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A força dos pequenos

Uma ideia inovadora e a vontade de empreender em um pequeno negócio, tem rendido muito mais que cases de sucesso. Tem auxiliado a acalentar um problema antigo no Brasil: o déficit de empregos formais. Isso porque, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) os pequenos e micro negócios respondem por 99% das empresas brasileiras, geram mais de 55% dos empregos formais e representam 30% do PIB. No Brasil, representam mais de 70% das empresas do pais, aproximadamente 52% de todos os empregos com carteira assinada

Logo, se o levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou queda na taxa do desemprego para 9,4, em abril (a menor desde 2015), os pequenos e microempresários têm mérito nesses números. Pois, de acordo com o economista Aurélio Troconso, eles estão aquecendo a economia graças ao grande volume de empreendedores e o seu crescimento.

“Se estão empregando, geram emprego, renda e colocam mais consumidores no mercado e, consequentemente, é preciso aumentar a produção no país e é assim que surgem novas empresas e novas contratações. E, as microempresas podem virar médias e até grandes” explica o economista Aurélio Troncoso.

. Número de micro e pequenas empresas em cidades de Goiás. Foto: Sebrae.

POTENTE

Em Goiás, este tipo de negócio está em crescimento. Segundo Levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado no começo do ano, as micro e pequenas empresas do Centro-Oeste foram as que obtiveram o melhor desempenho: abriram 27 mil novos empregos a cada mil já existentes.

Conforme dados do Sebrae, Goiânia possui mais de 200 mil empreendimentos desse nicho. Entre eles, está o negócio da empresária Nathália Barbosa, que este em ascensão. Ela, durante uma pesquisa de mestrado, descobriu um esfoliante a partir dos rejeitos agroindústrias de goiaba, e em 2018, resolveu abrir um negócio de insumos naturais para cosméticos.

No ano seguinte, chegou a pandemia, mas ao contrário do que esperava, a empresa deslanchou. “O mercado de cuidados pessoais e produtos naturais cresceu na pandemia e nós estávamos preparados para atender à demanda”, explica a empresária, cujo negócio obteve reconhecimentos, como o Prêmio Empresa Inovadora – Pelo Centro de Incubação da UFG e Mulheres Inovadoras da Finep.

Hoje o negócio possui três funcionários formais, entre eles, o auxiliar de produção Gustavo Santos, 24 anos. O emprego, para ele, chegou em boa hora: estava desempregado há um ano e a vida se resumia em enviar currículo e participar de diversos processos seletivos sem sucesso em empresas de grande porte.

Hoje, respira o ar de alívio daqueles que possuem a carteira assinada. “Comecei a procurar emprego na pandemia. Estava realmente difícil encontrar uma oportunidade e é interessante ver o começo de uma grande ideia colocada em prática”, diz Gustavo.

O auxiliar de produção, Gustavo Santos, após tentar entrar em uma empresa grande conseguiu emprego em uma pequena empresa. Foto: arquivo pessoal.

Formação

Mas vale lembrar que antes de crescer e gerar empregos, Nathália começou sozinha e investiu na formação, principalmente em cursos do Sebrae. “Gostei muito de um projeto de apoio ao empreendedorismo feminino, o ‘Sebrae Delas’, que deu suporte para a empresa durante a pandemia”, diz ela, ressaltando também o apoio do Centro de Incubação (Cei) da UFG.

De acordo com a gerente do Sebrae Centra/ Goiânia, Larissa Ribeiro, o órgão possui diversas outras inciativas que preparam o micro e pequeno empreendedor, desde a criação, até a manutenção e expansão da empresa.

“No começo, o empreendedor deve entender, por exemplo, que é preciso conhecer o mercado que está querendo entrar e fazer um planejamento em várias fases, entender as dores dos clientes e se o seu produto é necessário”, ensina.

O planejamento da empresa, Larissa Ribeiro explica que deve acompanhar o empreendedor em todas as fases, assim como de estratégias do marketing digital e para lidar com o endividamento.

“O pequeno empreendedor parece ter vergonha das dívidas, sendo que as grandes empresas, lidam com isso o tempo todo com naturalidade. Ainda mais nesse tempo de pandemia e de crise, é preciso saber negociar para que empresa continua ativa”, orienta.

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