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Perfis Femininos em Poder e Paixão: A Saga dos Caiado - 5º Perfil Brasilete Ramos Caiado  

Brasilete Ramos Caiado era filha de Brasil Caiado e Noêmia Rodrigues Caiado, que se casaram quando ele estudava medicina, em São Paulo. Tiveram 11 filhos, estando Brasilete entre os mais novos. Nasceu quando seu pai estava homiziado em uma de suas fazendas, para escapar à ordem de prisão emitida contra os Caiado, pelos “aliancistas” vitoriosos da Revolução de 1930.

Em meados do século XX, muitas das mulheres da família Caiado formaram-se em diferentes áreas, tais como pedagogia, arquitetura, direito, artes, administração, medicina, etc. Brasilete concluiu o curso superior de piano, pela Escola de Música do Rio de Janeiro e licenciou-se em Letras.

O relativo isolamento social decorrente da perda de status político contrubuiu para que os casamentos fossem menos frequentes entre as jovens da família Caiado, naquele contexto histórico. A despeito da personalidade cativante e de inegável beleza pessoal, assim como algumas das primas de sua geração, Brasilete não se casou. Dedicou-se ao magistério e à valorização do patrimônio cultural da Cidade de Goiás, sua grande paixão.

Integrou a Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat), entidade civil que se propôs a resgatar e preservar os bens culturais - materiais e imateriais - da Cidade de Goiás. Dentre outros serviços prestados à terra goiana, Bernadete foi fundadora da Faculdade de Filosofia da Cidade de Goiás, depois Faculdade de Filosofia Cora Coralina - atualmente unidade que integra a Universidade Estadual de Goiás.

Quando teve início o movimento pró-inscrição da Cidade de Goiás na Lista do Patrimônio Mundial, da Unesco, Brasilete Caiado foi escolhida para presidente da Comissão encarregada de liderar tão árdua empreitada, que alcançou êxito, em 1999.

Faleceu em 2003, vítima de um acidente de automóvel, deixando inumeráveis amigos e admiradores de sua personalidade afável e dinâmica.

Encerrando esse breve passeio pala galeria dos perfis femininos da família Caiado {Brígida Ribeira,Claudina Fagundes, Iracema Caiado, Consuelo Caiado e Brasilete Caiado}, parece oportuno lembrar o papel civilizador desempenhado pelas mulheres em todas as culturas, como tranmissoras dos fundamentos básicos da civilização, tais como a linguagem, a religião e os padrões de conduta.

Na sociedade goiana, sociedade de fronteira, instável e turbulenta, esse papel feminino é bem visível e, no caso da família Caiado, contribuiu, sem dúvida, para a manutenção do seu patrimônio simbólico, traduzido na autenticidade, no destemor das atitudes e no amor à terra.

(Revista da Aflag, nº 5, 2009/2010, p. 77-8)

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