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Guilherme Arantes faz show grátis hoje

Rariana Pinheiro,Da editoria DMRevista

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Dono de uma voz suave e de talento ímpar para emplacar sucessos. São estes atributos que transformaram Guilherme Arantes em um dos maiores hitmakes que o Brasil já viu entre as décadas 70 e 90.  Seu pop romântico se mostrou ideal para trilhas de novelas, que tornaram quase impossível que alguém não conheça faixas como: Amanhã, Cheia de Charme e Meu Mundo e Nada Mais. Em apresentação que acontece hoje, às 20h, na Praça da Família, em frente ao Sesc Cidadania, o artista irá reunir estes clássicos a canções mais recentes, em show que põe fim na programação do Sesc Aldeia Diabo Velho – Território Livre das Artes.

Para a performance, Guilherme Arantes chega com um velho companheiro: o piano. Já na banda que o acompanha, está como integrante um dos maiores guitarristas brasileiros: Luiz Sérgio Carlini, que assumirá ainda os violões e lap steel guitar. Completam ainda o time de músicos: Gabriel Martini (bateria, cajon e percussões), Willy Verdaguer (baixo) e Alexandre Blanc (guitarras e violões).

Em rápida conversa com o DMRevista, Guilherme Arantes revelou  já estar com saudades dos palcos de Goiânia. E faz tanto tempo que não toca por aqui que nem se lembra mais da última vez. Em contraponto, as lembranças do público goianiense, ele não esquece. “Vocês me recebem com muito carinho. É sempre muito bom tocar aí. E para o show de hoje vamos trazer canções do álbum Condição Humana, além dos grandes sucessos”, adianta.

Condição Humana é o seu mais recente álbum, foi lançado em 2013 e tem papel importante na atual fase de sua carreira: tem mostrado que o compositor de Planeta Água está atento às novas formas de fazer e divulgar música. Lançado de forma independente, o derradeiro disco foi produzido por seu próprio selo, o Coaxo do Sapo.

Outro sinal de que o artista está sempre atento – e forte, é que neste disco ele conta com a presença de um “coral dos moderninhos”. Foi assim que Guilherme Arantes apelidou carinhosamente o grupo de vocais formado pela nova geração de músicos que participa da faixa Onde Está Você. Desta canção participam: Tulipa Ruiz, Kassin, Curumin, Thiago Pethit, Adriano Cintra, Mariana Aydar, Duani, Bruna Caram e Tiê.

Para os “moderninhos”, Guilherme Arantes tem cada dia se tornado um ídolo cult. E esta simpatia de quem nasceu na época em que ele já estourava nas rádios tem envaidecido o artista. “Meu público está bem variado. Há pessoas de todas as gerações. Não ficou muito lá para trás. Existem muitos jovens que gostam dos meus discos. Tenho sido muito requisitado por novas gerações. Então isso é positivo”, comemora.

Era do entretenimento

Fazendo questão de se manter contemporâneo – tanto na forma de fazer música, como em suas parcerias –, o artista não esconde a insatisfação com algumas direções que vem trilhando a música brasileira atual. Sua maior tristeza é que, para ele, os artistas estão se preocupado demasiadamente em fazer música apenas para entreter.

“A arte está sendo usada de forma muito utilitária. Tem prestado apenas para festas e eventos. Então acho que o panorama da música está muito fraco. A gente não vê mais músicas com críticas sobre nossos costumes, sobre nossa política como antigamente. Vejo ainda que há impermeabilidade da mídia também, que quer se servir apenas para o entretenimento. E não vejo uma solução a curto prazo”, analisa.

E para a geração conectada, ele também tem duras queixas: “Hoje tem muita interatividade e tudo o que a gente faz ou fala acaba reverberando. Nem sempre de um jeito positivo. As pessoas aproveitam esta democratização da internet para serem muito críticas. Todo mundo tem alguma para fazer. Acho que a crítica é a marca desta época”.

