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Mussum Forevis

Rariana Pinheiro,Da editoria DMRevista

Lá no começo dos anos 1960, Mussum não era comediante, e sim sambista. Mas podia ser reconhecido como o mesmo boêmio, “carioca da gema” e devidamente mangueirense de Os Trapalhões. Foi o carisma, aliado a coreografias e roupas coloridas, que usava junto ao grupo os Originais do Samba, que chamaram atenção da TV. Ele, tampouco, queria esta vida de astro – “pintar a cara não era coisa de homem”, assim dizia. Dessa forma, rejeitou o convite de atuar uma vez e teria recusado o segundo, não fosse a interveniência do amigo também “trapalhão” Dedé Santana. Logo, juntamente com o quarteto de humor, conquistou a todos com o jeito espontâneo e uma forma toda peculiar de pronunciar as “palavris”.

Há exatamente 21 anos, ele não faz mais parte deste mundo. O humorista morreu no dia de hoje, em 1994, em consequência de uma série de problemas cardíacos. Entretanto, é notório que este homem de origem humilde nascido no Morro da Cachoeirinha, zona norte do Rio, não perdeu a graça – pelo contrário. O comediante atualmente vive uma profusão de memes e vídeos na internet. Camisetas com a imagem estilizada de Mussum também fazem sucesso.

O malandro chegado no “mé” ganhou ainda as cidades. Uma rua em Campo Limpo, em São Paulo, por exemplo, carrega o nome de “Comediante Mussum”. Já o antigo Largo do Anil, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, chama-se agora “Largo do Mussum”. Conheça algumas histórias e curiosidades que fizeram parte da construção deste comediante bom para “cacildis”.

Formação militar

Segundo a biografia, Mussum Forévis – Samba, Mé e Trapalhões (2014), o Mussum da vida real era, sim, um homem malandro e bom de copo, mas também um ferrenho defensor da família e dos valores advindos de uma rígida formação militar.

Infância difícil

Filho de uma empregada doméstica negra e analfabeta, ele nasceu como o nome de Antônio Carlos, pobre, em 1941, no Morro da Cachoeirinha, zona norte do Rio. Cresceu no subúrbio, “se alimentando de sobras”, e viveu uma adolescência linha dura em um colégio interno que mais tarde viraria uma unidade da Febem.

Sambista de primeira

Ainda segundo a obra, o grupo de Mussum, Originais do Samba, composto só por ritmistas de agremiações, empreendeu parcerias com gigantes como: Baden Powell, Elis Regina e Jorge Ben Jor. Alcione o considerava o melhor tocador de reco-reco do universo.

Um peixe de escamas negras Foi de Grande Otelo, que recebeu em 1965 o apelido “Mussum”, que significa um peixe de escamas negras.

Rei do improviso

Ao vê-lo em um programa de TV, com os Originais do Samba tagarelando “causos”, no intervalo entre as músicas, Renato Aragão, o Didi, o convidou para TV. Ele começou no programa “Os Insociáveis”, na TV Record – embrião de “Os Trapalhões”.

Dica de Chico Anísio

O jeito único e cheio de “is” de falar foi uma sugestão do também comediante Chico Anysio.

Feito para internet

A biografia do humorista revela ainda que Mussum tinha ainda certa dificuldade de decorar textos. Logo, seus vídeos mais interessantes são curtos, em que está sozinho. Linguagem esta que casou muito bem com a internet.

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