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Brasil entra no ponto central da pandemia do novo coronavírus

O país alcançou a barreira de mais de 10 mil mortes por complicações do novo coronavírus (Sars-CoV-2), desde a ocorrência do primeiro caso no país no mês de março, segundo dados das secretarias estaduais de saúde, na última sexta-feira (8).

Foram confirmados 10.017 óbitos no Brasil, o que o coloca como o sexto com mais incidências da doença, atrás dos Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Espanha e França. O registro da primeira morte oficial pelo novo coronavírus no Brasil foi a 53 dias. Desde então, o país chegou a mais de 146 mil infectados.

Em todos os países mencionados, medidas foram decretadas para impedir o avanço da doença, embora posturas contrárias ao isolamento social tenham sido reincidentes. Acompanhe como ocorreram esses avanços:

- Com quarentena menos rígida no início da pandemia, a Itália chegou a se tornar o epicentro da doença na Europa.

- O Reino Unido apostou em formas alternativas de combate, como a imunização de rebanho e se tornou o país com mais mortes no continente.

- A Alemanha demorou mais tempo que a Itália para colocar em prática medidas de distanciamento social, mas com uma boa estrutura de saúde, garantiu uma letalidade mais baixa e já planeja sua reabertura.

- Os EUA demoraram a implementar ações de isolamento e quando foi feita uma testagem em massa, o país se tornou o novo epicentro da doença no mundo.

- A Espanha se tornou um dos países mais afetados pela Covid-19 e o governo espanhol decretou emergência e isolamento obrigatório.

Segundo pesquisadores que acompanham o surto de coronavírus pelo mundo, o índice de casos confirmados nos países depende da política de testes adotadas em cada um deles e também da quantidade de equipamentos disponíveis. Os especialistas ainda reforçam que cada país tem um cenário específico de combate à pandemia e que as medidas de contenção têm que levar em conta as especificidades locais.

Dados

• 17/03 - Primeira morte é confirmada em São Paulo.

• 08/05 - Pico diário de mortes 827 (pela contagem do Ministério da Saúde, foram 751).

• 08/05 - O país chega aos mais de 10 mil casos.

O Brasil completou mais de 10 mil mortes enquanto começou a ter medidas mais severas de isolamento em zonas que já vivenciam uma sobrecarga no sistema de saúde, como cidades do Norte e do Nordeste do país. Na terça-feira (5), o governo do Pará decretou lockdown na capital Belém e em outras grandes cidades do estado.

Na região Nordeste em Maranhão e no Ceará também decretaram medidas similares. Em São Paulo, estado onde houve a primeira confirmação de Covid-19 no país, as medidas de distanciamento social e o fechamento do comércio não essenciais foram prorrogados.

Ministério da Saúde

A pasta afirma que não há como saber exatamente quantas pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus no país. Sem a testagem em massa, boa parte dos portadores assintomáticos ou com sintomas leves não chegaram a ser testados e a prioridade é para os pacientes graves.

Subnotificação e governança

Para o professor da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto, Domingos Alves, no Brasil a subnotificação dificulta o acompanhamento da epidemia e o desenvolvimento de políticas de combate e proteção, "o governo tem que começar a liberar dados mais fidedignos, mais estruturados para que se possa fazer o acompanhamento da epidemia", argumentou. Ele ainda estima que as mortes no país já estejam em mais de 10 mil.

Conforme o ex-diretor do Instituto Adolfo Lutz e epidemiologista da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Eliseu Waldman, os altos índices dos EUA são inesperados, mas que acompanham segundo ele, uma má-governança do país, "Não esperava inicialmente que a pandemia alcançasse os resultados nas dimensões que tem alcançado nos EUA", declarou.

O epidemiologista ainda justificou a surpresa por ser uma das maiores economias do mundo e ter um sistema de vigilância em saúde bastante efetivo, o esperado era que a resposta dos EUA fosse eficaz. Mas o pesquisador afirmou que um dos pontos fracos do país é seu sistema de saúde não universal.

Waldman também destacou que a Bélgica, um país pequeno e com boa estrutura de saúde, se arriscou a princípio ao não tomar medidas mais fortes de controle e isolamento. Para ele, esse também é um dos motivos que colocou o país entre os mais afetados em toda a Europa.

*Com informações do G1.

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