Já quando o assunto são os novos trabalhos, Guilherme Arantes se mostrou empolgado com um projeto em particular, mas que passa longe das novidades. Para este ano, em que comemora 40 anos de carreira, ele está preparando um box que compila todos seus álbuns da carreira. “É a realização de um sonho porque no decorrer da minha trajetória muitos discos ficaram dispersos, fora do circuito e fora do conhecimento do público”, detalha.

Máquina de hits

E olha que o público já conhece bastante da carreira de Guilherme Arantes. Ele conseguiu o que muitos artistas também conceituados da MPB não conseguiram fazer de forma tão eficiente: a sonhada aprovação de diversos tipos de público. Foi assim que, ao unir música popular a melodias sofisticadas, se tornou praticamente uma máquina de fazer hits nas décadas de 70 e 80.

O tino para agradar massas por meio da música, ele começou a aperfeiçoar ainda criança. Foi bem garoto que este paulistano, filho de médico e bibliotecária, aprendeu cavaquinho. Já aos seis anos tocava piano. No entanto, a estreia nos palcos aconteceu só na adolescência (em uma banda que tinha como integrante o ator Kadu Moliterno).

Foi na juventude que o cantor e compositor saiu das garagens para se tornar músico profissional, na banda de rock progressivo chamada Moto Perpétuo. Nela, ele fazia os teclados e vocais, em meados dos anos 70. A empreitada não durou muito e só aumentou a vontade do músico de fazer o que queria: música popular.

Esta oportunidade chegou em 1976, após ter mandado suas canções para várias gravadoras. Foi a Som Livre quem se interessou pela canção Meu Mundo e Nada Mais, rapidamente lançada na novela Anjo Mau (como tema do personagem Nice, interpretada pela atriz Susana Vieira).

Com a superexposição na novela, não demorou até que o garoto de 23 anos se tornasse um ídolo pop, que fazia a alegria dos programas de auditório da época. E, graças à canções como Pedacinhos, Brincar de Viver, Lindo Balão Azul e Labirinto bateu recordes de arrecadação em direitos autorais.

Pela trajetória de tantas conquistas, perguntamos a Guilherme Arantes sobre qual momento da carreira ele elegia como o mais emblemático. Ele, sem titubear, respondeu: o festival MPB-Shell-81, no Maracanãzinho. Neste evento, ele competiu com a música Planeta Água, que, apesar de ter ficado em segundo lugar (a vencedora foi Purpurina, composição do gaúcho Jerônimo Jardim, defendida por Lucinha Lins), virou história.

Antes de Guilherme Arantes se apresentar, o público bradava “já ganhou” e ao final da canção os presentes repetiram seu refrão por várias vezes. Logo, tal acontecimento, deverasmente, não lhe saiu da memória. “Foi muito importante porque ali aconteceu minha consagração popular. É o momento que mais marca minha trajetória por ter ficado na memória das pessoas”, explica.

O que acontece no último dia do Sesc Aldeia Diabo Velho

16h: Apresentação de Catira - Grupo Os Filhos de Aparecida (Aparecida de Goiânia - GO)

Local: Praça do Liberdade – Residencial Vale dos Sonhos

17h: Os Saltimbancos - Cia Arte em Cena (GO)

Local: Teatro Sesc Centro

17h: Acroloucos - Circo Laheto

Local: Praça Residencial Vale dos Sonhos

Show Condição Humana com Guilherme Arantes (SP)

Quando: hoje, às 20h

Onde: Praça da Família (Rua C-197 esq. Av. C 198 e Rua C -224, Jardim América. Em frente ao Sesc Cidadania)

Entrada FrancaShow Condição Humana com Guilherme Arantes (SP)

Quando: hoje, às 20h

Onde: Praça da Família (Rua C-197 esq. Av. C 198 e Rua C -224, Jardim América. Em frente ao Sesc Cidadania)

Entrada Franca

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