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O cruciato de um inconfidente

Johny Cândido,Da editoria DMRevista

Hoje faz 223 anos que Tiradentes faleceu. Ele foi executado no dia 21 de abril, data essa que ficou definida como feriado nacional. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, desde 21 de abril de 1992.

Quem foi Tiradentes?

A pedagoga da equipe Escola Kids, Jussara de Barros, explica de forma clara quem foi Tiradentes. Ela explica que ele foi um mártir da inconfidência mineira. Recebeu esse apelido porque era dentista, mas seu nome era Joaquim José da Silva Xavier. Tornou-se mártir porque lutou pela liberdade do Brasil do domínio português, principalmente do Estado de Minas Gerais, onde era feita a extração de ouro em grandes quantidades.

A essa luta, esse movimento, deram o nome de Inconfidência Mineira, que aconteceu no ano de 1789, pois o povo brasileiro pagava impostos caríssimos para Portugal, sendo que eles se apossavam de nossas matérias-primas para vendê-las para o restante da Europa, ou seja, Portugal tomava as riquezas do Brasil e ainda cobrava impostos por isso, enriquecendo às nossas custas.

Como principais objetivos dessa luta tinham: a autonomia dessa província; formar um governo republicano que não dependesse mais de Portugal, onde seu presidente seria Tomás Antônio Gonzaga; fazer de São João Del Rei a capital; construir uma universidade nesta cidade e libertar apenas os escravos nascidos no Brasil.

Porém Tiradentes e os outros inconfidentes foram denunciados ao governo de Portugal, e acabaram sendo presos juntamente com seus opositores. Tiradentes assumiu sozinho a responsabilidade do movimento e foi condenado à morte.

No dia 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro, percorreu o trajeto até a cadeia pública, onde o governo aproveitou-se da situação para mostrar seu poderio contra manifestantes de ideologias contrárias, como forma de inibir outras manifestações. Após a leitura da sentença que o condenava, morreu enforcado e depois foi esquartejado.

Na cidade de Ouro Preto está localizado o Museu da Inconfidência Mineira, mais precisamente na Praça Tiradentes, preservando a memória dessa parte histórica da região. Além desses, o museu também possui documentos históricos do ciclo do ouro no Brasil, com obras de Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde.

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Fazenda do Pombal, batizado em 12 de novembro de 1746 – Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou nos domínios portugueses no continente americano (Brasil colonial,1530-1815), mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional.

Participação na Inconfidência Mineira

Além das influências externas, fatores mundiais e religiosos contribuíram também para a articulação da conspiração na Capitania de Minas Gerais. Com a constante queda na receita institucional, devido ao declínio da atividade mineradora, a Coroa resolveu, em 1789, a aplicar o mecanismo da Derrama, para garantir que as receita oriundas do Quinto, imposto português que reservava um quinto (1/5) de todo minério extraído no Reino de Portugal e seus domínios. A partir da nomeação de Luís da Cunha Meneses como governador da capitania, em 1783, ocorreu a marginalização de parte da elite local em detrimento de seu grupo de amigos. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos, mesmo que preciso fosse prender o cobrado, a ser executada pelo novo governador da Capitania, Luís Antônio Furtado de Mendonça, 6º Visconde de Barbacena (futuro Conde de Barbacena), o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 768 arrobas de ouro em impostos atrasados.

CORONEL

O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da sedição sairiam às ruas de Vila Maria dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, em 15 de março de 1789 foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, luso-açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Anos depois, por ordem do novo oficial de milícia Ernesto Gonçalves, planejou o assassinato de Joaquim Silvério dos Reis.

Entrementes, em 14 de março, o Visconde de Barbacena já havia suspendido a derrama o que de esvaziara por completo o movimento. Ao tomar conhecimento da conspiração, Barbacena enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que imediatamente (em 7 de maio) abriu uma investigação (devassa). Avisado, o alferes Tiradentes, que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro escondeu-se na casa de um amigo, mas foi descoberto ao tentar fazer contato com Silvério dos Reis e foi preso em 10 de maio. Dez dias depois o Visconde de Barbacena iniciava as prisões dos inconfidentes em Minas.

Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim Silvério dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.

Os principais planos dos inconfidentes eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar indústrias no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer de São João del-Rei a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás António Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas Gerais.

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