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Goiás enfrenta epidemia de dengue em 170 cidades

A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia como epidêmica a quantidade de casos de dengue no Brasil. O Estado com o maior número de cidades com epidemia é São Paulo, com 530 cidades, seguido de Goiás, com 170, e Paraná, com 157 municípios.

A OMS considera que há epidemia de dengue quando um local registra ao menos 300 casos a cada 100 mil habitantes. Goiás já ultrapassou este número em 170 municípios.  Apesar da gravidade, o combate tem sido pontual, com mais ação da Prefeitura de Goiânia.

Para a diretora de Vigilância de Saúde de Goiânia, Flúvia Amorim, desde março que o município foi declarado com epidemia e que para chegar a esta constatação é preciso que o número de casos notificados permaneça no período de um mês ou mais. “A partir de quatro semanas já declaramos se tratar de epidemia, e para que saiamos deste quadro é necessário que tenhamos menos de 600 casos por semana”, declara.

Ela esclarece que desde outubro do ano passado estão sendo feitas campanhas de mídia em que se busca conscientizar a população sobre a importância da eliminação de criadouros. “Em janeiro deste ano fizemos um levantamento de índice detalhado para identificar os principais criadouros por região da cidade e assim desenvolver ações específicas para cada local, isso foi feito”, afirma.

Fora isso, Flúvia acrescenta que outras medidas são pontualmente executadas com o intuito de combater e conscientizar a população sobre os riscos que a doença representa para a pessoas. Medias estas que incluem as visitas de rotina dos agentes, a força tarefa criada pela prefeitura para determinar os bairros com maior transmissão, bem como remoção de entulhos, limpeza de lotes baldios e orientação para o morador manter o local livre de criadouros.

FERRAMENTAS

Acrescenta que a ideia é descobrir ferramentas mais eficazes para combater o mosquito como, por exemplo, o projeto das telas com inseticida que estão sendo testadas, pelo período de dois anos, no combate à dengue.

Flúvia revela que hoje o principal criadouro, encontrado com foco do mosquito, foram os ralos: ralo de banheiro, cozinha e garagens. Sendo que o segundo são os tambores e recipiente que acumulam a água da chuva, o terceiro fator que mais promove a proliferação do mosquito são os materiais descartáveis jogados nos quintais e locais inadequados e em quarto os vasos sanitário não utilizados.

Ela pede para frisar a importância da participação ativa da população  no combate à dengue uma vez que o poder público tem suas reponsabilidades e deveres, mas ela ressalta que somente a junção do poder público e a população poderá apresentar melhores resultados. “É o conjunto dessas forças que fará a diferença” conclui.

ALGUMAS DAS CIDADES COM GRAVE INCIDÊNCIA

Conforme a OMS, órgão da Nações Unidas, a partir de 300 casos o município é considerado epidêmico

Incidência de dengue

Goiânia - 1360.8

Aparecida de Goiânia - 1130.8

Alto Paraíso de Goiás - 2415.4

Trombas - 2107.9

Mundo Novo - 2712.5

Crixás - 5285.7

São Luíz do Norte- 2007.3

Rubiataba - 3372.7

Morro Agudo de Goiás – 3995

Novo Brasil - 4274.8

Turvânia - 3424.2

São João da Paraúna - 2156.5

Professor Jamil - 2536.9

São Luís de Montes Belos - 730.6

Turvânia - 3424.2

Santo Antônio da Barra - 2137.2

Vicentinópolis - 2160.7

Rio Quente – 2534

Senador Canedo - 888.3

Trindade - 681.6

Montes Claros de Goiás - 1034.4

Doverlândia - 2522.2

Perolândia - 2200.6

Itarumã - 2036.3

Novo Brasil - 4274.8

Pirenópolis - 3089.1

Iporá - 351.3

Bom Jesus de Goiá - 485.3

Faina - 1649.1

Ouro Verde de Goiás - 1089.4

Anápolis - 744.5

Secretaria Estadual de Saúde aguarda licitação para comprar bombas

Depois do estado de São Paulo, que registrou só esse ano 169 mortes causadas pela dengue, assumindo o topo dos casos, Goiás vem em seguida, com 18 óbitos em 2015. Para ampliar a capacidade de resposta para o bloqueio de casos, em nota a Secretaria de Estado da Saúde descreve as providências tomadas para coibir a doença.

Dentre as medidas, cita o repasse regular de medicamentos (analgésico e soro, principalmente) aos municípios, também com o intuito de auxiliar no tratamento dos doentes; a licitação para a compra de 350 bombas costais leves motorizadas e 10 bombas pesadas, que serão cedidas aos municípios, dependendo da situação epidemiológica e o mais recente, o Projeto Homeopatia Contra a Dengue, do Hospital de Medicina Alternativa (HMA). Os municípios precisam aderir ao projeto e solicitar as doses, que são produzidas pelo hospital e enviadas aos postos da saúde da cidade.

“As ações abrangem todos os municípios do Estado. É importante frisar que cada cidade desenvolve ações de acordo com suas necessidades e o perfil epidemiológico. Isso significa que, enquanto em uma cidade a prioridade é o recolhimento de lixo e a varrição de ruas, em outra a prioridade é a visita domiciliar. Esse trabalho “na ponta” é feito pelos agentes de saúde, que são servidores municipais”, diz a nota.

Arthur Chioro destaca gravidade de casos em São Paulo, Acre e Goiás

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse ontem que, tecnicamente, o Brasil enfrenta uma epidemia de dengue, uma vez que o número de casos identificados no país se enquadra no critério de epidemia definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – mais de 300 casos para cada 100 mil habitantes. Segundo ele, o cenário é gravíssimo nos estados de São Paulo, Goiás e do Acre.

Até o dia 18 de abril deste ano, foram registrados 745.957 casos de dengue no país. A incidência da doença chega a 367,8 casos para cada 100 mil habitantes. A Região Sudeste apresentou o maior número de casos notificados (489.636; 66,2%), seguida do Nordeste (97.591 casos; 11,5%), Centro-Oeste (85.340 casos; 12,4%), Sul (46.360 casos; 5,8%) e Norte (27.030 casos; 4,1%).

Dados da pasta mostram também que, até o dia 18 de abril, foram confirmados 229 óbitos em razão da doença. O número representa um aumento de 45% nas mortes provocadas pela dengue no país em comparação ao mesmo período de 2014, quando foram confirmados 158 óbitos. A Região Sudeste, novamente, concentra a maior parte dos óbitos (81,2%).

O ministro já havia confirmado situação endêmica de dengue no país no dia 4 deste mês, quando participou de encontro na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) com empresas de biotecnologia.

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