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CORONAVÍRUS

Estudos revelam: Doenças neurológicas e mentais são frequentes em pacientes pós-covid

Um estudo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), em São Paulo, mostrou que 80% das pessoas diagnosticadas com Covid-19, apresentam sequelas cognitivas após a recuperação. Falhas na atenção, memória e na função executiva do cérebro são algumas das consequências da doença mesmo após a recuperação.

A neuropsicóloga Lívia Stocco Sanches Valentin, responsável por coordenar os estudos, reforçou a necessidade de se incluir na avaliação clínica dos pacientes pós-covid de qualquer gravidade, sintomas como sonolência diurna excessiva, fadiga e lapsos de memória para que o diagnóstico precoce possa auxiliar na recuperação completa do paciente.

Um estudo do setor de psiquiatria da revista científica The Lancet, mostra que uma em cada três pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus recebe um diagnóstico de doença neurológica ou psiquiátrica até seis meses depois de ter a doença.

Segundo o neurologista Rodrigo de Souza Castro, os estudos apontam doenças Neurologicas, Acidente Vascular Cerebral (AVC), demencia e hemorragia cerebral. "Quadros mentais associados foram ansiedade, transtorno do humor, abuso de substancias controladas e insonia", conta.

Rodrigo de Souza Castro-Neurologista.Foto: Arquivo pessoal.

De acordo com Rodrigo, a Incidência foi maior em pacientes que necessitaram de hospitalização e notadamente os que precisaram de internação em UTI. "Nesses casos o paciente precisa ser acompanhado por um Neurologista e/ou Psiquiatra para receber o tratamento adequado conforme o diagnóstico recebido", afirma.

Dados do estudo sobre os casos mentais mais encontradas:

  • Ansiedade-17% das pessoas;
  • Transtornos de humor-14%;
  • Abuso de substâncias controladas-7%;
  • Insônia-5%.

Dados do estudo sobre doenças neurológicas mais encontradas:

  • AVC isquêmico-2,1%;
  • Demência-0,7%;
  • Hemorragia cerebral-0,6%.

De acordo com Rodrigo, exames de imagem “podem auxiliar na comprovação diagnóstica de doenças cerebrovasculares e quadros neurodegenerativos que venham a ocorrer ao paciente pós-covid a depender da suspeita clínica estabelecida pelo Neurologista que o acompanha”, afirma.

Segundo a psicóloga Jhéssyka Cândida Israel dos Santos, é importante que a pessoa não se cobre, tenha paciência, respeite o seu tempo, os seus limites e a nova realidade a qual se apresenta no pós-covid e, se possível realizar um acompanhamento. "Se for identificado o diagnóstico de uma doença e/ou um transtorno, é muito importante fazer um acompanhamento psicoterapeutico e se necessário, psiquiátrico também", afirma.

Jhéssyka Cândida-psicóloga.Foto: Arquivo pessoal.

"É uma situação em que a pessoa não deve se cobrar, nem se culpabilizar, pois o covid é uma situação a qual não temos como controlar, bem como as sequelas posteriores a ele. Sendo assim, é possível realizar um acompanhamento e buscar maneiras de estar amenizando as situações que se apresentam no pós covid", afirma Jhéssyka.

De acordo com a psicóloga outra ponto importante é o olhar da família, a acolhida da família a essa pessoa que vivenciou a doença, favorecendo um ambiente mais acolhedor e harmonioso, respeitando os seus limites. "Pois se configura em uma nova realidade a qual a família e a pessoa estão perpassando, portanto, é uma nova realidade a ser adaptada e uma forma diferente de olhar uma situação que antes não existia", afirma.

Para ela é importante que a família acolha, não critique e respeite a dificuldade em que o membro da família está passando, tendo também para com ele paciência, para que assim, possa se sentir mais confortável em seu ambiente familiar. "Vale ressaltar, que todos os cuidados de prevenção à COVID-19 devem ser mantidos, para a manutenção da saúde de todos e a prevenção de novos contágios, finaliza a psicóloga.

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