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Excesso de CO2 na atmosfera inibe defesa das plantas contra o ataque de insetos

Atualmente, o gás carbônico (CO2) na atmosfera está em 400 partes por milhão. No começo da Revolução Industrial era duzentas e oitenta partes por milhão e esse valor provavelmente havia permanecido por milhões de anos, de acordo com Evan DeLúcia, chefe do departamento de Biologia de plantas da Universidade de Illinois em Urbana – Champaing.

A bióloga ressalta que a elevação do dióxido de carbono afeta um componente importante no sistema de defesa das plantas. Na medida que aumenta o nível de CO2 as plantas se tornam mais vulneráveis ao ataque de insetos. Quando os níveis atmosféricos de gás carbônico ficam elevados, a taxa de fotossíntese é acelerada e ocorre um aumento proporcional de carboidratos relacionados ao nitrogênio das folhas. Isso, teoricamente, estimularia maior crescimento nas plantas, entretanto, a alteração da proporção entre carbono e nitrogênio faz com que os insetos devorem mais folhas. No estudo particular feito em soja, as plantas focadas na área de teste exibiram mais sinais de danos causados por várias espécies de insetos em suas folhas do que em outras partes do corpo da planta. Foi possível detectar também que os insetos que se alimentaram de plantas de soja submetidas a elevados níveis de dióxido de carbono viveram mais e consequentemente se reproduziram mais, o que não ocorreu com os insetos submetidos à dieta com mais açúcar, que os pesquisadores usaram como comparação.

A sinalização hormonal das plantas, sobretudo para os componentes químicos que elas produzem para evitar o ataque de insetos, deve ter sido afetado. Quando os insetos comem as folhas, plantas como a soja, por exemplo, produzem um hormônio que desencadeia uma sequência de reações químicas visando aumentar a capacidade de defesa. Em geral, essa sequência de efeitos determina a produção de altos níveis de um composto inibidor de uma enzima que ao ser ingerida pelo inseto inibe a capacidade de digerir folhas.

A bióloga DeLucia após a pesquisa assim se expressou: ‘Descobrimos que as folhas que crescem sob altos níveis de CO2 perdem a capacidade de produzir o hormônio denominado ácido jasmônico, responsável pelo aumento da capacidade de defesa da planta. O caminho de seu sistema defensivo se desliga e as folhas não conseguem mais se defender adequadamente”, e acrescentou: “Os resultados indicam que eventuais aumentos na produtividade da soja, devido à elevação dos níveis de CO2, podem ser reduzidos pelo aumento à suscetibilidade a pragas”.

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