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Seis pessoas são indiciadas pela morte de João Alberto no Carrefour de Porto Alegre, RS

Nesta sexta-feira (6), seis pessoas foram indiciadas, pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por homicídio triplamente qualificado - por motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima - no Caso João Alberto Silveira Freitas, cidadão negro morto após ser espancado por dois seguranças brancos no dia 19 de novembro em um supermercado em Porto Alegre.

Os indiciados são os dois seguranças Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, já presos, a funcionária também já detida Adriana Alves Dutra - que tentou impedir a gravação, o funcionário da empresa de segurança Vector Paulo Francisco da Silva e os dois funcionários do mercado - Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende

Segundo a polícia, a partir da análise das provas coletadas, é possível identificar que houve um exagero nas agressões impostas à vítima. Sendo, para a polícia, resultado da fragilidade socioeconômica da vítima. Os indiciados não vão responder pelo crime de injúria racial, após o racismo ter sido apontado como causa do crime pela família de João Alberto.

"Nós fizemos uma análise conjuntural de todos os aspectos probatórios e doutrinários e concluímos, portanto, que o racismo estrutural que é aquelas concepções arraigadas na sociedade foram sim, fundamentais, no determinar a conduta dessas pessoas naquele caso. Sejam elas, de que cor forem, já que entre os seis, existiam também pessoas negras, e portanto, tiveram também, a mesma forma de comportamento. Ou seja, arraigado dentro do seu íntimo, concepções já antigas de discriminação por conta, não só, da sua cor de pele, da cor de pele da vítima, no caso. Mas também pela sua condição socioeconômica. Nós entendemos que, uma outra pessoa estando naquele momento, naquele lugar, poderia ter uma tratamento diferenciado, esclareceu a delegada Roberta Bertoldo.

De acordo com o inquérito, os depoimentos mostraram que houve indiferença dos funcionários vinculados ao Carrefour e à empresa de segurança Vector quanto às ações que cometiam contra a vítima. A situação foi classificada como degradante e desumana no inquérito.

"Seis indiciados por homicídio triplamente qualificado, três pessoas que já eram de conhecimento da imprensa, e que já estão presas, e outras três, que no final do relatório, são apontadas. Então, ao total, são seis pessoas indiciadas pelo homicídio triplamente qualificado", disse a chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor.

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