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O Centro de Referência e Excelência em Dependência Química, Professor Jamil Issy (Credeq), apresentou na quarta-feira, 21, o novo método de tratamento de dependentes químicos, a cão terapia. Os internos do Credeq agora contam com a alegria e amizade de quatro cachorros, dois machos e duas fêmeas. O intuito do tratamento com os animais é fazer os pacientes alcançarem algumas habilidades e auxiliá-los na luta contra os vícios.
Para essa terapia, o Credeq conta com um casal da raça Golden Retriever, que estão no núcleo adulto masculino e um casal de labradores retriever na ala adulta feminina. Os golden retriever são cães companheiros, calmos, sociáveis e familiares, e necessitam de longas caminhadas diárias. Já os labradores são extremamente dóceis.
A rotina no Credeq mudou após o início desse novo tratamento com os dependentes químicos. Agora, além dos métodos tradicionais (musicoterapia, educação física, terapia ocupacional), os pacientes internados na Unidade de Tratamento Residencial (UTR) se beneficiam com a presença dos cães terapeutas.
Romeu e Julieta, casal de Golden Retriever, começam a rotina bem cedo, quando os internos chegam para começar as atividades com os peludos. “Contamos com 36 pacientes. É feito uma escala para que haja o rodízio entre eles. Eles são responsáveis pelos cuidados com os cães. Eles fazem limpeza do canil, passeio com os cachorros”, explica a supervisora multiprofissional, Stefânia Siqueira Rosa.
A interação com os animais contribui para a liberação de hormônios, que aliviam as dores e reduzem possíveis resistências ao tratamento. Os pacientes exercitam habilidades sociais como paciência, perseverança, empatia, e comunicação efetiva. Ao contrário do tratamento com equinos (equoterapia), cuja marcha produz estímulos neurológicos, por se assemelhar ao caminhar humano, o que acaba por estimular habilidades motoras, cognitivas e emocionais no paciente.
Internado há pouco mais de um mês, L. demonstra grande satisfação com o tratamento oferecido pelo Credeq. Ele, que frequentou outros centros de tratamento contra o vício em drogas explica e acredita no tratamento no Credeq. “Nosso cronograma não segue um padrão. Cada um segue uma rotina de acordo com o'que é melhor para aquele interno. Temos sempre um acompanhamento médico ou dos assistentes sociais, que nunca deixam a gente sozinho”, explica.
“O tratamento com o Romeu e a Julieta me ajudou muito. Eu tinha uma aversão a animais, já tinha sido mordido por um cachorro uma vez. E eles me ensinaram a acordar na hora, aprender a ter responsabilidade novamente e perder o medo deles. Agora é voltar a trabalhar e me reintegrar à sociedade. O tratamento nunca vai ter fim, aqui é só o começo. Devemos sempre estar com o sinal amarelo e em alerta”, ressalta L.
A gerente de enfermagem do Credeq, Moana Salviano, explica qual é o processo de chegada e saída dos pacientes que lutam contra as drogas. “Todo os nossos internos são voluntários. Eles demonstram interesse em se curar do vício e fazem um cadastro, podendo ficar em uma fila de espera. Depois eles passam por exames laboratoriais para avaliação clínica, e posteriormente começam o processo de desintoxicação.
Após esse processo, ele é novamente avaliado para saber se há ou não a necessidade de internação nas UTR. E vai ser nesses locais que eles vão receber todos os diversos tratamentos, como o cão terapia, musicoterapia, acompanhamento médico, psicológico e outros. Ponto importante no tratamento dessas pessoas é o apoio da família, que uma vez na semana podem visitar eu familiares e recebem apoio psicológico e social também”, pontua Moana.
O Credeq
O Centro de Referência e Excelência em Dependência Química, em Aparecida de Goiânia completa hoje, 23 de junho, um ano de idade. O Centro de Excelência possui 96 leitos e dois ambulatórios, sendo os leitos distribuídos em 36 masculinos adultos, 24 femininos adultos, 36 infanto juvenis (feminino/12 vagas e masculino/24 vagas).
383 pessoas atendidas com a consulta avaliativa pela equipe multiprofissional (psiquiatra, psicólogo, assistente social e enfermeiro), sendo desses 199 (52%) internados e 184 encaminhados ao tratamento ambulatorial.
Assista ao vídeo:
