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O termo darwinismo pode ser encontrado em diversas áreas do conhecimento. A medicina, a psicologia, a sociologia e a economia e inúmeras outras – todas essas áreas em algum momento de desenvolvimento se depararam com a questão da evolução das espécies: teoria desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin no século XIX. A criação do universo, a origem do homem e Deus são assuntos embutidos nas discussões que envolvem a teoria.
A principal proeza de Charles Darwin foi a de conseguir convencer parte dos cientistas de sua época da ocorrência da evolução, que seria a partir de uma chamada seleção natural. Para ele todos os seres vivos que existem no planeta participam através de um longo tempo de mutações para adaptarem-se ao meio onde vivem, sendo a seleção natural uma forma que a própria natureza encontra de fazer com que os mais aptos deixem seus genes através das próximas gerações.
Pesquisas
Manoel Soler, que é presidente da sociedade espanhola de biologia evolutiva revela em artigo publicado no livro que Darwin tinha pretensões religiosas quando jovem. “O jovem Charles Darwin era um devoto cristão que tinha a esperança de, um dia, chegar a clérigo”, relata. Foi em uma viagem ao arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico, que Darwin se atentou para a diferença das espécies regionais.
“Durante a famosa viagem que o naturalista britânico realizou no Beagle, chamou-lhe a atenção o facto de as espécies animais que habitavam as ilhas Galápagos serem diferentes entre si e diferentes daquelas que habitavam no continente.” Soler ainda revela que os questionamentos do cientista foram mantidos em sigilo por um bom período. “Darwin tinha consciência de que os seus amigos de Cambridge, de profundas convicções religiosas, não aceitariam sua conclusão e preferiu guardar silêncio.”
Depois de muito estudo, o cientista, que já havia estudado em várias faculdades de medicina, decide tornar público o resultado de seu trabalho. Mesmo já sendo considerado um experiente pesquisador, as preocupações de Darwin se concluíram quando a não aceitação de sua teoria. “após mais de 20 anos de estudo, publicou a sua teoria A Origem das Espécies através da Seleção Natural. O seu livro provocou uma grande controvérsia na comunidade científica e religiosa, pois a sua teoria da evolução desafiava radicalmente a teoria criacionista”.
Controvérsias
Muitos casos polêmicos já ocorreram envolvendo as ideias de Charles Darwin. Segundo o historiador Cláudio Recco, questões de interesse religioso colidem-se com o ensino das escolas e com o poder político de alguns governantes. O evolucionismo sempre encontrou barreiras sólidas quando escolhido para ser ensinado nas escolas. “No Brasil, a ex-governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, introduziu o ensino do criacionismo como obrigatório nas escolas estaduais”, afirma.
Outra questão lembrada por Recco é a de novos defensores do criacionismo, que passaram a aceitar a teoria de Darwin, classificando-a como algo proveniente de força divina. Essa nova postura se deve a busca por legitimação acadêmica de criacionistas. “Os defensores modernos do criacionismo procuram se colocar no campo do debate científico, mas ao mesmo tempo se consideram como uma ‘ponte entre ciência e religião’, não escondendo a base religiosa da teoria em questão.”
Legado
Apesar de receber a cada dia novas críticas não só de posições religiosas, mas até mesmo dentro do meio científico, é reconhecido que a teoria mais famosa de Darwin delimitou vários rumos dos estudos em relação à origem das espécies, como afirma o biólogo João Morgante. “Todas as explicações científicas para a evolução hoje consideram o darwinismo.”
Outro ponto importante que teve em Darwin seu princípio foi a não diferenciação do ser humano dos outros animais. A qualificação do homem como um animal, mesmo que diferenciado pelo termo “racional”, principalmente na cultura popular, só surgiu a partir dos milhares de estudos acadêmicos que se sucederam em várias partes do mundo a partir da primeira publicação da teoria darwinista.
