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Governador da província de Buenos Aires será o candidato do kirchnerismo na eleição presidencial

BUENOS AIRES — O governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, conseguiu, finalmente, tornar-se o candidato do kirchnerismo nas próximas eleições presidenciais do dia 25 de outubro. Depois de confirmado que o secretário Legal e Técnico do governo, Carlos Zannini, homem do círculo íntimo da presidente Cristina Kirchner, aceitara ser o companheiro de chapa de Scioli, o ministro do Interior, Florencio Randazzo, desistiu de disputar a candidatura do kirchnerismo nas primárias do dia 9 de agosto. Assim, Scioli ficou como o único candidato da Casa Rosada na eleição do sucessor de Cristina.

Segundo informações extraoficiais, a presidente pediu a Randazzo que seja candidato a governador da província de Buenos Aires, a mais importante do país. Mas o ministro não aceitou e enviou um e-mail à Cristina informando sua decisão. Depois de vários meses de incógnita, a chefe de Estado decidiu respaldar Scioli, que até agora não contava com o apoio de grandes setores do kirchnerismo, que desconfiam de sua lealdade. Mas o governador é o melhor posicionado nas pesquisas e tem grandes chances de vencer as eleições, fato que terminou levando a presidente a apoiá-lo.

O terremoto que sacudiu o kirchnerismo nos últimos dois dias deixou uma pergunta que não quer calar: Zannini foi uma escolha de Scioli ou uma imposição de Cristina?

— Depois de tudo, ainda me subestimam? — perguntou Scioli, ao ser consultado sobre supostas condições da presidente.

O companheiro de chapa do governador é um dos homens mais próximos de Cristina, que tornou-se seu principal assessor após a morte do ex-presidente Nestor Kirchner, em 2010. Com o secretário Legal e Técnico do seu lado, Scioli captará o voto dos kirchneristas que desconfiavam de seu compromisso com o governo e poderia, segundo analistas locais, vencer até mesmo no primeiro turno.

— Hoje, vemos um segundo turno entre Scioli e Macri (o prefeito portenho). Mas está claro que o kirchnerismo fará o possível para vencer no primeiro turno e isso não pode ser descartado — disse o analista Enrique Zuleta Puceiro.

Para dirigentes da oposição, com a consolidação de Scioli e Zannini como a opção kirchnerista, aumentará a polarização eleitoral.

— Agora a escolha é entre República e Ditadura estalinista — declarou a deputada e pré-candidata à Presidência, Elisa Carrió.

Já Macri, o opositor mais bem posicionado nas pesquisas, elogiou a decisão de Randazzo, o candidato que Cristina parecia apoiar, mas que terminou abandonando, diante da evidente liderança de Scioli.

— Até que fim um gesto de coerência — afirmou Macri.

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