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A Árvore dos Mamulengos uma comédia musical

Amor, traição e trapaças. Esses são os ingredientes da comédia musical que conta a história de Marquesinha, uma donzela obrigada pelo pai a se casar com o cabo Fincão. O problema é que Marquesinha é apaixonada por João Redondo, o artista que manipula os bonecos do circo Boca Mole, e a moça usará de artimanhas para fazer valer o seu amor.

O espetáculo nasce do processo de uma montagem irreverente do Grupo Experimental de Teatro, neste exercício de produção de trabalhos escritos por autores brasileiros contemporâneos, como o pernambucano Vital Santos, criando então uma nova regionalidade na montagem goiana do espetáculo A Árvore dos Mamulengos.

A peça apresenta algumas referências importantes que serão valorizadas pela encenação, entre elas o trabalho com bonecos, mais especificamente os mamulengos, que ao longo dos anos vêm levando seus sonhos por este país afora, apesar das dificuldades, continuam vivos, bem vivos, trabalhando com essa forma simples e pungente de fazer teatro.

A Árvore dos Mamulengos é, sem sombra de dúvida, um texto bem acabado do ponto de vista dramatúrgico, e apresenta ainda aspectos da arte circenses visivelmente inseridos nos perfis dos personagens e também na ambientação da história, que retrata as peripécias vividas por artistas dentro e fora do picadeiro. E lançamos mão de duas das linhas de pesquisas práticas que fazem parte do estudo contínuo do coletivo de atores: o canto e a percussão alternativa, como forma de enriquecer a atmosfera híbrida proposta pela direção artística.

A montagem perpassa o desafio de promover a intersecção de diferentes elementos artísticos, fomentando o teatro popular em seu conceito mais básico, ou seja, um gênero destinado às camadas menos elitistas da sociedade, um teatro feito em circos, praças e espaços públicos, e, sobretudo, voltado para o ideal de um teatro acessível e transformador. E Bertold Brecht é o inspirador de uma interpretação crítica e distanciada, nos apropriando de sua prática do teatro épico, de modo a trabalhar com o distanciamento, evitando o envolvimento do ator e do espectador com a trama, sempre com o intuito de provocar reflexão e de despertar uma visão crítica de todo o conteúdo que se desenvolve em cena.

Nesta irreverente comédia, os atores cantam, dançam e representam num jogo cênico em cima do palco, com uma montagem que parte, além da literatura, dos bonecos do teatro da cultura popular, construindo uma concepção teatral que está presente na força e na beleza das danças, músicas e expressão cênica dos mesmos.

SERVIÇO

A árvore dos Mamulengos

6 e 7 de agosto (quinta e sexta-feira) – 20h

Direção: Altair de Sousa

Grupo: Grupo experimental de Teatro

Ingressos: 10 R$ (inteira) e 5 R$ (meia-entrada)

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