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Refugiados da Síria fazem do Brasil o principal destino da América Latina

A guerra civil que assola a Síria desde 2011 e já matou mais de 200 mil pessoas, também vem causando uma das maiores crises humanitárias da década: a fuga de milhões de cidadãos sírios.

A Agência das Nações Unidas para Refugiados* (UNHCR, na sigla em inglês) calcula que quase 4 milhões de pessoas deixaram o país. Outros 8 milhões tentam sobreviver longe de suas casas, mas ainda em território sírio.

Mais da metade das pessoas que abandonou a Síria buscou refúgio em países próximos, como Jordânia, Líbano, Egito, Iraque e Turquia, mas cresceu muito nos últimos quatro anos o número de sírios que chegam ao Brasil para começar uma nova vida.

Atualmente cerca de 1.600 cidadãos vindos da Síria vivem em nosso país como refugiados, segundo estatísticas do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE). Há três anos, quando a guerra civil síria começou, eram apenas 13 registrados no Brasil. Só em 2014, foram feitas 1.326 soliticações de sírios para permanecer em território brasileiro. Este número representa um aumento de quase 9.000% em relação a 2011.

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Para ajudar estas pessoas que chegam aqui - sozinhas ou junto com suas famílias - o CONARE adotou medidas para desburocratizar e agilizar o atendimento. Além do comitê, os refugiados sírios recebem assistência de organizações não governamentais, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

Mas o recomeço no Brasil não é fácil. O custo de vida no país está muito alto e os sírios encontram poucos brasileiros que falem inglês, o que dificulta que eles consigam emprego. Muitos deles perderam tudo na Síria. Suas casas foram bombardeadas e os refugiados chegam aqui com pouco dinheiro.

Hoje, os sírios já se tornaram o maior grupo de refugiados vivendo no Brasil. Em São Paulo, o Adus - Instituto de Reintegração do Refugiado*, promove trabalho voluntário para ajudar a inserção de pessoas vindas de outros países na sociedade brasileira. A ONG promove aulas de português, eventos de socialização e ajuda os refugiados na busca por trabalho.

A guerra civil da Síria é provocada por diferenças religiosas. O presidente Bashar al-Assad, da minoria étnico-religiosa alauíta, enfrenta há quase três anos uma rebelião armada que tenta tirá-lo do poder. Há 15 anos comandando o país, o político é acusado de crimes de guerra e ter ordenado o massacre de seus opositores.

*UNHCR
Adus

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