares, Iris lembrou, mais uma vez, a situação de desequilíbrio encontrado no início da gestão e que tomou medidas para ajustar as finanças da prefeitura. “Passamos quatro meses ajustando a situação financeira de Goiânia, que acumulava há dois anos um deficit mensal de R$ 32 milhões. É impossível mudar este quadro da noite para o dia, mas estamos empenhados nesta mudança. Definimos prioridades visando a qualidade de vida do goianiense e trabalhamos para isso. Cortamos gastos com gratificações, servidores comissionados e despesas em gabinetes para que pudéssemos investir na educação, na saúde e na infraestrutura”, ressaltou.

Herança maldita 

O prefeito destacou as medidas que adotou para resolver a “condição encontrada”, que, segundo o prefeito, era de “obras paralisadas, telefones cortados, salários dos servidores da Saúde atrasados”. Passado o “cenário de caos”, a saúde financeira da administração municipal é outra. A receita total apurada no período foi de R$ 1,440 bilhão e a despesa líquida utilizou 42,6% desse total com pessoal nos gastos do primeiro quadrimestre, totalizando R$ 680 milhões, bem abaixo do limite constitucional de 54%.

O resultado primário, que consiste na economia apurada entre receitas e despesas, excluídas operações de crédito e aplicações financeiras, atingiu R$ 245 milhões, 92% maior do que a meta prevista para 2017. A dívida consolidada no período foi de R$ 465,1 milhões, o que representa 18,79% da receita.

O peemedebista ressaltou que a prioridade, no primeiro momento, foi honrar os salários atrasados, a exemplo da Saúde, pagos ainda no mês de janeiro deste ano. Foi normalizado ainda o pagamento de fornecedores, prestadores de serviço, além de compromissos obrigatórios com o IMAS, IPSM e consignados. Todos atrasados pela gestão passada. “Me dediquei e, apesar de ter plena consciência do imenso caminho pela frente, tenho convicção de que os primeiros passos já foram dados”.

O prefeito citou as obras que estavam paradas há vários meses e que já foram retomadas por sua gestão. “Em quatro meses de gestão, retomamos obras importantes para Goiânia, como o BRT, a Maternidade Oeste, a pavimentação das ruas”, destacou.

Iris fez questão de parabenizar a Casa pelo espírito público e lembrou que o sucesso da gestão é compartilhado com cada vereador da cidade. Neste contexto, aproveitou e convidou os vereadores para o primeiro mutirão, que será retomado nos próximos dias 3 e 4 de junho. A primeira de várias edições deste ano acontece na Avenida Nerópolis, na divida dos setores Parque das Flores e Mansões e se estenderá a toda Região Norte da Capital.

Comurg 

O prefeito falou sobre a situação da Comurg, segundo Iris, a companhia passou por “reformulação que já gerou uma economia de R$ 32 milhões”, com cortes de cargos comissionados, gratificações e outras medidas que reduziram apenas em cargos de chefia R$ 22 milhões. Iris disse que a coleta de lixo foi regularizada e garantiu que os ajustes continuam na companhia.

“Com isso, viabilizamos o funcionamento da Companhia, que tem se esforçado para recuperar os caminhões que estavam defeituosos e garantir a limpeza da nossa cidade”.

Na Educação, Iris lembra que já convocou cerca de 50% dos professores e administrativos aprovados em concurso, cerca de dois mil novos servidores. Nesta área, a prefeitura gastou R$ 209 milhões durante os últimos quatro meses, sendo que foi dado reajuste de 7,64% para os professores, o que representa pagamento de salários acima do piso nacional.

“Quando assumi a prefeitura em 2005, me apaixonei pelos Cmeis, quando vi crianças sobre os cuidados de professores e recebendo tudo de melhor. Nossa prioridade é que não falte vagas a crianças de zero a cinco anos”, se compromete. O prefeito lembrou que triplicou em seu último mandato as vagas em creches, passando de 4 para 12 mil vagas. Iris também citou que vai ampliar vagas em escolas em tempo integral. “Construímos 20 escolas em tempo integral e vamos construir mais”.

