O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, reafirmou seu desejo de concorrer a presidente da República em 2026 e descartou a hipótese de deixar o seu partido, o União Brasil, para buscar uma possível candidatura por outra legenda. Perguntado se o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seria uma opção, caso o União Brasil não leve seu nome adiante, Caiado foi peremptório e disse não ver chances de ocorrer.
“Não. Eu não vejo essa condição, até porque não é uma característica de Ronaldo Caiado. Eu, em 1989, criei o PSD para concorrer a presidente. Depois entrei no PFL e nunca mais mudei de partido. O PFL, o DEM, o União Brasil é o mesmo partido. Então, eu tenho um grupo de colegas muito bom dentro do partido, temos bons quadros, boas pessoas na política, com boa capacidade de debate, de conteúdo, e sempre fizemos a boa política. O que precisamos buscar são alianças, composições políticas”, disse ao portal Metrópoles.
Caiado lembrou que um partido que tem tempo de televisão é muito importante numa campanha eleitoral, mas defendeu que aqueles que tem competência para aglutinar as forças políticas conseguem fazer composições, inclusive nos estados, que vão dar sustentação ao projeto político desse grupo. Segundo o governador goiano, quando os princípios ideológicos se assemelham, não há a menor dificuldade de se compor uma grande aliança, no seu caso, com os partidos de centro-direita existentes no Brasil.
Terceira maior força
O União Brasil é hoje a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, com 61 parlamentares, e segunda maior do Senado, com 14 senadores. O partido tem ainda três governadores. Caiado é visto por seus correligionários, principalmente os remanescentes do antigo DEM, como o nome com potencial político/administrativo suficiente para se apresentar como candidato a presidente nas próximas eleições. Recentemente, o ex-prefeito de Salvador e atual secretário-geral do União Brasil, ACM Neto, fez vários elogios a Caiado e disse que o governador goiano é um grande nome da oposição nacional.
Sobre o fato de o União Brasil integrar a base de apoio ao governo Lula, Caiado disse que é preciso separar o que é governabilidade e o que é campanha eleitoral. De acordo com o goiano, que vislumbra uma transformação em curso para dar maior homogeneidade à legenda, o União Brasil precisa se expressar, precisa ter posição, precisa saber como é que ele vai enfrentar os temas que são colocados. Para Caiado, partido que não opina não é ouvido.
“União Brasil é um partido que precisa saber qual é o rumo dele, como é que ele vai se comportar perante uma política. Se temos quadros, se somos uns dos maiores partidos do Congresso, então, mais do que nunca, temos que estar preparados pra isso”, ressalta. O governador afirmou que o partido terá uma reunião da executiva no dia 6 de novembro e, a partir daí, será marcada a data da antecipação da eleição para o mês de fevereiro, o que deve mudar o curso da sigla.
Apoio de Bolsonaro
Caiado adiantou que, caso consiga viabilizar sua candidatura a presidente, vai sim buscar o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas que ainda reúne uma grande força eleitoral Brasil afora. O governador de Goiás lembrou que sua relação com Bolsonaro foi a mais respeitosa possível, mas destacou que tem o seu próprio estilo de governar, e reforçou que não abre mão das suas convicções políticas, nem tampouco dos seus princípios e valores que são caros à sua consciência.
“No primeiro turno para as eleições em Goiás, Bolsonaro apoiou um outro candidato contra mim, eu ganhei no primeiro turno, e nem por isso eu deixei de apoiá-lo no segundo turno. Como estava polarizado entre Lula e Bolsonaro, eu apoiei Bolsonaro, entrei na sua campanha. Sempre o recebi em Goiás, como recebo os ministros do governo, converso, sento, dialogo. E, caso eu venha a ser candidato, lógico que eu vou buscar o apoio dele. Agora, eu tenho o meu estilo de governar. Isso é próprio de cada um. Ele (Bolsonaro) tem o estilo dele, eu tenho o meu, o Lula tem o dele”, explicou.