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Com exército infantil e punição, Estado Islâmico não poupa crianças

LONDRES — Crianças não são poupadas dos rigorosos castigos impostos pelo Estado Islâmico nas áreas sob o controle do grupo extremista. Na tentativa de criar uma “nova geração de jihadistas”, menores de idade são recrutados e encorajados a seguir os passos dos integrantes do EI. Mas mesmo fora das fileiras do grupo não estão livres de seu rigoroso códio de conduta, e punições podem ser aplicadas independentemente da idade: na Síria, duas crianças foram mortas e crucificadas, acusadas de não praticarem o jejum durante o Ramadã, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Placas foram penduradas no pescoço das duas vítimas, indicando seus crimes: comeram antes do pôr do sol, no mês sagrado para o calendário islâmico. Segundo testemunhas, os corpos foram suspensos em barras, lembrando uma crucificação, próximo à sede do exército do Estado Islâmico na cidade de Mayadin, na província de Deir Ezzor.

— Aparentemente, eles foram pegos comendo — disse, à AFP, o fundador do observatório, Rami Abdel Rahman.

A abstinência de comida, água e relações sexuais até o pôr do sol durante o Ramadã não deveria ser aplicada a crianças, grávidas, doentes, idosos ou pessoas em viagem, como explicou o Conselho Muçulmano da Grã-Bretanha ao jornal britânico “Independent”.

. Segundo o Comitê dos Direitos das Crianças da ONU, foram registrados casos de execuções em massa de menores de idade, decapitações e crucificações, além da prática do grupo extremista de enterrar crianças vivas ou escravizá-las.

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Mas elas são, também, um instrumento para os terroristas. Em um ringue, crianças com uniformes de combate, seus rostos cobertos, são comandadas por um soldado jihadista, como mostra um vídeo de sete minutos, divulgado pelo próprio Estado Islâmico, que está circulando na internet. O rígido tratamento militar ao qual os meninos são submetidos tem uma explicação: articular uma “nova geração” de recrutas para o Estado Islâmico e usá-los como propaganda terrorista.

— Apesar de serem crianças e levarem anos até se tornarem combatentes de verdade, eles (os jihadistas) estão tentando passar a ideia de que estarão presentes por um longo tempo — explicou, ao “Independent”, Charlie Winter, pesquisador em extremismo da Fundação Quilliam, em Londres.

Segundo Winter, este vídeo é o último de uma série de clipes divulgada pelo Estado Islâmico durante o Ramadã.

No filme, crianças são vistas praticando movimentos acrobáticos, usando a força para quebrar telhas, sendo esmagadas por varas de madeira e se arrastando pelo chão. Os adultos que “comandam” o pequeno exército parecem caminhar com munições reais, próximo às cabeças delas.

Usar menores de idade em suas propagandas não é uma novidade para o Estado Islâmico. O executando reféns e sendo treinados pelos jihadistas.

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