
Derrotado nas urnas na disputa pelo Senado, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB), para não ser esquecido da cobertura diária, tem usado as redes sociais com mais habitualidade. Sem mandato, restou esta alternativa.
Adversários dizem que o digital não é o forte do antigo gestor, que sempre fez política de articulação e distribuição de recursos públicos para prefeituras.
Em sua saída em defesa dos produtores rurais, que podem ter que contribuir com áreas estratégicas de Goiás, como o social e as rodovias, Marconi ouviu o que não queria.
Daniel Vilela, presidente do MDB e vice-governador eleito de Goiás, foi duro com o ex-governador: "Maior traidor do agro foi o ex-governador Marconi Perillo, que deixou a infraestrutura de Goiás acabar. Durante 20 anos, as estradas se deterioraram e a Agetop virou sinônimo de ineficiência e corrupção. Quem mais sofreu foi o produtor rural".
Marconi foi um dos governantes brasileiros que mais ficou no poder neste século e deixou, conforme relatórios da Confederação Nacional de Transportes (CNT), uma malha viária periclitante, com estradas consideradas dentre as piores do Brasil.
O gestor também deixou a desejar com o agronegócio no tocante à administração.
Marconi extinguiu a Secretaria de Agricultura em uma reforma administrativa que pretendia dar visibilidade para ele como gestor austero, mas que reduziu a importância do agro. Na época, 2014, a Secretaria de Agricultura foi abrangida pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Daniel Vilela era deputado estadual na época. Ele foi contra os arranjos de Marconi, que surtiram mais efeitos midiáticos do que práticos.
Após a perda de status e autonomia de secretaria exclusiva do agro, a cobertura do campo na gestão de Marconi tornou-se praticamente invisível com suas políticas e articulações públicas. "Sem pasta própria, perde em articulação com o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária)", reclamou, na época, um advogado agrarista.