Podcast
Webstories
Facebook
Twitter
E-mail
Linkedin
Telegram
Walacy Neto,Especial para DMRevista
Na Avenida 84, Setor Central de Goiânia, o movimento de carros é intenso durante o dia. A proximidade da Praça Cívica, onde está localizada a sede do governo estadual, faz com que o fluxo de veículos seja intenso durante o horário comercial. Políticos, secretários, chefes de gabinete e demais funcionários tomam essa rota e ficam nesse vai e vem pela 84 de segunda a sexta. Quando acaba a luz do dia, a avenida muda de figura, assim como mudam as características das pessoas que ali trafegam. Não são mais funcionários de trajes travados, mas jovens, que sem muito pra fazer e onde ir na noite, acabam por ali, se revezando em três bares já tradicionais na cidade.
A Pastelaria da 84 é um bar barato, ou seja, um famoso “copo sujo” – expressão dada a bares onde o preço dos produtos é baixo e não se tem muito luxo em volta. Nas mesas amarelas várias situações já ocorreram. Apesar de o bar ser um tanto comum em relação aos demais espaços encontrados em Goiânia, a Pastelaria (ou Pastela) sempre tem um bom movimento de pessoas. Estas, na maioria das vezes, são adolescentes de 20 a 30 anos, frequentes nesse espaço. Também algumas figuras, quase que celebridades das ruas goianas, são vistas na Pastelaria quase que todas as noites da semana. Um adesivo colado na parede, próximo a escada que dá no banheiro, tem um poema simplifica bem o que quero dizer:
UNDERGROUND
Ao lado da Pastelaria, muro a muro, está o Bar do Porcão. Assim como o vizinho, o Bar do Porcão reúne grande parte da cultura underground de Goiânia – aqueles que preferem descobrir lugares e ir meio fora do roteiro principal que a cidade dispõe. Recanto de boêmia, o bar é administrado pelo Porcão e foi por muito tempo o principal local para esquentas e também para se acabar a noite. Simplificadamente: o Porcão foi muitos anos onde todos terminavam a noite, às vezes por falta de opção e às vezes por preferência.
VamoS AO PORCÃO
Atualmente o bar não tem sido mais tão frequentado como há alguns tempos. A barra ficou meio pesada e boa partes dos boêmios constantes nos fins de semana emigraram para outros lugares. O Porcão anda meio abandonado, jogado às baratas. Pensando nisso e talvez pela saudade dos “tempos de ouro” do bar, um grupo de freqüentadores criou um evento na rede social Facebook convocando as pessoas para re-ocupar o Porcão.
A intenção do evento é simples, conforme explicado na descrição: “Dividir um litrão com amigos, quiçá tomar um porre. Degustar a famosa especial pinga de pequi com mel ou transformar água em catu.” No texto, também se fala de um certo “medo” em freqüentar o espaço devido ao atual cenário do Porcão. “Sabe-se que trocamos nossa presença naquele local pelo medo. Porém, a saudade bateu forte. E tá na hora de juntarmos o rock todo pra vivenciar o que um dia já tivemos ali. Chama os parentes, amigos, e tem até avôs que viveram a cena Porcão.”
Assim Assado
Outra opção, na mesma avenida, que também deve ser descrito como um bar tradicional é o Assim Assado. Indo por um lado diferente do apresentado nos outros bares, o Assim Assado tem preços salgados, petiscos diferenciados e atendimento delicado por parte dos garçons. Torna-se então uma opção para quem mora perto e não tem tanta coragem para encarar e apreciar o que um bar “copo sujo” oferece. Apesar disso, o Assim Assado tem seu charme também um chope bem gelado.
“Quando enfim o dia sela Os rolês se direcionam à pastela”
