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CUT promete ir às ruas se Dilma vetar fator previdenciário

SÃO PAULO. Líder do manifesto com críticas duras à política econômica do governo apresentado no Congresso do PT, encerrado no último sábado em Salvador, o presidente da CUT, Vagner Freitas, acredita que o governo adota na discussão sobre a flexibilização do fator previdenciário o mesmo viés de “que se pode restringir o direito dos trabalhadores em prol de uma estabilidade monetária”.

Na avaliação do presidente da central sindical ligada ao PT, se vetar a nova regra, batizada de 85/95, a presidente Dilma Rousseff passará um sinal negativo para classe trabalhadora, que a apoia. Pelo texto aprovada no Congresso, os homens e mulheres, cuja a soma da idade com o tempo de contribuição, atingirem, respectivamente, 95 anos e 85 anos ficam livres dos efeitos do fator previdenciário, fórmula que inibe aposentadorias precoces.

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Da forma com que foi apresentado pelos ministros, me deixa preocupado com a possibilidade de ela (Dilma) vetar. Nós exigimos que a presidente não vete.

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Daqui até 2023, 2028, não há comprometimento. Passando 2028, se tudo continuar como está, pode haver comprometimento. Nossa proposta é: faz o 85/95 agora, permanece por um tempo e depois pode ir fazendo as adequações para equalizar a questão da expetativa de vida e não provocar um déficit mais para frente. É um modelo de transição.

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Não quero isso. A Previdência é universal, é uma conquista dos trabalhadores. Obviamente, temos que zelar pela saúde financeira dela. Mas o argumento do governo de que vai ter colapso da Previdência neste momento não é verdadeiro.

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Porque eu tenho um passarinho na mão, eu não posso esperar para pegar dois voando. Por que deixar passar a oportunidade de uma regra transitória?

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Eu acho que se vetar o 85/95, ela (Dilma) vai passar um sinal negativo para a classe trabalhadora, que a apoia. O mercado não a apoia.

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Vamos fazer uma campanha de denúncia contra o veto presidencial, dizendo que a presidente se coloca contra o interesse da classe trabalhadora e vamos pressionar o Congresso para derrubar o veto. Vamos às ruas em manifestações pelo 85/95. Vamos orientar os nossos sindicatos a pressionarem os nossos parlamentares nos estados.

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Tudo isso acontece por conta de uma filosofia de política econômica de corte, de minimização do papel do estado e de ajuste. Um ajuste que, em geral, tem sido feito cortando direito dos trabalhadores. Essa política traz a estagnação da economia, provoca recessão e o desemprego. Nós tínhamos 4,5% de desemprego em dezembro e agora temos 8%. Essa visão do governo sobre o 85/95 foi no mesmo viés de que se pode restringir o direito dos trabalhadores em prol de uma estabilidade monetária que beneficia a quem? Nós fizemos uma manifestação clara no Congresso do PT nesse sentido.

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É contraditório com o programa que foi eleito. É contraditório com o discurso político que construiu a vitória.

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Acho que a presidente Dilma está sendo compelida e empurrada diante de uma disputa política que há dentro de um governo de coalização a implementar uma agenda que não é agenda que ela gostaria. Ela sofre influência do PMDB, de um ministro da Fazenda que é do mercado e sofre influência de não ter maioria na Câmara dos Deputados. Por conta disso, o papel do movimento social é empurrar esse governo, apontando uma alternativa de política econômica. Não achamos que houve estelionato eleitoral até porque se o outro candidato tivesse sido eleito, a situação da classe trabalhadora seria muito pior.

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Esperava que a presidente dissesse algo. Nós temos que ter equalização de contas, na minha casa, na sua casa, em qualquer lugar, mas o que está sendo feito não é isso. É regressão de direito dos trabalhadores e paralisação da economia. Essa defesa que ela faz do ajuste nós não concordamos e uma parcela grande do Congresso do PT discutiu tentando influenciar a presidente em relação à política econômica.

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Na minha avaliação, o que faltou foi que a gente tivesse uma proposta mais efetiva e mais clara em relação à mudança na política econômica. O partido não se sentiu à vontade para questionar a proposta da equipe econômica do governo. Não se trata de derrotar o ministro (Joaquim)Levy, não é uma questão pessoal. É uma questão de entendimento de política econômica. Me parece que ele (Levy) tem um entendimento (de política econômica) bem diferente da maioria da militância do partido.

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Um governo é um governo. Não é nem a Dilma nem o Levy, é um governo como um todo. Acho que o PT como principal partido do governo tem que disputar as políticas internas dentro do governo e não simplesmente seguir o que o governo estabelece, sem uma discussão. O partido absorve o que ele não defende.

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