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ONU: Número de refugiados atinge recorde de 60 milhões em 2014

LONDRES/ISTAMBUL — O número de pessoas deslocadas pela gerra, conflito ou perseguição atingiu um recorde de quase 60 milhões em todo o mundo em 2014, disse a agência de refugiados da ONU nesta quinta-feira, alertando que a situação ainda pode se deteriorar.

Mais da metade dos deslocados por crises, incluindo conflitos na Síria, Afeganistão e Somália, eram crianças, afirmou o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) em seu Relatório de Tendências Mundiais, divulgado anualmente.

Em 2014, uma média de 42.500 pessoas a cada dia se tornou refugiada, requerentes de asilo, ou deslocada, contra 32 mil no ano passado. O número representa um aumento de quatro vezes em apenas quatro anos, disse a agência.

— Acredito que as coisas vão piorar antes que finalmente comecem a melhorar — disse o alto comissário da ONU para refugiados, António Guterres, em uma entrevista coletiva em Istambul.

À rede BBC, Guterres disse que o mundo está uma bagunça:

— O drama é que as pessoas pensam que os (trabalhadores) humanitários podem limpar a bagunça. Não é mais possível. Não temos capacidades para pegar as peças.Mais e mais pessoas estão sofrendo e, infelizmente, para muitas delas, não há nenhuma chance de apoiá-las.

De acordo com o Acnur, a Síria, onde a guerra civil tem se intensificado desde 2011, é a maior fonte mundial de deslocados internos e refugiados. Havia 7,6 milhões de pessoas deslocadas na Síria até o final do ano passado e quase 4 milhões de refugiados sírios vivem principalmente no Líbano, Jordânia e Turquia, países vizinhos.

O Acnur afirmou que há 38,2 milhões de deslocadas pelo conflito dentro das fronteiras nacionais, quase 5 milhões a mais do que um ano antes. O aumento foi atribuído principalmente às guerras na Ucrânia, Sudão do Sul, Nigéria, República Centro-Africana e República Democrática do Congo.

Dos 19,5 milhões de refugiados que vivem fora de seus países de origem, 5,1 milhões são palestinos. Sírios, somalis e afegãos constituem mais de metade dos demais 14,4 milhões de refugiados, segundo o Acnur.

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