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Uma análise psicológica e espiritualista sobre a maldade como patologia (psicopatas) e a sexolatria como uma das consequências – Parte I

Jose Geraldo Rabelo ,Especial para Opinião Pública

Durante muitos séculos temos ouvido falar sobre a maldade, mas quase sempre vista pelo anglo religioso e não pela ótica médica como sendo uma patologia e requer tratamento médico e psicológico.

Os traços da maldade podem ser observados desde a tenra infância, entretanto, muitas vezes despercebidos pelos pais e/ou responsáveis, bem como os educadores. Uma observação interessante é que ouvimos por parte dos pais a seguinte frase: “isso é coisa da idade”, e assim ignorado e deixado de lado.

Sem levarmos em conta um assunto ainda muito polêmico que é a reencarnação, mesmo estando sendo comprovado pela Ciência todos os dias. As pessoas possuidoras de uma maldade patológica são manipuladores cruéis e frios, destituídos de sentimentos de empatia e compaixão e ao mesmo tempo costuma impressionar pelas suas habilidade e inteligência, fatores que mascaram a sua verdadeira personalidade ou realidade psíquica.

Camuflados de executivos bem-sucedidos, mulheres charmosas, grandes empresários, profissionais liberais, políticos, operários comuns, pais e mães de família, impressionam e seduzem (muitas vezes sexualmente) aqueles que cruzam seu caminho e quando estes os contrariam, tornam-se presas fáceis, pois não admitem que ninguém seja melhor do que eles. Não são fáceis de serem reconhecidos no meio da multidão. Deixam grandes rastros de destruição por onde passam.

Normalmente se tornam personagens de filmes e telenovelas, como Felix da última novela da Globo, de Hannibal representado por Anthony Hopkins e tantos outros personagens que representam a verdadeira maldade que é capaz o ser humano doente.

Lembrando um trecho de Paulo – o Apóstolo de Deus: “Queremos praticar o bem, mas quando vamos praticar o bem é o mal que praticamos; porque o mal habita em nós”.

Podemos afirmar que, hoje principalmente, o ser humano sabe distinguir o certo do errado com idade cada vez precoce, tendo o livre arbítrio para escolher entre o bem e o mal – como discorremos em nosso último texto nesse conceituado jornal do dia 31/03 - Uma análise sistemática sobre o dilema existencial e as doenças psicossomáticas.

As atitudes desses personagens causam tantos incômodos justamente porque eles prejudicam terceiros sem nenhum sinal de culpa, contrariando o fato de que o ser humano tem em si capacidade distinguir o certo do errado. Quando despertamos em nós a piedade, buscamos ajudar pessoas que sofrem, pois se trata de um ato moral e de nosso senso de amor ao próximo.

Não tem muito tempo tínhamos a convicção de que as regras sociais são aprendidas nas relações interpessoais. Dessa forma, a única maneira de obtermos indivíduos morais seria educá-los e condicioná-los socialmente. Cabendo a sociedade e à cultura estabelecer as regras sobre o certo e o errado. Não há como negar que muitas regras sociais direcionadas às distinções entre o certo e o errado precisam ser aprendidas. É impossível nascer sabendo determinadas convenções sociais e culturais. Aprender é recordar.

Toda teoria da evolução das espécies se baseia na competividade e na sobrevivência dos mais aptos. Como podemos entender que características de bondade e altruísmo tenham se perpetuado e evoluído em meio à violência do mundo natural e atual.

Existem algumas teorias que tentam explicar o senso de justiça mais apurado em determinados animais e humanos. Entre elas gostaria de destacar a teoria da mente (fundamentada em estudos psicológicos) e a teoria com base do cérebro social (desenvolvida na neurociência). A teoria da mente consiste basicamente na capacidade de um ser biológico (humano ou não) imaginar que outros seres possam ter uma vida mental similar à dele. Essa teoria pode ser facilmente compreendida quando nos colocamos no lugar de outras pessoas. “Nunca faça aos outros, o que não gostaria que fizessem a você”. Existe um ditado que diz: “Antes de julgar alguém, calce suas sandálias e caminhe uma milha”. Em outras palavras: antes de emitir um juízo, convém colocar-se no lugar do outro, tentar imaginar o que ele sente, o que ele pensa, e somente depois agir. Isso resume a teoria da mente em plena ação.

A teoria do cérebro social desenvolveu e avançou de forma significativa nos últimos anos devido à utilização sistemática, onde psicólogos e neurocientistas, da ressonância magnética funcional. Capaz de mostrar através de vídeos o funcionamento de partes específicas do cérebro quando ativadas durante algumas situações. Quando ouvimos o choro de alguém que amamos, o centro da afetividade entra em “ebulição”.

Sendo a partir dai que os cientistas começaram a responder uma série de questões sobre o comportamento social das pessoas. Ser generoso ou solidário está inserido em nosso cérebro, entretanto, ele será ativado ou não de acordo com o desenvolver da pessoa e todas as influencias que fazem parte de cada período de nossas vidas, que poderíamos chamar de aprendizado ou educação.

Partindo desse princípio científico, chegamos a “conclusão” que o nosso cérebro é ‘burro’, ou seja, ele é comandado pela mente (a mente não é o cérebro). Nossa conduta, nossas atitudes, nossas escolhas e interação com o meio em que vivemos pode determinar nosso comportamento que irá formar nosso caráter. Assim, o cérebro social responsável pelos pensamentos e sentimentos que aprendemos nos possibilita a percepção empática dos sentimentos alheios.

Explicando através da visão dos neurologistas existe um “kit de moralidade” instalado em nosso “hardware” cerebral, mas se realmente isso existe como explicar o comportamento desumano dos psicopatas ou pervertidos (na linguagem psicanalítica)? A resposta seria simples, eles não possuem esse “Kit de moralidade” ou ele veio com uma desconexão dos circuitos cerebrais relacionados à emoção. O comportamento frio e perverso dos psicopatas não pode ser atribuído simplesmente a uma má criação ou educação. O que me soa muito falso e fantasioso ou buscando uma forma de escapar ao real processo que leva as pessoas a serem e se comportarem com perversidade.

A emoção e a razão são as funções mais complexas produzidas pelo cérebro humano. Em nosso cotidiano ativamos operações mentais que envolvem sempre uma e outra. Apesar de serem parceiras constantes, os mecanismos neurais geradores da emoção e da razão são diversos. As emoções negativas são mais estudadas e compreendidas do que as positivas, e a mais conhecida de todas é o medo. Este surge quando algo nos ameaça, desencadeando uma ação de luta ou fuga. Temos também a raiva. Sentimento que age como mecanismo de defesa ou como meio de sobrevivência. Animais, tidos como irracionais, costumam agredir seus semelhantes como forma de defender seu território, disputar as fêmeas e estabelecer hierarquias sociais. No ser humano as reações de medo e raiva se manifestam de forma bastante semelhante àquelas observadas nos animais. Entretanto, entre os seres humanos as emoções são moduladas pela razão. Doses certas de razão e emoção é que fazem com que tenhamos comportamentos humano. Quando nos comportamos, portanto, como animais irracionais, quando atacamos uma “fêmea” somente porque seu vestido é curto ou sua blusa é decotada, não podemos chamar isso apenas de uma disfunção neurológica; mas vai muito além de uma explicação tão simplista por parte dos materialistas.  (Leia a segunda parte desse artigo em breve)

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. Emails.:[email protected] e/ou [email protected])

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