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HDT orienta que o tratamento é fundamental para envelhecer com HIV/Aids

O uso de medicação mantém expectativa de vida

Imagem ilustrativa da imagem HDT orienta que o tratamento é fundamental para envelhecer com HIV/Aids

A expectativa de vida de pessoas que vivem com HIV, o vírus causador da Aids, hoje é semelhante ao das pessoas sem a infecção. Esse tempo de vida só é possível se o contágio for diagnosticado precocemente, se o acompanhamento médico é realizado, se há a adesão ao tratamento e também se há a manutenção de bons hábitos de vida.

Segundo o médico infectologista do Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e Professor do Departamento de Medicina Tropical e Dermatologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), Dr. Luiz Carlos Silva Souza, devido a essas boas práticas – alimentação saudável, prática de exercícios físicos, acompanhamento médico – já surgem estudos em que expectativa de vida das Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) podem superar ao dos cidadãos sem a infecção.

Na literatura, a terceira idade num indivíduo diagnosticado com HIV inicia-se aos 50 anos. Nos Estados Unidos e na Europa, cerca de 50% ou mais das pessoas que vivem com HIV já têm 50 anos ou mais. E no resto do mundo, esse número é aproximadamente de 17%. Nas estatísticas brasileiras, em torno de 14% dos indivíduos que vivem com HIV no Brasil têm 50 anos ou mais.

“O processo de envelhecimento é inflamatório, com o desgaste das células. O HIV produz de forma contínua e ininterrupta uma microinflamação celular que acelera o envelhecimento. A consequência prática é a antecipação de algumas doenças. Por exemplo, um ser humano que nasceu sem o HIV e que ia desenvolver diabetes com 50 anos, poderá antecipar o desenvolvimento da doença caso contraia o vírus. Assim também é com outras doenças. O importante é mencionar que o tratamento precoce reduz em partes essas chances”, explica o infectologista.

Testagem

É importante procurar imediatamente atendimento médico e realizar o exame quando há uma situação de exposição. Se a infecção não for confirmada, o paciente é orientado a repetir o exame em uma nova data. E se estiver infectado, é encaminhado para o tratamento. O atual protocolo brasileiro, publicado dia 20 de outubro, recomenda que o uso das medicações se inicie logo na primeira semana após o diagnóstico.

O HDT, unidade do Governo de Goiás, gerida pelo Instituto Sócrates Guanaes (ISG), é um hospital referência no Estado para o tratamento de HIV/Aids. A unidade atende mais de 11.600 pessoas vivendo com HIV/Aids que buscam o medicamento mensalmente na farmácia ambulatorial. 50% dos pacientes atendidos tem idade entre 30 e 50 anos. No ano de 2022 foram registradas 912 internações de pacientes com HIV no hospital e até o momento cerca de 860 em 2023.

Apoio e superação

Com 47 anos, T.R., vive com o HIV há 12 anos. Ele descobriu após fazer uma doação de sangue. “Fui surpreendido com a notícia. Eu não tinha conhecimento nenhum. Ouvia falar que o HIV era um bicho, uma fera, foi um baque. Desabei”, revela. Ele complementa que recebeu encaminhamento do próprio banco de sangue e, desde então, faz o tratamento.

T.R. pontua que os grupos de apoio e as ONG 's foram e são fundamentais em seu tratamento. “Eu me vi acolhido. Quando a gente está decaído, nos ajudam a ver com mais clareza que a infecção não é o fim, mas o início de uma nova vida a seguir e a superar”, conta. Depois do teste positivo, ele confirma que passou a se cuidar mais. “Tenho mais vontade de viver, não pensava no amanhã”, fala. Atualmente entra na rotina uma alimentação saudável, acompanhamento médico e medicação na hora.

“Ter HIV não é vergonha, não representa que a pessoa fez algo errado ou diferente. Temos que entender que é uma infecção que não tem cura ainda, mas tem tratamento. E quanto mais cedo iniciar será melhor para si mesma, para a família e para a comunidade, pois quando se realiza o tratamento, o vírus não é mais transmitido”, pontua o médico infectologista.

Números

O Ministério da Saúde estima que mais de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil. De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, somente em 2022 houve o registro de mais de 16,7 mil casos da infecção.

Até o ano de 2025, teremos aproximadamente 2 bilhões de idosos no planeta, a maioria (80%) vivendo nos países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que em 2030 o número de pessoas com 60 anos de idade ou mais ultrapasse os 40 milhões.

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