As despesas com ações de educação alcançaram, de janeiro a abril de 2017, o total de R$ 209,5 milhões. Nesse período, o prefeito lembra que foram chamados mais de 2 mil concursados para integrarem o quadro da Educação do município e tomadas outras medidas de valorização dos docentes e administrativos, como, por exemplo, o reajuste de 7,64% para os professores, o que vai implicar no pagamento de salários acima do piso nacional para esses profissionais em Goiânia.

O prefeito ressaltou, também, que nos primeiros meses de qualquer administração, em que o administrador seja responsável, a medida que se impõe é de economia e de cortes nos gastos da máquina pública. “Na Prefeitura de Goiânia não foi diferente. Com muito esforço, estamos reequilibrando as contas e vamos, a partir desse próximo quadrimestre, implementar um ritmo de obras e serviços que a população tanto exige do gestor público”, pontuou.

A prestação de contas do primeiro quadrimestre da gestão do prefeito Iris Rezende aconteceu no plenário sob comando do presidente da Comissão Mista, Lucas Kitão (PSL),. Andrey Azeredo (PMDB), que preside a Casa, abriu a sessão agradecendo a presença do prefeito e ressaltou a importância da harmonia entre os dois poderes.

”Em quatro meses de gestão, retomamos obras importantes, como o BRT, a Maternidade Oeste e a pavimentação das ruas”      ”Reformulação na Comurg que já gerou uma economia de R$ 32 milhões, sendo R$ 22 milhões com cortes de cargos comissionados de chefia”   


A escolha do líder na Câmara 

Um dos postos mais disputados atualmente, o cargo de liderança da base aliada na Câmara Municipal, também foi tratado pelo prefeito Iris Rezende. O chefe do Executivo sinalizou que pretende escolher o líder da bancada, mas chamou os parlamentares a ajudarem na escolha.

Restando um pouco mais de um mês para o recesso na Câmara, o prefeito deve escolher o novo líder para facilitar a discussão de projetos de interesse do Executivo. No próximo semestre deve constar em pauta a votação do novo Plano Diretor da Capital.

Nos bastidores são constantes as articulações pelo posto, que muitos consideram até mais vantajosa que muitas pastas ou até mesmo postos importantes da Mesa Diretora."Se quiserem, posso deixar que a Câmara escolha o líder da prefeitura na Casa", declarou Iris aos vereadores.

Ainda de acordo com Iris, nos próximos dias estabelecerá horários para receber as demandas dos parlamentares em seu gabinete e prometeu estreitar as relações entre o Paço e Parlamento.

Outra forma de melhorar a relação entre as Casas proposta pelo prefeito é a participação do Poder Legislativo nos mutirões, que irão acontecer regularmente a partir do próximo fim de semana, o primeiro na região Norte de Goiânia. “Convido os vereadores a despacharem do Mutirão, a vivenciar com a gente o contato direto com a população, para ouvir e atendê-la da melhor forma possível”, falou.

“Preciso da Câmara”,  afirma peemedebista 

Iris recebeu elogios de vereadores da base aliada e respondeu a questionamentos de vereadores tanto da base quanto da oposição.

Welington Peixoto (PMDB) quis saber sobre a regularização do serviço de transporte individual por meio do aplicativo de viagens Uber e o prefeito convidou o poder legislativo a compartilhar a resolução da questão via  elaboração de um projeto a ser discutido juntamente com a população.

O vereador da oposição Elias Vaz (PSB) questionou sobre a possibilidade da prefeitura exigir mudança no contrato dos fotossensores para que fosse incluído a cláusula de reversão em que os equipamentos ficariam para a prefeitura após o término do contrato, o que atualmente não ocorre. Iris Rezende afirmou que tal cláusula não está prevista no edital da licitação em que a Eliseu Koorp foi ganhadora, mas que estudaria a medida.

Ao responder o delegado Eduardo Prado (PV) sobre a possibilidade do prefeito se reunir com os membros da CEI da SMT, Iris disse que sua assessoria agendará sua ida à CEI para conversar com os vereadores e repassar informações colhidas em reuniões com a Eliseu Koop e esclarecer os motivos que levaram os órgãos de controle da prefeitura, como a Procuradoria Jurídica e a Controladoria-Geral a atestarem a legalidade do contrato.

Cabo Senna (PRP) levantou sobre a necessidade de melhorar a  fiscalização no serviço de Transporte de Mototáxis na capital, que, segundo argumentou, deveria ser feito pela Guarda Civil Metropolitana. Segundo ele, em função da deficiência na fiscalização surgem muitos clandestinos que tomam os empregos desta categoria. A questão é hoje atribuída ao Departamento de Fiscalização de Transportes, que atualmente fiscaliza táxis, mototáxis, transportes escolares e containers (caçambas) de entulho.

Iris se comprometeu em melhorar a fiscalização, colocar ordem na cidade para que não haja injustiça. Sobre aumentar as atribuições da Guarda, que seria deslocada para a fiscalização, o prefeito destacou que é preciso estabelecer "parâmetros" para atuação da corporação.

O prefeito disse ainda que a principal função da Guarda Civil é garantir a segurança dos prédios públicos e irá priorizar os prédios da educação e saúde, assim como as praças e parques da cidade. “Vamos colocar um guarda em cada escola e posto de saúde, além das praças. Se sobrar efetivo colocaremos nos terminais”, anunciou.

Anselmo Pereira (PSDB) e Sabrina Garcêz (PMB) indagaram sobre os problemas do transporte coletivo. Iris relembrou que já tomou decisões em outras ocasiões em que administrou a prefeitura e disse que mesmo havendo aumento das tarifas não havia reclamação porque o transporte público era exemplar. “Agora foi anarquizado”, disse.

O prefeito citou o não pagamento das gratuidades de meia passagem como principal fator de desestabilização do transporte coletivo na capital. A tarifa única para a região metropolitana que permite viajar para municípios vizinhos pagando passagem igual para quem anda somente na capital também ajudou no desmonte do setor. “Se for preciso vamos criar um transporte interno para Goiânia porque meu compromisso é com quem me elegeu”, sustentou.

Problemas com as vagas em creches foram levantados por vários vereadores, entre eles Anselmo e Juarez Lopes (PRTB). Iris afirmou que o objetivo é não deixar que crianças de zero a seis anos, cujas mães trabalhem fora, fiquem sem CMEIs. Também as de sete a quatorze anos precisam de escola em tempo integral para não ficarem na rua no período que não estão na escola. Ele defendeu parceria com estabelecimentos privados com um tipo de bolsa oferecido pelo município ou ainda construção de mais unidades.

Jorge Kajuru (PRP) citou denúncias de que o prefeito Iris recebeu da Odebrecht e JBS cerca de R$ 4 milhões como doação de campanha. Iris se defendeu com veemência afirmando que teve sua vida vasculhada por seis anos pelo Ministério Público e que autorizou abertura de sigilo fiscal e bancário de suas contas e de seu pai, além garantiu possuir certidão do MP que comprova lisura em sua vida política. “Tudo que possuo eu adquiri quando advogava ou foi herança dos meus pais”, concluiu.

Cristina Lopes (PSDB) perguntou sobre a contratação de Organizações Sociais (OS) para prestação de serviços na Saúde e Educação, à semelhança do que o Governo do Estado vem fazendo. Iris afirmou que é contrário à essa media. “Na prática sai mais dispendioso para a administração pública esse tipo de terceirização. Sou a favor de concursos para servidores e que a prefeitura assuma os serviços públicos”, defendeu.

Convocamos cerca de 50% dos aprovados no concurso da Educação para que nossas instituições pudessem funcionar com regularidade”

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