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O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nesta segunda-feira (29) que o Brasil teve, no ano passado, 22% a mais de mortes por causas naturais do que o que era esperado. Segundo o levantamento realizado pela organização global de saúde Vital Strategies, em 2020 houve 275.587 mortes a mais do que o que era esperado.
No estudo, também são classificadas como mortes naturais as causadas por doenças, como a Covid-19. Mas, não entram aquelas causadas por acidentes ou armas de fogo, por exemplo.
Ao todo, era esperado que 1.231.020 pessoas morressem por causas naturais em 2020. A estimativa é obtida através dos dados históricos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde de 2015 a 2019.
A pesquisa estimou os óbitos que de fato ocorreram no ano passado – os chamados "óbitos observados" – com base em dados do Portal da Transparência do Registro Civil e da Central de Informações do Registro Civil (CRC), aplicando uma metodologia para corrigir a subnotificação.
Dessa maneira, não é possível afirmar que, no ano passado, morreram 1.506.607 pessoas, que é a soma do número de mortes observadas mais as mortes esperadas.
Dados constatados no levantamento:
- O excesso de mortes foi maior na faixa etária de até 59 anos: houve 31% a mais de mortes do que o esperado. Na faixa acima dos 60, foram 20% de mortes a mais.
- Também foi maior entre os homens do que entre as mulheres: o excesso entre o sexo masculino foi de 25%, e entre as mulheres, de 19%.
- O Sudeste foi a região com o maior excesso de mortes, com 38%, seguido do Nordeste, com 32%. O Norte teve 12% a mais de mortes do que o esperado, o Centro-Oeste, 10%, e o Sul, 9%.
- Os dados foram calculados segundo as semanas epidemiológicas (que vai do domingo até o sábado seguinte). As semanas epidemiológicas com o maior excesso de mortes foram as 19 e 20: de 3 a 9 e de de 10 a 16 de maio, respectivamente. Em ambas, o excesso de mortes em relação ao período de 2015 a 2019 foi de 46%.
- O estado com maior percentual de excesso de mortes foi o Amazonas, com 52% a mais de mortes em 2020 do que o que era esperado. O menor percentual foi visto no Rio Grande do Sul, que teve 9% a mais de mortes.
Mortes por Covid-19
Segundo a análise dos dados, a infecção pelo coronavírus não é, necessariamente, a causa direta do excesso de mortalidade visto para o ano passado. O Painel do Conass e Vital Strategies não aponta a causa das mortes.
No entanto, de acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, em 1° de janeiro deste ano, o Brasil contabilizava 195,4 mil mortes confirmadas pela Covid-19 desde o início da chegada do Sars CoV-2. A contagem teve início em 26 de fevereiro, quando o primeiro paciente foi registrado pelo Ministério da Saúde.
Quanto aos casos confirmados, desde o começo da pandemia, 7.698.862 brasileiros desenvolveram a doença do novo coronavírus em 2020.
*Com informações do G1.
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