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Motoboy é preso por engano duas vezes por ser confundido com procurado pela polícia no RJ

O motoboy Alison da Silva Monteiro, de 27 anos, foi preso duas vezes pelos crimes de tráfico de drogas e de tentativa de homicídio que nunca cometeu, por ser confundido com o xará procurado pela polícia. Em abril de 2019, o rapaz foi preso e chegou a passar três dias numa cela com 180 detentos até conseguir a liberdade.

Alison passou a andar com uma cópia do alvará de soltura na carteira, mas não adiantou, no último domingo (20), ele foi mais uma vez confundido com o procurado e acabou indo parar atrás das grades novamente.

Na segunda-feira (21), depois que a Justiça concedeu um contramandado (ordem judicial que revogou a prisão do entregador), Alison fez um desabafo e disse que estuda entrar com um pedido de ação indenizatória contra o estado.

"Não imaginei que fosse passar por tudo isso novamente. Em abril de 2019, o mandado de prisão expedido tinha uma letra a mais no nome . O meu Alison é com um l só e mesmo assim fui preso e ainda precisei passar por uma audiência de custódia. Lembro, inclusive, que dois policiais que conheciam a pessoa procurada estiveram lá. Eles disseram ao juiz que não me reconheciam e que eu não era o procurado. Desta última vez, colocaram o meu nome certo no mandado e até a minha filiação. Ou seja, o Estado disse que o bandido era eu e não o outro. É um constrangimento e uma sensação de impotência enorme", disse.

Na primeira vez que foi preso por engano, Alison conta que foi detido pela polícia no Detran de Irajá, após ir ao local para renovar a carteira de habilitação. Na ocasião, precisou passar três dias em um presídio, em Benfica, até ser solto pela justiça.

No último domingo (20), ele fazia uma entrega de comida quando foi abordado por policiais militares, em uma blitz, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O entregador afirma que chegou a mostrar a cópia do alvará de soltura, de 2019, mas acabou sendo levado para a 35ªDP (Campo Grande). O advogado do rapaz entrou com um pedido de relaxamento de prisão, e o entregador foi solto na segunda-feira (21).

"Fiquei com muito medo de que fosse voltar para Benfica mais uma vez. Passei a noite toda em claro. Graças a Deus, o advogado foi rápido", disse.

Segundo o motoboy, os dois enganos lhe custaram caro. Ele revelou que , por causa da primeira prisão, teve que deixar de lado um emprego de motorista de aplicativo.

"Era motorista de aplicativo e fui banido por conta do mandado de prisão. Agora, já soube que aconteceu a mesma coisa com o aplicativo de serviços de entregas", revelou.

Alison afirma que agora está com medo de sair de casa. "Fico com medo de sair pra rua e acontecer a mesma coisa de novo. Ou de sofrer uma covardia qualquer", concluiu.

Segundo o RJTV, após o episódio de 2019, a Justiça corrigiu informações sobre o verdadeiro alvo do mandado de prisão, mas nem todo o sistema foi atualizado. Ao RJTV, a Polícia Civil informou que a atualização das informações ou retirada do nome de Alison do sistema não cabe à corporação e acrescentou que entrou em contato com o Tribunal de Justiça para esclarecer os fatos.

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