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Autor de atentado na Tunísia era membro de célula adormecida do Estado Islâmico, diz fonte

O atirador que matou 38 pessoas em um hotel da Tunísia, na última sexta-feira, era jihadista há quatro anos e fazia parte de uma “célula adormecida” do Estado Islâmico, segundo um homem que o conheceu na universidade. Seifeddine Rezgui já havia passado por um grupo ligado à al-Qaeda e treinado na Líbia, disse a fonte, mas as autoridades desconheciam que o estudante de engenharia de 23 anos era uma ameaça terrorista.

A informação partiu de Wassim Bel-a-Del, que conheceu Rezgui no Institut Superior des Sciences Appliquées et de Technologie, na cidade de Kairouank. Segundo a rede Sky News, o instituto é conhecido no local como “Jihad Uni”, por ter estudantes simpatizantes ao jihadismo.

Bel-a-Del informou à emissora britânica que Rezgui era parte de uma célula formada por cinco homens e se radicalizara há, pelo menos, quatro anos. Segundo ele, o Estado Islâmico teria coordenado seu ataque na Tunísia.

— Eu conheço o grupo com o qual ele estava trabalhando, é um grupo de terroristas — disse Bel-a-Del à TV. — Tem alguns homens que vão para a Síria, voltam e passam a estudar na mesma universidade, e há outros que vão e morrem na Síria.

Segundo as informações de Bel-a-Del, em 2011 Rezgui fazia parte da Jahbat al-Nusra, afiliada síria da al-Qaeda, mas transferiu sua fidelidade ao Estado Islâmico desde que o grupo terrorista começou a crescer, porque ele “amava tudo que era significante”.

Bel-a-Del acrescentou que o estudante treinou na Líbia com o grupo terrorista Ansar al-Sharia, leal ao Estado Islâmico e que mantém ligações com a al-Qaeda. Ele descreveu Rezgui como um estudante com hábitos normais, que, provavelmente, foi ensinado a “disfarçar sua radicalização”.

A polícia da Tunísia está investigando sete suspeitos de terem ligação com Rezgui, detidos em três cidades diferentes. Três dos detidos tinham morado na mesma casa que Rezgui, em Kairouan.

Apesar de as testemunhas dizerem que havia um segundo atirador, as autoridades tunisianas insistem que Rezgui agiu sozinho durante o ataque, embora cúmplices possam ter fornecido armas e “apoio logístico”.

VINTE E UM BRITÂNICOS IDENTIFICADOS ENTRE OS MORTOS

Após o ataque da última sexta-feira, a Tunísia estima perdas de, pelo menos, US$ 515 milhões neste ano, equivalente a um quarto de sua receita anual de turismo. O crime aconteceu alguns meses depois que o Museu Bardo, em Túnis, foi atacado por militantes do Estado Islâmico, num atentado que deixou 21 mortos.

— O ataque teve um grande impacto na economia. As perdas serão grandes — disse a ministra do Turismo, Salma Loumi, ao dar uma estimativa após o ataque de Sousse.

Salma afirmou que o governo deve tomar medidas para apoiar a indústria do turismo, como encerrar a cobrança de taxa de visitante e revisar o alívio das dívidas de operadores de hotéis, além de convocar policiais armados para patrulhar locais turísticos.

Dos 38 mortos no ataque, pelo menos 21 eram britânicos, de acordo com uma porta-voz do primeiro-ministro David Cameron. Segundo ela, o governo está tentando confirmar as identidades de mais nove vítimas que poderiam ser de nacionalidade britânica.

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